Publicado em 17/11/2021, às 08h32 - Atualizado às 12h14 por Sandra Lacerda, filha de Sandra e José Leonardo
Em 17 de novembro é comemorado o Dia Mundial da Prematuridade. A data acompanha o Novembro Roxo, mês que reforça a importância da conscientização, rede de apoio e formação de vínculos com bebês prematuros. A cor foi escolhida por representar a sensibilidade e as particularidades desses bebês.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 15 milhões de bebês nascem prematuros todos os anos, o que equivale a um bebê em cada dez nascidos. A prematuridade é a principal causa de óbito em crianças menores de cinco anos, sendo que aproximadamente 1 milhão delas não resistem anualmente.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil está na décima posição de países que apresentam o maior número de partos prematuros. O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente aponta que 340 mil bebês nascem prematuros todos os anos no Brasil, o que equivale a 931 por dia ou a 6 prematuros a cada 10 minutos.
Os estudos apresentados evidenciam a seriedade e a necessidade de se falar sobre esse assunto, esclarecer dúvidas e, além disso, conscientizar a população sobre os riscos e os cuidados após o nascimento.
De acordo com a OMS, o parto prematuro é aquele que ocorre antes de 37 semanas de gestação. “Anualmente em todo o mundo, cerca de 30 milhões de bebês nascem antes do tempo, ou com baixo peso, ou adoecem logo nos primeiros dias de vida”, comenta a Dra. Suely Dornellas, pediatra neonatologista, coordenadora da UTI Neonatal do Hospital e Maternidade Santa Joana e filha de Ophelinto e Adelina, segundo o relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Uma gestação completa varia entre 37 e 42 semanas (De 9 meses a 9 meses e 4 semanas). Os bebês que nascem antes desse período de gestação são considerados prematuros. Mas ainda assim, existem graus de prematuridade. De acordo com a OMS, a Dra. Thais Bustamante, pediatra e neonatologista pela SBP, apontou as seguintes fases:
Quanto mais prematuro for o bebê, mais imaturos serão os seus órgãos e maior será o risco de complicações em seu desenvolvimento. Dentre as consequências de um parto prematuro para o bebê nos primeiros dias, temos:
“Os aspectos desfavoráveis são proporcionais à prematuridade, quanto mais prematuro maior é o risco de o bebê apresentar problemas respiratórios e infecções na UTI Neonatal e posteriormente sequelas respiratórias e neurológicas”, aponta Dra. Suely.
Dependendo do momento em que ocorre, realizar o parto prematuro pode ser um momento de risco tanto para o bebê quanto para a mãe. A Dra. Suely explica os motivos que podem levar à prematuridade são complexos, envolvendo fatores maternos, fetais e placentários. A pediatra neonatologista aponta que as principais causas são:
Doenças uterinas (miomas, colo do útero curto), infecção urinária na gestação, Infecções sexualmente transmissíveis (AIDS e sífilis, por exemplo), idade materna (grávidas adolescentes ou com idade superior a 35 anos), Descolamento prematuro da placenta, diabetes gestacional, malformações fetais e pré-eclâmpsia também são motivos que podem levar ao parto prematuro.
Algumas características comuns nesses recém-nascidos são pouca gordura corporal, pouco cabelo, orelhas moles, pele fina e lisa (sendo possível visualizar as veias). Eles também podem ter a cabeça proporcionalmente maior que o corpo. Vale lembrar que quanto menor a idade gestacional, mais evidentes serão estas características nos bebês prematuros.
Em relação ao peso do bebê no nascimento, a Dra. Silvana Darcie Maccagnano, pediatria e neonatologia do Hospital e Maternidade Santa Joana, aponta que é possível classificar dessa maneira:
Sobre questões comportamentais, é comum que os bebês prematuros se mexam pouco, tenham reflexos mais lentos e que fiquem a maior parte do tempo com os olhos fechados. Mas está tudo bem! Essas características aos poucos vão mudar, já que ao longo do tempo o bebê vai ganhar peso, crescer e se desenvolver.
Sim! É possível sim prevenir um parto prematuro. “A prevenção é a maior arma terapêutica. A melhor estratégia é a realização de uma assistência pré-natal adequada para prevenção e/ou tratamento das doenças que aumentam o risco de um parto prematuro”, afirma Dra. Suely.
