Gravidez

A gravidez pode causar alergias? Entenda o motivo para isso acontecer

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Publicado em 14/09/2021, às 09h38 - Atualizado às 09h47 por Redação Pais&Filhos


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De todos os efeitos colaterais após a recuperação de uma gestação (dor nas costas, barriga de pochete que dura alguns meses, e as mudanças de humor), a última que Caroline Prata, uma redatora da Parents, imaginou que sentiria eram as alergias sazonais.

“No início não passava de um nariz entupido que me irritava durante a primavera, logo após o meu primeiro parto. Mas pouco tempo depois levei um susto durante uma caminhada no outono, em que os seios do meu rosto começaram a se fechar e eu comecei a ter dificuldade para respirar. Isso nunca tinha acontecido antes”, ela lembra. Felizmente não era nada para se preocupar, ela foi para casa, tomou um antialérgico e começou a tentar entender o que estava acontecendo.

Na semana seguinte, ela marcou uma consulta médica e confirmou o aparecimento de muitas novas alergias que ela não tinha antes. E mais uma surpresa no meio de toda essa situação: ela descobriu que a gravidez pode fazer com que algumas pessoas desenvolvam alergias.

Como a gravidez pode afetar alergias

A resposta está em apenas uma palavra: hormônios. “As variações hormonais afetam alergias porque o estrogênio e a progesterona estão ligados aos seus mastócitos – que são as células alérgicas”, explica Purvi Parikh, médica, alergista e imunologista. Novas alergias podem surgir durante períodos de mudanças hormonais significativas, incluindo gravidez, pós-parto, perimenopausa e menopausa. “Mesmo durante a menstruação as mulheres podem ter reações mais graves”, explica a médica. “Níveis elevados de estrogênio e progesterona podem causar novas reações, especialmente para alergias sazonais”.

Não é difícil ouvir falar por aí que durante a gestação o sistema imunológico fica mais fraco, e é por isso que você pode estar mais vulnerável a resfriados e gripes (Foto: Freepik)

Para quem tem alergias pré-existentes antes da gravidez, as reações podem variar, e ainda há um mistério em torno do motivo dos sintomas de algumas pessoas serem mais ou menos intensos. De acordo com a doutora Purvi, os sintomas podem tanto piorar, como melhorar  ou manter-se os mesmos durante a gestação.

Gravidez e o sistema imunológico

Não é difícil ouvir falar por aí que durante a gestação o sistema imunológico fica mais fraco, e é por isso que você pode estar mais vulnerável a resfriados e gripes. É por isso também que acredita-se que o simples fato e estado físico de se estar grávida pode deixar o sistema imunológico “aberto” e propenso para o desenvolvimento de novas alergias.

Mas, o que de fato acontece? O nosso sistema imunológico tem dois subsistemas: imunidade inata e adaptativa – e ambas têm respostas diferentes para a gravidez. “Durante a gestação, o sistema imunológico se adapta para permitir a coexistência entre a mãe e o bebê e a placenta, que contêm material genético vindo do pai também. Para manter isso em harmonia, a resposta da parte adaptativa é reduzida. E é por isso que a gravidez é considerada um estado de imunodeficiência”, explica Amina Abdeldaim, médica e diretora do Picnic, uma plataforma que ajuda as pessoas a controlar suas alergias.

Nesse meio tempo, a resposta imunológica inata, que defende nosso corpo de infecções, permanece elevada. E ao atingir esse novo estado imunológico, o corpo pode desempenhar duas funções principais: manter o feto em crescimento seguro de um ataque do sistema imunológico e proteger a mãe de infecções bacterianas e virais prejudiciais.

