Publicado em 18/11/2015, às 09h28 - Atualizado em 08/12/2015, às 07h13 por Adriana Cury, Diretora Geral | Mãe de Alice
O Ministério da Saúde declarou desde a semana passada estado de emergência por causa dos casos de microcefalia que têm sido diagnosticados em sete estados da região Nordeste do país. Hoje foi divulgado o primeiro boletim sobre as 399 crianças que têm suspeita da doença. A informação mais recente é de que o vírus zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, está presente no líquido amniótico de duas das crianças que nasceram com microcefalia, doença que impede o desenvolvimento esperado de tamanho para a cabeça.
Além do trabalho em conjunto com as secretarias municipais e estaduais de saúde para que o Ministério da Saúde seja alertado sobre as suspeitas dos casos, os hospitais estão recebendo orientações para dar assistência às grávidas e aos bebês com microcefalia. Ainda não existe uma causa definida para a doença, mas Carlos Brito, professor da Universidade Federal de Pernambuco, já alertou sobre a conexaão entre o vírus zika e a doença.
Microcefalia e o vírus zika: suas dúvidas solucionadas!
O especialista chama atenção para a gravidade do problema: se isso não for controlado existe um grande risco de se espalhar para outras regiões do país. “Se a microcefalia for causada por zika, existem chances de chegar a São Paulo e ao Rio de Janeiro”. Carlos Brito afirma que as doenças causadas por mosquitos são de rápida transmissão e dispersão, por isso o cuidado deve ser redobrado. A confirmação da microcefalia é feito por meio de um exame de ultrassom, mas, assim que o bebê nasce, os médicos medem o tamanho da cabeça e já conseguem dizer se existe ou não suspeita da doença.
Principais recomendações
Claudio Maierovitch, médico e diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, recomendou que agora as mulheres tenham mais cautela e planejem mais antes de engravidar. Em alguns casos, ele recomenda até mesmo que as famílias adiem os planos de gravidez. “Nosso papel é oferecer informações para que as pessoas tomem suas próprias decisões. Hoje podemos afirmar que há uma relação muito importante do vírus zika e o aumento de casos de microcefalia. Mas esse é um conhecimento novo”, disse ele.
Antes de engravidar, Claudio Maierovitch indica que as mulheres procurem saber dos índices dos casos de zika em sua cidade, evitem contato com pessoas que tiveram os sintomas (manchas pelo corpo e coceiras) e com o mosquito e não tomem medicamentos sem orientação médica. Para se prevenir, o ideal é usar repelentes especiais para gestantes e blusas de manga comprida quando for possível. “nem todas as medidas são fáceis de seguir, mas é só por um tempo”.
O médico não aconselha que as mulheres façam o exame do líquido amniótico como prevenção ou rotina. “O exame pode trazer riscos”. Se houver alguma dúvida, fale com seu médico para saber qual o melhor procedimento. Uma das preocupações é não causar pânico nas mulheres grávidas já que, mesmo que os casos de microcefalia tenham aumentado muito do ano passado para esse, as chances de um bebê nascer com a doença é pequena.
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