Gravidez

Tipos de parto: conheça 8 maneiras de dar à luz e escolha a melhor para você

A hora do parto é o momento mais aguardado de toda a gestação. Por isso, merece ser olhada com cuidado e muito estudada - iStock
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Publicado em 17/06/2022, às 10h23 por Cecilia Malavolta, filha de Iêda e Afonso


Do planejamento de aumentar a família até ter um filho nos braços existe uma longa caminhada. Nela, os pais se deparam com muitas expectativas, algumas frustrações e muito estudo para que eles possam aproveitar ao máximo a jornada da parentalidade e a aventura que é criar um ser humano do zero e educá-lo. E, entre os planos e buscas por informações, está o parto.

O momento do nascimento do bebê é, certamente, o mais esperado de todos e também um dos que mais exige que os pais estejam preparados. Não somente para receber o novo membro da família, mas também para que eles saibam quais são seus direitos dentro da sala da maternidade (alô, plano de parto!) e o que a própria mãe deve esperar do tipo de parto que ela terá. Por isso, estudar sobre o assunto é fundamental.

Existem duas vias de nascimento. Uma é a via abdominal, quer seja através da cesariana e a via vaginal através do parto normal”, explica a dra. Erica Mantelli, obstetra, sexóloga e mãe de Giulia e Isabella. No entanto, essas duas maneiras de trazer uma criança ao mundo podem se desdobrar e acontecerem de várias formas diferentes – sempre, logicamente, respeitando as vontades e os direitos da grávida. Aqui, te contamos todas as formas de dar à luz que existem.

A hora do parto é o momento mais aguardado de toda a gestação. Por isso, merece ser olhada com cuidado e muito estudada
A hora do parto é o momento mais aguardado de toda a gestação. Por isso, merece ser olhada com cuidado e muito estudada (Foto: iStock)

Parto normal

No parto normal, a mulher participa ativamente do nascimento do bebê, o parto ocorre por via transvaginal e sem necessidade de cirurgia. Pode-se fazer uso de anestesia para diminuir a dor causada pelas contrações, os tipos mais usados são a raquidiana e peridural. A raquidiana tem ação rápida e pode ser usada no final do trabalho de parto e a peridural pode ser aplicada quando o colo do útero já apresenta alguma dilatação. A recuperação do parto normal é bem mais rápida que a recuperação de uma cesariana. Além disso, complicações como hematomas, dores pélvicas e infecções são menos prováveis neste tipo de procedimento.

Parto natural

A principal diferença entre o parto normal e o parto natural, de acordo com a dra. Erica Mantelli, é que aqui não existe espaço para que a fisiologia da mulher seja desrespeitada (como em casos em que há violência obstétrica). “Ele ocorre pela via vaginal sem nenhuma intervenção. Não há episiotomia, não há uso de fórceps, não há uso de medicamentos para acelerar o trabalho de parto. O parto normal, ele pode não ser natural porque existe parto normal, induzido, existe parto normal com o uso de fórceps ou o uso de instrumentação cirúrgica. Existe parto normal com episiotomia, embora não seja recomendada. Existe parto normal com o uso de medicamentos para a indução do início do trabalho de parto ou até mesmo para coordenação das contrações”, explica a especialista. 

Assim como no parto normal, a mulher pode dar à luz em várias outras posições sem ser a litotômica (ou seja, deitada em uma cama ou maca). Aqui, a grávida é livre para se movimentar e parir de cócoras, em quatro apoios, deitada de maneira lateral ou até mesmo em uma banqueta adaptada para partos. “A mulher deve encontrar e calibrar dados de movimento durante o trabalho de parto, para que ela se sinta confiante e assuma posição para que ela esteja se sentindo melhor, mais apta para ajudar ao nascimento do seu bebê”, aconselha dra. Erica. 

A principal diferença entre o parto normal e o parto natural é que, no segundo tipo, não há intervenções desnecessárias
A principal diferença entre o parto normal e o parto natural é que, no segundo tipo, não há intervenções desnecessárias (Foto: iStock)

Parto Leboyer

Criado pelo médico francês Frederik Leboy, o parto Leboyer foi introduzido no Brasil em 1974 por outro especialista, o médico Cláudio Basbaun. Esse método busca a humanização ao máximo o ato de dar à luz. “Sem violência, ele visa diminuir o trauma do nascimento do bebê. O objetivo é não estressar a criança. Ele é realizado com pouca luz, em silêncio (principalmente após o nascimento). Tem massagem nas costas do bebê e cordão umbilical cortado tardiamente”, explica a obstetra Claudia Rubin.

