Publicado em 17/09/2020, às 12h59 por Cinthia Jardim
Nesta quinta-feira, 17 de setembro, em uma reunião para decidir o retorno às aulas presenciais, o prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas, e a equipe decidiram não autorizar o retorno para os alunos do ensino infantil, fundamental, e 1º e 2º ano do Ensino Médio. No caso do 3º ano, ainda não está definido se a volta acontecerá em outubro deste ano.
O plano, na prática, visa que nas salas de aula os alunos mantenham o distanciamento de 1,5 metro entre as cadeiras. A nova data de retorno, prevista para o dia 2 de novembro, poderá acontecer no entanto se a situação de contaminação pelo novo coronavírus não piorar no país.
De acordo com Bruno Caetano, secretário municipal de Educação, as quatro séries críticas (3º, 6º e 9º ano do fundamental, além do 3º ano do ensino médio) poderão voltar as aulas presenciais primeiro. “Iniciaremos, quando pudermos retornar presencialmente, pelo terceiro ano Ensino Fundamental, pelo sexto ano do Ensino Fundamental, pelo nono ano do Ensino Fundamental e pelo terceiro ano do Ensino Médio. Há uma razão pedagógica para isso. No ano seguinte, esses alunos estarão mudando de ciclo, tornando a recuperação das aprendizagens mais difíceis”.
Sobre o cronograma do ano letivo, ainda segue sem definições. Segundo o secretário, é “prematuro” falar em suspender as férias de verão para recuperar o conteúdo de 2020. É previsto que após a reabertura das escolas, uma prova seja aplicada para rever os impactos que o ensino causou. “Qualquer questão levantada agora seria não embasada tecnicamente, mas nós vamos, sim, lançar mão de todas as estratégias possíveis para dar tranquilidade aos pais, estudantes e professores de que nós recuperaremos toda a aprendizagem”.
Em entrevista coletiva, Bruno Covas explicou que no dia 7 de outubro, será liberado o retorno para o ensino superior, além de atividades extracurriculares nas escolas como, por exemplo, cursos de inglês. “Não tem mais sentido, com os dados que nós temos, continuar a proibir o ensino superior na cidade de São Paulo. E em relação aos alunos de 0 a 17 anos, de responsabilidade do município, estado e rede privada, vamos liberar a partir de 7 de outubro as atividades extracurriculares”.
Em seguida, o prefeito complementou: “Vamos continuar a realizar os inquéritos tanto de adultos quanto de crianças para poder avaliar e manter essa mesma linha ou de ter outra posição a partir de 3 de novembro”. De acordo com dados do G1, mais de 244 mil alunos das escolas públicas e privadas tiveram contato com o novo coronavírus em São Paulo. Destas, 66% são assintomáticas.
Milton Ribeiro, o ministro da Educação, visa estabelecer um protocolo de biossegurança para a volta às aulas presenciais, focando na educação básica de crianças e adolescentes. O objetivo da proposta é padronizar e evitar que as regiões adotem medidas pouco seguras.
Dentre as recomendações, é importante que o número máximo de alunos por sala seja respeitado, além do distanciamento mínimo e medidas de segurança no preparo da alimentação escolar. Será considerado também peculiaridades e risco de contaminação por faixa etária.
Com R$ 525 milhões repassados para o alivio do impacto financeiro nas escolas, causados pela pandemia, o dinheiro será utilizado para a compra de itens de higiene, serviços de desinfecção de ambientes, pequenos reparos, adequação das salas de aula para receber os alunos e um melhor acesso à internet, de acordo com o ministro.
Segundo entrevista ao UOL, Milton Ribeiro disse que pelo MEC as aulas “voltariam amanhã”, mas que para uma boa decisão, é preciso considerar todos os riscos existentes e respeitas as separações de responsabilidades entre os estados e municípios. “Não temos legitimidade legal para determinar a volta. Podemos dar, sim, as opiniões e oferecer protocolos de biossegurança. Podemos dar todo o suporte, inclusive financeiro. […] Vamos participar do momento de transição até chegarmos à total volta da normalidade”, concluiu.
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