Criança

Por que o número de crianças para adoção é muito menor do que o dos interessados para adotar?

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Publicado em 20/06/2018, às 16h04 - Atualizado em 13/05/2019, às 07h39 por Nathália Martins, Filha de Sueli e Josias


Todo mundo sabe que o número de crianças e adolescentes que esperam para ser adotados no Brasil é enorme, mas uma coisa que pouca gente sabe é do número de pessoas que querem adotar. São aproximadamente 43 mil pretendentes para menos de nove mil crianças em busca de uma família. Ou seja, o número de crianças é cinco vezes maior do que o de pessoas que querem adotar. Sim, é chocante.

Mas se existem mais casais querendo adotar do que crianças para serem adotadas, por que elas ainda estão sem uma família? De acordo com dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), isso acontece porque muitas pessoas buscam características restritas na hora de adotar, esquecendo o verdadeiro perfil das crianças que estão para adoção: maiores de cinco anos, pardas ou negras, deficientes, com doenças crônicas ou irmãos.

Desses mais de 43 mil pretendentes para adotar, 77,79% só aceitam menores de cinco anos de idade, sendo que das 8599 crianças para adoção, 73,48% tem mais de cinco anos. Os números ainda mostram que 17% dos casais só querem crianças brancas, mas 65,85% delas são pardas ou negras. Além disso, 64,27% não querem adotar um grupo de irmãos, e eles representam mais da metade das crianças para adoção. E, mesmo o número de crianças com deficiências sendo pequeno, 63,27% dos casais têm essa restrição.

Por conta desses números absurdos, diversas ONGs e voluntários se reuniram para colaborar com a campanha “Adoções necessárias”, que tem o intuito de motivar as pessoas a adotarem essas crianças “fora do perfil”. Por isso, o Movimento Down e Movimento Zika, com apoio da Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção, do Grupo de Apoio à Convivência Familiar e Comunitária e da Fundação Ford, publicou um guia chamado “Três Vivas para a Adoção”, que tem a intenção de fazer essas pessoas que desejam adotar, refletir sobre o assunto e, cada vez mais, novas famílias sejam formadas sem deixar que características físicas influenciem.

Você pode conferir o guia clicando aqui ou aqui.

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