Publicado em 14/09/2016, às 13h34 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h30 por Adriana Cury, Diretora Geral | Mãe de Alice
Quando se fala em trabalho infantil logo se pensa em possibilidades extremas, mas o que poucas famílias se atentam é que qualquer tipo de atividade remunerada que exija esforço da criança é considerada trabalho.
Atitudes, como fazer fotos de modelo, gravar vídeos, novelas e até ser “Youtuber”, febre do momento entre a garotada, podem causar prejuízos para as crianças e devem ser analisadas seriamente por adultos.
A começar pelo ambiente em que essas práticas são realizadas. “Os responsáveis pelos sets de gravações, por exemplo, podem estar mais preocupados com outros fatores, além do conforto das crianças, como luz, cenário e figurino”, alerta Sandra Cavalcante, mãe de Sofia e advogada, mestre e doutoranda em Saúde Pública pela USP.
Sandra, que estudou por dez anos as condições do trabalho infantil artístico e concorda com o nosso lema “criança não trabalha, criança dá trabalho”, lembra que elas não têm suas necessidades e direitos respeitados na maioria das vezes. O clima constante de pressão e de exigências do meio artístico pode ser desgastante e causar estresse. Em alguns casos, por exemplo, crianças têm que vestir roupas de verão no frio, ficar em posições desconfortáveis e repetir cenas dezenas de vezes.
O que muitos pais alegam é que os filhos gostam de posar para fotos ou interpretar um personagem, mas será que as crianças conseguem entender a arte como um trabalho ou elas acabam encarando como brincadeira?
A questão é delicada para a advogada, mas ela lembra que quanto menor a idade, mais frágil é o psicológico da criança. Muitas vezes, elas não sabem ao certo se gostam mesmo. Outras começam tão jovens, aos dois anos, por exemplo, que crescem achando que aquilo é natural e que não tem muita opção de escolha.
O psicológico é o ponto mais sério quando se pensa nos testes e processos seletivos. “Quando as crianças não são aprovadas, as consequências são ainda piores. Além do cansaço da atuação, elas ainda sofrem com a frustração de não conseguirem o papel”, afirma a especialista.
Quando isso não ocorre e a garotada chega a realizar os trabalhos, é preciso ficar de olho em vários aspectos que podem ser prejudicado. “Há o desgaste físico e emocional que pode atrapalhar o sono”, comenta Ana Cassou, mãe de Tarim e Chiara, doutora em Economia Aplicada e Pós-doutorado em Ciências sociais aplicadas. Isso pode também baixar o desempenho delas na escola.
Ainda assim, quando o desejo da criança fala mais alto e ela realiza algum tipo de trabalho artístico é essencial que um adulto da família acompanhe todo o processo. “É preciso sempre estar nos bastidores cuidando do menor”, recomenda Sandra especialista em condições do trabalho infantil artístico.
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