Publicado em 06/12/2022, às 15h27 por Dra. Ivanice Cardoso
Bem, dessa vez você pode achar que limites foram ultrapassados aqui. O que uma coisa tem a ver com a outra? Desde quando comportamento digital seguro tem a ver com mesa posta? Muita calma nessa hora porque a dica de ouro está no final. Eu fiz aquele momento de reflexão sobre o ano que passou. E curiosamente, o ano de 2022 foi o que atuei muito mais como palestrante e consultora para os temas bullying e cyberbullying.
Depois de uma pandemia longa, boa parte em isolamento social, a conta para famílias e escolas é alta. As agressões sistemáticas e repetitivas cresceram. Esse aumento pode ser facilmente notado tanto em número de agressores quanto em vítimas. No Brasil, uma pesquisa realizada pelo IBGE indica que 23% dos alunos já sofreram algum tipo de bullying. E 1 em cada 10 já foi ofendido em redes sociais. Literalmente milhões de crianças e adolescentes sofrendo por um fenômeno que pode ser prevenido.
Ainda em 2019 a UNICEF apresentou um número bem preocupante. Pelo menos 150 milhões de crianças já vivenciaram situações de agressões classificadas como bullying. Ou seja, esse não é um fenômeno que cresce só no Brasil. E interromper esse crescimento de forma positiva, preventiva e generosa se torna um superdesafio.
Durante as minhas andanças pelas escolas no Brasil eu também pude perceber um padrão nas crianças e adolescentes que de alguma forma não se envolviam diretamente em eventos de bullying e cyberbullying. E, para a minha alegria, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Universidade Federal de Uberlândia aponta para um mesmo padrão: o olho no olho entre pais e filhos. Ou, como os cientistas chamaram, supervisão parental positiva.
Aliás este foi o tema da nossa última coluna. E agora temos elementos científicos para inspirar nossas ações quando o assunto é bem-estar de crianças e adolescentes e todos os desafios que eles enfrentam. Não se trata de um novo controle parental digital. São ações muito acessíveis, que não precisam de nenhum tipo de treinamento e são muito mais poderosas na prevenção.
Supervisão parental positiva são os vínculos constantemente fortalecidos entre pais e filhos que preparam essa galerinhas para lidas saudavelmente com conflitos. E são chamadas de positivas porque acontecem sem o “não” constante, com mais interação e conversas bem intencionais, sem meias voltas. E como fortalecer esses vínculos? Aqui vão as dicas de ouro:
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