Parto humanizado

É uma tentativa de tornar o processo mais natural e com menos intervenções médicas — o que é muito positivo, desde que dentro de certos limites de segurança, claro. Tem-se como objetivo dar à mulher ampla autonomia durante o parto e minimizar as intervenções, focando no acolhimento da mãe, dando direito para a grávida de escolher o acompanhante durante o trabalho de parto — o que é um direito assegurado no Sistema Único de Saúde (SUS)  e poucos sabem —, decidir qual a posição para dar à luz, local e a qualidade do ambiente. “O parto humanizado não está exatamente relacionado à sua técnica, mas sim ao acolhimento da gestante”, afirma Cristina Albuquerque, coordenadora do Programa de Sobrevivência & Desenvolvimento Infantil do Unicef, mãe de Rafael Henrique, André Luiz e Arthur.

Parto com hipnose

“A hipnose ensina a trabalhar o subconsciente para atingir objetivos. No trabalho de parto, ela ajuda a diminuir a percepção dolorosa e eliminar a necessidade de analgesia ou retardá-la”, explica a dra. Claudia Glina Rubin, ginecologista e obstetra especialista em reprodução humana na clínica Projeto Alfa e mãe de Carolina e Rodrigo.

Aqui, a hipnose pode ser realizada por um profissional, mas também pode ser feita pela própria grávida durante o trabalho de parto. Para que isso aconteça, é necessário que a mulher passe por um treinamento ao longo da gestação e saiba utilizar essa ferramenta na hora em que estiver trazendo o filho ao mundo. “Além da importância que ajuda o parto, com a hipnose a controlar o medo e a ansiedade que muitas vezes as mulheres enfrentam nesse processo que é o parto e o nascimento. É uma grande ferramenta para esse controle dos aspectos emocionais também, facilitando também assim a liberação de hormônios do bem estar e também da ocitocina, um hormônio fundamental para a contração, auxiliando a dilatação”, completa a dra. Erica.

O parto com hipnose ajuda a grávida a se concentrar melhor no momento e sentir menos dores
O parto com hipnose ajuda a grávida a se concentrar melhor no momento e sentir menos dores (Foto: Getty Images)

Parto natural na água

Dar à luz em uma banheira se tornou uma das maneiras mais populares de parto nos últimos anos porque ele traz muito conforto para a grávida. “O parto na água permite uma melhor irrigação sanguínea para a mulher, melhor relaxamento muscular e a dilatação do colo do útero ocorrer de forma mais acelerada. Isso tudo reduz a dor tanto para a mulher, como também promove melhor bem-estar ao bebê. É também um dos que menos trauma causa à criança, que sofre menor interferência de luz e som durante seu nascimento”, explica Erica Mantelli.

No entanto, é preciso ficar de olho: não são todas as mulheres que podem dar à luz na água. Mulheres com bebês acima de quatro quilos, diabéticas, gestações de alto risco ou com alguma complicação, que precisam ser monitoradas com frequência muitas vezes não conseguirão realizar o parto na água por causa das questões de saúde dela e do filho.

Parto cesárea

O parto cesárea ou cesariana é realizado através de um corte de, mais ou menos, 12 cm no abdômen, abaixo da linha dos pelos pubianos. Embora muito comum, é uma cirurgia de médio porte e não deve ser menosprezada. Para a retirada do bebê, são abertas sete camadas de tecidos, que depois são costuradas, uma a uma. Neste tipo de parto a paciente está sempre anestesiada. As principais indicações para o parto cirúrgico são quando o bebê está sentado (apresentação pélvica), quando a mãe já teve duas ou mais cesáreas anteriores, quando o feto tem peso estimado (pelo ultrassom) superior a 4 kg, em casos de malformações fetais e em algumas situações de doenças relacionadas à gestação, como, por exemplo, a hipertensão materna.

“A cesariana é uma cirurgia que, obviamente, salva vidas. Quando bem indicada, ela realmente vai mudar o desfecho materno e fetal, trazendo benefícios. Porém, ela deve ser indicada de 10 a 15% das gestações, que seriam gestações realmente consideradas de risco e que necessitariam da cesariana. Fora isso, os outros 90% deveriam ser realmente partos normais e todos deveriam ser humanizados, que é você respeitar o protagonismo da mulher e evitar intervenções somente necessárias e respeitar e ter um parto respeitoso tanto para a família, para essa mãe e seu companheiro ou companheira, quanto para esse bebê que está nascendo”, reforça a dra. Erica. Atualmente, o Brasil é o segundo país no mundo todo que mais realiza cesáreas desnecessárias. “Cada vez mais as mulheres estão retomando a consciência de que o parto é algo fisiológico”. 

Cesárea humanizada

Assim como o normal, o parto cesárea pode ser humanizado. Com direito à luz baixa, bebê no colo e mamada ao nascer, como deveria ser sempre. Especialistas listam algumas recomendações necessárias para um parto humanizado:

  • Luz baixa na sala de cirurgia
  • Permitir que a mãe assista ao nascimento do filho, abaixando o campo cirúrgico
  • Não amarrar os braços da mãe
  • Corte tardio do cordão umbilical
  • Prestar atenção à temperatura do ar condicionado para que não esteja tão frio quando o bebê nascer
  • Deixar que a mãe escolha a trilha sonora para o momento do parto

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