Publicado em 28/05/2022, às 06h15 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo
O Ministério da Saúde passou a recomendar a aplicação da dose de reforço da vacina contra a covid-19 em adolescentes de 12 a 17 anos. A recomendação foi atualizada em uma nota técnica publicada na última sexta-feira, 27 de maio. De acordo com as recomendações, a terceira dose pode ser aplicada quatro meses após a aplicação da segunda dose.
O documento também apontou que as cidades devem dar preferência para a aplicação da dose de reforço do imunizante da Pfizer, independentemente das doses que foram dadas anteriormente. Caso a vacina da Pfizer não esteja disponível, poderá ser utilizado a Coronavac. A mesma recomendação vale para as adolescentes grávidas e puérperas. Os adolescentes imunossuprimidos, por sua vez, poderão receber apenas o imunizante da Pfizer.
Na nota técnica, o Ministério da Saúda explicou que a mudança na estratégia de vacinação se deve ao fato de que existe uma “tendência de redução da efetividade das vacinas” com o passar do tempo e que a circulação de novas variantes do Sars-Cov-2 (o vírus causador da Covid-19) preocupam “em um cenário onde ainda não atingimos coberturas vacinais ótimas”.
“Após a observação de segurança de países que recomendaram a dose de reforço das vacinas contra a Covid-19 para adolescentes de 12 a 17 anos e diante do cenário epidemiológico ainda incerto em relação aos casos de Covid-19 bem como evidências demonstrando redução da resposta protetora do esquema de 2 doses para a variante ômicrom nesta população, há de se considerar a recomendação da dose reforço para este grupo no país”, explica o documento.
A vacinação contra a covid-19 em jovens de 12 a 17anos se iniciou em junho do ano passado. Com isso muitas pessoas alegaram que a causa da morte dos jovens tenha sido o efeito colateral da vacina, porém o Ministério da Saúde realizou uma pesquisa onde mostrou que nenhum óbito teve relação com a vacina.
O dado consta em boletim epidemiológico especial do Ministério da Saúde, que investigou 38 óbitos notificados por estados e municípios e descartou que eles tenham sido provocados pela vacina. Segundo o documento, divulgado na terça-feira (26), desde o início da vacinação até o dia 12 de março, o ministério recebeu a notificação de 3.463 casos de eventos adversos na faixa etária abaixo de 18 anos. Destes, 419 (ou 12,1% do total) foram graves e 38 resultaram em morte, segundo classificação das vigilâncias epidemiológicas municipais e estaduais.
A análise dos casos foi feita com base no sistema de informação e-SUS Notifica, onde há um módulo para que vigilâncias epidemiológicas municipais e estaduais comuniquem casos de eventos adversos. Segundo a investigação, a média de idade dos óbitos informados pelas vigilâncias foi de 13 anos e teve a mesma proporção entre os sexos. O intervalo de tempo entre a vacinação e o início do evento adverso é de, em média, 30 dias.
Uma das revelações do documento é que alguns dos óbitos notificados nem sequer estavam dentro do intervalo possível entre a aplicação da dose e o óbito. “Quatro eventos ocorreram com mais de 30 dias após a vacinação, evidenciando uma relação temporal inconsistente de acordo com a classificação de evento adverso”, apontou.
“Até o momento, não há registro de evento adverso com desfecho óbito na faixa etária de cinco a menores de 18 anos com relação causal com as vacinas utilizadas confirmada”, dizia no boletim especial do Ministério da Saúde.
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