Publicado em 28/03/2023, às 07h28 - Atualizado às 07h36 por Beto Bigatti
O maior chavão da parentalidade é repetir “durmam enquanto podem”. Sim, pais e mães de bebês repetem essa ladainha para qualquer casal gestante que encontram na rua. Até para desconhecidos. Bate o olho na barriga, preveem o futuro e soltam essa. Chegamos na Maternidade já temendo o pós-parto. Imaginando que a partir daquele momento nos transformaremos em algum espécime de hábitos forçadamente noturnos. Em pouco tempo, zumbi seremos.
Tem um pouco de verdade nisso? Tem. O início é complexo? Sem dúvidas. Dorme-se menos que antes do filho nascer? Definitivamente sim. Mas isso é a maior lembrança que você vai carregar desse período? Definitivamente não. Porque a verdade é que em 10 anos, ou até menos, estes dias difíceis e noites não dormidas evaporam da nossa memória.
Jovem, confia em mim. Os perrengues viram história boa de contar. As lufadas na madrugada, as idas ao hospital, as noite mal dormidas, tudo isso que embranqueceu nossos cabelos a gente lembra com quentinho no peito. Porque o tempo passa e de lá para cá tanta história já passou que aquilo tudo perde importância.
Seguimos repetindo “dorme enquanto puder”, mas faria tudo de novo e mal se lembra se era tão ruim mesmo. Mas a gente repete para não ficar de fora. O tempo é nosso aliado. As memórias que ficam são as que importam. Aquela noite em que se passou acordado revezando o colo enquanto a febre não baixava, vira uma brincadeira no meio do jantar: “Tu me respeita porque eu que passei noites inteiras contigo no colo!”. E todos riem.
Entenda: nós somos os responsáveis por essa dosagem. Se preferir, você pode passar o resto da vida focado nos dias difíceis. Ou pode se abraçar nas memórias afetivas. Os manuais não contam, mas as fases existem para serem vividas. Intensamente. Seu bebê só vai sorrir pela primeira vez uma única vez.
Meu guri tem 1 metro e 80. Você acha que vou perder tempo olhando para trás? Negativo. Me importa o presente. Porque daqui uns dias, some de casa e até saudades de não dormir eu vou sentir. Segue minha proposta: durmam enquanto podem, porque depois o ideal é estar acordado para viver. E basta.
A chegada de um filho significa uma nova rotina, saiba como familiares e amigos podem te ajudar nesse processo:
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