Publicado em 28/06/2013, às 16h30 - Atualizado em 23/06/2015, às 16h41 por Redação Pais&Filhos
Nas vésperas do casamento, Gislene de Oliveira Vanqueta procurou os ginecologistas da Santa Casa de São Paulo para fazer seus exames pré-nupciais. Ela se casou com Rodrigo em 2007 e, desde então, decidiu que queria ser mãe. Tentou engravidar várias vezes e não conseguiu. Três anos depois, ela e o marido comemoraram a notícia da gravidez natural, só que, na 23ª semana, Gislene perdeu o bebê. Depois de dois anos, o casal, sabendo que a Santa Casa oferecia reprodução assistida gratuitamente, procurou ajuda. Os exames constataram que ambos tinham problemas de fertilidade, e os médicos recomendaram a fertilização in vitro – única forma de terem o filho que tanto queriam. “O tratamento era feito com injeções para estimular minha ovulação. Fiz a aspiração de três óvulos para serem fertilizados, mas só dois foram implantados, porque é a quantidade que a legislação permite na idade que eu tinha na época (34 anos). Depois de um tempo, fiz o teste de gravidez e deu positivo. Eu tive muita sorte mesmo, deu certo na primeira vez e não paguei nada”, conta.
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Gislene teve uma complicação, gravidez com trombose placentária. A explicação é a seguinte: a capacidade de coagulação aumenta com o tempo de gestação como uma forma de o corpo se preparar para a hora do parto e controlar o sangramento, mas algumas mulheres têm mais facilidade de formar coágulos dentro das veias, provocando a trombose. A Santa Casa de São Paulo medicou Gislene gratuitamente com remédios anticoagulantes e fez exames de ultrassom com mais frequência do que o normal. “Eu ia de 15 em 15 dias lá ver se estava tudo bem”, lembra ela. Assim que os médicos tiveram certeza do sucesso do procedimento, ela foi encaminhada para um grupo de pré-natal de risco.
No início de junho, Gislene e Rodrigo tiveram Marina Luz, que nasceu saudável, porém prematura, e teve de ficar 15 dias na UTI para ganhar peso. “Ela está ótima.Demos o nome de Luz, porque quando fizemos o ultrassom após a fertilização, o médico disse que nossos filhos eram aqueles pontos de luz no exame. Ele se referia aos dois óvulos implantados. E Marina é isso pra gente: luz”, compara a mãe.
Casos de infertilidade atingem cerca de 300 mil casais no Brasil
O caso de Gislene não é raro. O Ministério da Saúde calcula que, hoje, quase 300 mil casais não conseguem ter filhos naturalmente no Brasil. O problema pode ser de um dos parceiros ou dos dois. Para o ginecologista Newton Busso, pai de Cristiano, Giovana e Rene,especialista em Reprodução Humana Assistida da Santa Casa de São Paulo, este número é ainda muito maior. Em 1948, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que a infertilidade conjugal é uma doença. E a nossa Constituição diz que a saúde é um dever do estado. Se a infertilidade é uma doença e o estado deve cuidar da saúde da população, ele deveria garantir o tratamento gratuito para todos. Na década de 1990, o estado privatizou a saúde, passando para a Agência Nacional da Saúde o direito de atendimento da população pelos planos de saúde. A lei existe, mas não é cumprida, por isso hoje muitos casais pagam pelo tratamento, que pode custar de R$ 6 mil a R$ 15 mil – contando que dê certo na primeira tentativa, o que nem sempre acontece. Muitas mulheres tentam diversas vezes e não conseguem engravidar. “Tudo depende de cada caso e, especialmente, da idade. Quanto mais nova a mulher, mais fácil, mas hoje vemos que elas tentam engravidar cada vez mais tarde”, diz Newton.
O Ministério da Saúde reconhece seis hospitais públicos que fazem o tratamento de reprodução assistida (inseminação artificial e fertilização in vitro) gratuitamente. A Santa Casa não está incluída porque é uma instituição privada, que atende qualquer mulher que procure seus serviços. A procura é enorme, hoje são atendidos 15 casais por mês.
O que é a reprodução assistida?
A reprodução assistida pode ser realizada de duas maneiras: a inseminação artificial (tratamento considerado de baixa complexidade), ou fertilização in vitro (considerado de alta complexidade), chamada também de “bebê de proveta”. A escolha por um ou outro depende de cada caso.
A inseminação é mais simples: a mulher toma injeções para estimular a ovulação e, um pouco antes de ovular, o sêmen é separado no laboratório e selecionado para ser inseminado diretamente no útero. A fertilização in vitro é realizada em grande parte dos casais: durante a ovulação, os médicos retiram o óvulo, que é fertilizado com o sêmen colhido em laboratório, e implantado no útero. “Os resultados da fertilização têm aumentado, por isso tem sido o método mais indicado, afirma Newton.
O tratamento de reprodução assistida dura o tempo de um ciclo menstrual, mas algumas mulheres precisam de várias tentativas. É um tratamento moderno, mas não há garantia de que o resultado chega 100% positivo. “Muitas mulheres vêm me procurar com a certeza de que vão engravidar, querendo saber sobre o parto. E eu sempre digo que é preciso calma e paciência”, finaliza o médico.
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