Por isso, é fundamental falar sobre o assunto e transmitir informação de qualidade na rede de atenção básica à saúde, levando em conta a necessidade de consultas regulares e orientações médicas. O corpo costuma dar sinais ao longo da gravidez e desde o início é possível identificar gestações de alto risco e ainda encaminhar gestantes para os centros de referência especializados no atendimento do prematuro.
Em pelo menos uma consulta por mês, o médico acompanha o desenvolvimento do bebê assim como o estado de saúde da mãe. Dessa forma, possíveis patologias podem ser identificadas e tratadas ao longo da gestação através de procedimentos como a medida da pressão arterial que permite o diagnóstico precoce e tratamento adequado da hipertensão arterial, o acompanhamento das taxas de glicemia que permite o controle do diabetes, e a orientação de uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis.
A ultrassonografia também é importante para acompanhar o crescimento e desenvolvimento do feto, possibilitando o diagnóstico precoce de malformações fetais que possam levar ao parto prematuro.
Seguir as orientações do pré-natal é eficaz, mas a possibilidade de o bebê vir antes da hora ainda existe. Por isso, é fundamental contar com o atendimento de uma equipe multiprofissional, composta por neonatologistas, enfermeiras, fisioterapeutas e psicólogos, e confiar na equipe médica.
Infelizmente, sim. “O nascimento prematuro é a principal causa de morbidade e mortalidade neonatal. Entre as principais complicações neonatais dos bebês prematuros estão as respiratórias, as infecções e as neurológicas. Tardiamente, pode-se observar alteração no desenvolvimento neurológico, podendo gerar sequelas visuais, auditivas e até paralisia cerebral”, diz a Dra. Suely.
A saída da UTI é motivo de muita alegria, mas também pode levantar inquietações e inseguranças aos pais em relação aos cuidados com o bebê prematuro em casa. É superimportante que o recém-nascido tenha 100% de atenção. “Os cuidados em casa vão depender do grau da prematuridade do bebê e das complicações que ele apresentou na UTI Neonatal”, comenta a Dra. Suely.
Por terem a pele mais sensível, órgãos imaturos e o sistema respiratório ainda mais delicado do que o recém-nascido a termo, alguns cuidados precisam ser redobrados. Evite colocar o bebê para dormir de barriga para baixo, lave as mãos com frequência, evite levá-lo a lugares fechados com aglomerações, dê preferência ao aleitamento materno, mantenha a carteira de vacinação do seu filho em dia, troque fraldas a cada 2 ou 3 horas, faça uma limpeza suave no banho com sabonete neutro e evite dar beijos na pele do bebê.
Quanto mais prematuro, maior é o risco de complicações. “Devido a sua imaturidade imunológica, são mais vulneráveis a processos infecciosos e, com isso, a higiene de seus utensílios e de seus cuidadores no seu manuseio desses materiais requer atenção redobrada. Além disso, é importante evitar situações de risco, como saídas ou ambientes com muitas pessoas. Muitas vezes, a alta dos bebês prematuros e seus cuidados pós demandam serviços especializados de saúde, como estimulação motora, acompanhamento mais frequente com pediatra e até mesmo de outros especialistas”, fala a Dra. Silvana.
A idade cronológica é a que considera a data de nascimento do bebê. Se o seu filho nasceu no dia 17 de Novembro, ele completará 1 mês de idade cronológica em 17 de dezembro.
A idade corrigida é a que se ajusta ao grau de prematuridade. É a idade que o bebê teria se tivesse nascido com 40 semanas de gestação. Se um bebê nasce de 30 semanas exatas de gestação no dia 17 de setembro, calcula-se como se tivesse nascido 10 semanas depois.
Essa conta ajuda a direcionar o cuidado, ajustar os estímulos de acordo com a potencialidade do bebê e a criar expectativas realistas. Assim, evita-se frustrações e cobranças desnecessárias, em relação às habilidades do bebê prematuro, como engatinhar, falar ou andar, em comparação ao tempo de um bebê nascido a termo.
Mas você não vai precisar fazer essa conta para sempre! É recomendado que se use a idade corrigida até os 2 anos. Já para os prematuros de extremo baixo peso e com menos de 28 semanas, a orientação é corrigir a idade até os 3 anos.
Lembre-se: O acompanhamento médico é fundamental para tratar cada caso individualmente e encaminhar um atendimento especializado se houver necessidade.
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