Publicado em 01/10/2013, às 12h10 - Atualizado em 12/06/2015, às 16h48 por Redação Pais&Filhos
Silenciosa e ainda pouco conhecida pelas brasileiras, a clamídia é uma ameaça à fertilidade feminina pois ela ataca o sistema reprodutor da mulher. Se não diagnosticada a tempo, pode diminuir significativamente as chances de engravidar naturalmente.
A doença sexualmente transmissível é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa evitável de infertilidade. Dados apontam que, a cada ano, são 92 milhões de novos casos de clamídia em todo o mundo, fora os que não são diagnosticados. Essa grande disseminação se deve ao fato de que, na maioria dos casos, a clamídia não apresenta sintomas aparentes ou, quando apresenta, pode ser confundida com uma infecção urinária. Além disso, os exames ginecológicos de rotina e o papanicolau não são capazes de detectá-la, por isso, é importante que a paciente peça ao seu médico para investigar a doença.
Quais são os sintomas?
Se a pessoa for saudável, o organismo consegue combater os primeiros sintomas, fazendo com que a doença passe despercebida, por isso, é preciso ficar atento aos menores sinais. “São poucos os casos em que ela provoca febre, cansaço, sangramentos e dor durante a relação sexual”, explica a ginecologista Maria Cecília Erthal, mãe de Luciana e Giovanna, especialista em reprodução humana e diretora-médica do Vida – Centro de Fertilidade da Rede D’Or.
Nos casos agudos, ela causa infecção na pélve (peritonite) e pode haver sensação de queimação ao urinar, sintoma semelhante à sistite (infecção urinária).
Nos homens, além do incômodo ao urinar, a região acima dos testículos fica avermelhada e sensível e pode haver secreções no pênis.
Como detectar a doença?
Na fase aguda da doença, é possível detectar a bactéria ao colher uma cultura direto da secreção vaginal da mulher ou da secreção uretral do homem. Se o casal faz sexo anal, a cultura pode ser recolhida também do reto.
Se a doença não estiver na fase aguda, há exames específicos de sangue pra detectá-la.
Como tratar
A clamídia pode ser tratada e curada com antibióticos recomendados por um médico.
O quadro de infertilidade é irreversível?
Todo o processo infeccioso da clamídia pode obstruir as trompas ou evitar que o óculo fecundado chegue ao útero, causando uma gravidez tubária, que pode resultar no rompimento das trompas e iniciar uma hemorragia interna. “Esse é o quadro emergencial e uma intervenção cirúrgica se torna necessária. Na maioria dos casos a trompa acometida é retirada”, afirma a dra. Maria Cecília.
Nos homens, a clamídia causa inflamação nos testículos, o que leva à diminuição da produção dos espermatozóides, na quantidade e na qualidade deles.
Nos casos em que a progressão da doença não possibilita mais o tratamento com medicamentos, a única alternativa para as mulheres que desejam engravidar é recorrer aos procedimentos de reprodução humana. “Com as trompas obstruídas, a alternativa da medicina é a fertilização in vitro. O processo consiste em retirar os óvulos, fecundá-los em laboratório e transferir o embrião para o útero”, esclarece a médica.
Como se prevenir?
Para prevenir a doença, a única forma é usar preservativos em todas as relações sexuais.
Consultoria: Maria Cecília Erthal é ginecologista, especialista em reprodução humana e diretora-médica do Vida – Centro de Fertilidade da Rede D’Or.
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