Publicado em 09/06/2018, às 05h43 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h29 por Redação Pais&Filhos
Fernanda Summa queria mais tempo com o filho, melhorar a alimentação da família e um novo rumo profissional. Foi aí que ela criou o delivery [Eu] Orgânico e o curso Cozinha da Terra e se deu bem. Veja o relato dela:
“Conciliar a vida pessoal com a profissional sempre foi um desafio para mim. Mesmo antes da graduação em Publicidade, eu já trabalhava em ritmo frenético. A maternidade foi adiada muitas vezes e, quando decidi engravidar, não consegui. Depois de quatro anos, duas cirurgias e muitas tentativas, enfim o Pedro nos escolheu. Meu filho nasceu em 2010 e eu voltei ao trabalho depois de 6 meses de licença. Os 5 anos seguintes foram marcados por um misto de impotência e frustração.
Eu queria, mas não podia, participar mais ativamente na criação do Pepê. Quantas vezes cheguei em casa só para o tempo do banho, do leitinho, da leitura e da cama? Ser mãe não se resume a isso. Algo precisava mudar, e o universo se encarregou disso: depois de 20 anos no mercado, fui demitida. Cerca de um mês depois, já começava a esboçar a [Eu] Orgânico.
Tudo começou quando decidi que queria diversificar e melhorar a alimentação da família, especialmente a do Pedro, que tinha muitas restrições. Tive que ir a três supermercados para encontrar os alimentos orgânicos que precisava. Percebi um problema a ser solucionado: além de um mix limitado, o tempo para as compras é bem escasso para pais que trabalham fora.
Estabelecido o conceito e o posicionamento — facilitar o acesso aos orgânicos — comecei a fazer entregas para um grupo de amigos. Foi dentro de um grupo no Facebook, o Dots, que comecei a trabalhar somente pelo boca a boca. Fui estruturando o negócio, até que em novembro nasceu o site para atender à crescente demanda. Outras parcerias surgiram, como a cocriação da Cozinha da terra: uma série de cursos que visam estimular o ato de cozinhar apenas com os ingredientes de cada estação.
Esse processo de mudança levou cerca de dois anos. Não foi fácil. No caminho muitos “abacaxis” para descascar. É preciso ter muita versatilidade para tomar várias pequenas decisões sozinha. O que sempre me motivou, e continua motivando, é a certeza de que não quero voltar atrás. A [Eu] Orgânico é mais do que uma empresa, é parte de mim. Hoje, os reflexos da mudança são enormes e positivos. Posso trabalhar em horários alternativos. Aprendi a cozinhar com a xepa da [Eu] Orgânico e a alimentação do Pedro é um milhão de vezes melhor: mais sortida, saudável e colorida. Outro dia, meu filho pediu para levar repolho para a escola. Eu perguntei: repolho? Tem certeza? Ao que ele respondeu. — Sim, um MONTE! Meu coração transbordou de felicidade — tão grande quanto o monte de repolho que desapareceu da lancheira.
Acreditem, a tal da felicidade é realmente relativa.”
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