Publicado em 11/05/2021, às 15h07 por Cinthia Jardim, filha de Luzinete e Marco
Após a recomendação da suspensão temporária da vacina de Oxford/Astrazeneca para grávidas, é comum surgirem dúvidas sobre como funciona a imunização para esse grupo. Na última segunda-feira, 10 de maio, o Ministério da Saúde informou que está investigando o caso de uma gestante que morreu após ser vacinada com o imunizante.
“O Ministério da Saúde informa que foi notificado pelas secretarias de Saúde Municipal e Estadual do Rio de Janeiro e investiga o caso. Cabe ressaltar que a ocorrência de eventos adversos é extremamente rara e inferior ao risco apresentado pela covid-19. Neste momento, a pasta recomenda a manutenção da vacinação de gestantes, mas reavalia a imunização no grupo de gestantes sem comorbidades”, diz o ministério em nota.
A Agência de Vigilância Sanitária informou que: “A orientação da Anvisa é que a indicação da bula da vacina AstraZeneca seja seguida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). A orientação é resultado do monitoramento de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas Covid em uso no país. O uso ‘off label’ de vacinas, ou seja, em situações não previstas na bula, só deve ser feito mediante avaliação individual por um profissional de saúde que considere os riscos e benefícios da vacina para a paciente. A bula atual da vacina contra Covid da AstraZeneca não recomenda o uso da vacina sem orientação médica”.
Para te ajudar a entender melhor sobre o tema de vacinação em grávidas e lactantes, respondemos as dúvidas mais comuns sobre o tema. Confira abaixo o que sabemos até agora sobre a imunização contra a covid-19:
Desde março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que antes das grávidas tomarem a vacina contra a covid-19, os médicos sejam consultados antes. Além disso, a OMS limita a indicação dos imunizantes para mulheres com alto risco de contrair o vírus, como pessoas com comorbidades ou profissionais da saúde.
O secretário de Atenção Primária à Saúde Raphael Parente comentou durante uma coletiva de imprensa do Ministério da Saúde que as novas variantes do coronavírus têm sido mais agressivas para as grávidas. “A visão clínica, de especialistas, nos mostra que essa variante nova tem uma ação mais agressiva nas grávidas. Antes estava muito mais ligado ao final da gravidez e puerpério, e hoje a gente já vê uma evolução mais grave inclusive no segundo trimestre (de gravidez), quiçá por vezes no primeiro trimestre“.
De acordo com o Dr. Filipe Prohaska, infectologista do Grupo Oncoclínicas, pai de Letícia e Luisa, as novas cepas ainda trazem novidades em diversos parâmetros. “A verdade é que ainda sabemos pouco sobre essas variantes, e todo o cuidado deve ser ampliado. As gestantes devem, nesse primeiro momento, ter mais cuidado, redobrar as medidas de isolamento social, uso de máscaras e higienização, para evitar não só o covid-19e suas novas cepas, como outras doenças virais que temos no nosso meio”.
Contudo, apesar dos especialistas suspeitarem que as novas variantes possam ser mais agressivas nos casos de covid-19, são necessários mais estudos. “A princípio, elas têm um maior potencial de causar doenças mais severas em qualquer estrato da população, inclusive nas grávidas, mas é tudo não definido, sem estudos robustos comprobatórios. Mas, acredita-se que essa cepa possa realmente ter essa característica de infectar pessoas de forma mais grave, pessoas sem fatores de risco. As questões ainda estão em observação e faltam estudos confirmatórios”, comenta o Dr. Estevão Urbano, infectologista do Hospital Vila da Serra, Presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e Diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia.
No final de abril, a pasta informou que iria incluir todas as mulheres grávidas e puérperas no Programa Nacional de Imunização contra a covid-19. Dividido em duas fases, a imunização teria início até o final do mês de maio, apesar de alguns estados já terem iniciado a campanha.
Mas, na segunda-feira, 10 de maio, foi suspenso pelo Ministério da Saúde a imunização em gestantes. É mantida a recomendação de vacinar grávidas com comorbidades, mas o grupo que não possui nenhuma delas será reavaliado.
A vacinação para grávidas e puérperas pode acontecer em pessoas acima de 18 anos com as vacinas disponíveis no Brasil (CoronaVac, AstraZenaca, que está suspensa temporariamente, e a da Pfizer. Vale lembrar que não existem estudos sobre a imunização para esse grupo.
Sim. Mesmo aquelas que já tiveram covid-19 podem tomar a vacina contra a doença, desde que seja feita a imunização 30 dias após o início dos sintomas. Mas, é superimporante que a recomendação seja feita pelo seu médico.
Não existe um período específico, podendo ser realizada a vacinação desde a descoberta da gravidez. A única recomendação é de que a mulher tenha mais de 18 anos. Em um primeiro momento, serão vacinadas as gestantes que possuem algum tipo de comorbidade. Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul suspenderam temporariamente a vacina da AstraZeneca neste grupo.
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