Se o bebê terá mais chances de ter alergias ou não, isso vai ser determinado principalmente pela genética (Foto: freepik)

Já em relação às alergias, diferente do que você pode ter imaginado lá no início, não são sinais de um sistema imunológico enfraquecido, mas, sim de um sistema ativo ou hiperativo. E isso porque ele confunde um gatilho não ameaçador, como pólen, por exemplo, e ataca como se fosse um patógeno potencialmente fatal. Ainda assim, especialistas acreditam que a relação entre o sistema imunológico e as alergias durante a gravidez é, em sua essência, uma questão hormonal. “O novo comportamento da defesa do corpo é resposta de uma mudança hormonal, pois eles modificam todo o sistema imunológico – e tudo está conectado”, diz Dra. Purvi. “Os hormônios são o que têm impacto direto na imunidade e nas alergias”, ela conclui.

As alergias afetam o bebê?

Qualquer novo problema de saúde pode ser preocupante para quem está grávida, mas felizmente é improvável que um bebê em desenvolvimento seja afetado pelas crises de alergia dos pais, desde que os sintomas sejam tratados adequadamente.

Agora, se o bebê terá mais chances de ter alergias ou não, isso vai ser determinado principalmente pela genética. “Se um dos pais tem alguma alergia, isso aumenta o risco da criança em 50%”, explica Dra. Purvi. Fatores ambientais também influenciam e podem ser considerados parte da causa, enquanto o uso de álcool e tabaco durante a gravidez são fatores de risco para que a criança desenvolva algum tipo de sensibilidade.

O mesmo serve para alergias alimentares, que não necessariamente tem relação com as escolhas alimentares dos pais. Inclusive, existia um mito popular que foi desmentido sobre a alergia às nozes ser causada pelo consumo de pasta de amendoim durante a gravidez. Estudos mais recentes inclusive provam que o consumo dessa comida pode afetar positivamente a criança, reduzindo o risco de alergias. A recomendação médica é que as gestantes façam dieta balanceada e apenas evitem alimentos apenas se houver sensibilidade.

As alergias e o quarto trimestre

A transição de volta para um sistema imunológico pré-gestação acontece imediatamente após o parto, mas ele pode levar de algumas semanas a alguns meses para se estabelecer. E por isso, é possível que você experimente novas alergias no quarto trimestre. Especialistas afirmam que alergias sazonais, assim como as reações a ácaros, mofo, animais e alergias de pele são as mais comuns. Embora seja possível também desenvolver alergia alimentar após o parto, Dra. Purvi diz que elas são muito raras.

Qualquer novo problema de saúde pode ser preocupante para quem está grávida, mas felizmente é improvável que um bebê em desenvolvimento seja afetado pelas crises de alergia dos pais (Foto: Getty Images)

Algumas sortudas podem sentir a diminuição das sensibilidades adquiridas na gestação poucos meses após darem à luz, pois os hormônios voltam aos níveis anteriores a gravidez também. Mas, mais uma vez, é bom lembrar que tudo isso pode variar de uma pessoa para outra. Para Caroline, redatora da Parents, os sintomas permanecem, por exemplo. “Muitas alergias continuam mesmo após o parto, apesar de que, felizmente, estão muito mais moderadas do que no primeiro ano”, conta.

Tratamentos para alergias durante e depois da gravidez

O desenvolvimento de alergias pode não ser totalmente compreendido, mas não é preciso sofrer sem chance de aliviar os sintomas durante a gestação – a não ser que você não esteja no grupo das sortudas. Com a orientação de um médico, certos medicamentos e sprays nasais podem ser usados com segurança durante a gravidez para aliviar os sintomas. Mas antes de qualquer coisa certifique-se de entrar em contato com seu médico se você desenvolver alguma nova alergia neste período ou se os sintomas piorarem.

Estamos aprendendo a todo tempo como esse período milagroso das nossas vidas afeta o funcionamento dos nossos corpos e sistema imunológico, mas sabemos que a mudança hormonal pode desempenhar um papel significativo no estado alérgico de uma pessoa. Felizmente, essas mudanças geralmente são temporárias, e quando tratadas da maneira adequada, não prejudicam o bebê. Os especialistas indicam que os pais procurem ajuda médica se as alergias piorarem ou interferirem na qualidade de vida de vocês.


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