Publicado em 17/11/2021, às 11h51 - Atualizado às 15h03 por Redação Pais&Filhos
Pesquisas afirmam que repetir dose reforço da vacina Pfizer contra a Covid-19, mantém a imunidade contra sintomas graves causados pelo vírus. O estudo foi publicado em uma das revistas científicas mais importantes do mundo, a “The Lancet”.
A pesquisa contou com a observação de mais de 1 milhão de pessoas em Israel, que tomaram ou não a 3º dose da vacina Pfizer. O intervalo das dose reforço utilizado por eles, foi mesmo anunciado pelo Ministério da Saúde no Brasil. A marca preferencial é essa, no entanto, ainda não há uma decisão concreta se irá valer para quem já tomou as duas primeiras doses dessa vacina.
Segundo dados informados pela pesquisa, em Israel, com apenas duas doses foram registradas 231 internações. Já o grupo que recebeu a terceira dose, foram 29. Em relação a óbitos, sem a dose reforço houveram 44. No grupo de pessoas que receberam a terceira, foram 7.
“Nossa escolha é apoiada por altas concentrações de anticorpos em indivíduos 7 dias após a administração da terceira dose”, afirmam no estudo. “É possível, entretanto, que algum grau de proteção comece mais cedo”, acrescentaram.
“Embora um aumento na produção de anticorpos possa ser identificado nos dias 3-5 após a administração da segunda dose de vacinas de RNA mensageiro contra o Sars-CoV-2, para outras vacinas (por exemplo, influenza), anticorpos e células secretoras de anticorpos são detectados já no dia 2 após uma dose de reforço”, continuou a nota.
“Essa proteção é denominada efeito pós-exposição e está bem estabelecida na vacinação para outros patógenos, como varicela, sarampo e hepatite A”, concluíram.
Já no Brasil, após a conclusão do esquema vacinal, o Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira, 16 de novembro, que todos os adultos poderão receber a dose adicional da vacina contra a covid-19. Antes, a medida só era autorizada para alguns grupos de risco.
Para tomar a dose de reforço, é necessário esperar o intervalo de cinco meses após a segunda dose e ter mais de 18 anos. Mais de 12,4 milhões de brasileiros estão aptos, em novembro, a tomar a dose de reforço, de acordo com a coletiva dada pelo ministério.
A preferência é que seja usada a dose da Pfizer como reforço. Mas na prática, a aplicação pode ser diferente para quem tomou determinados tipos de imunizantes. Isso porque, segundo um estudo da Universidade de Oxford, encomendado pelo Ministério da Saúde, a vacinação heteróloga, isto é, com imunizantes de laboratórios diferentes, aumenta a resposta imune.
Para aqueles que receberam as duas primeiras doses de CoronaVac, a preferência é que recebam prioritariamente, a dose adicional da Pfizer. As vacinas Oxford/ AstraZeneca ou Janssen, também serão aplicadas, mas apenas em caso de indisponibilidade da primeira.
Para os brasileiros que tomaram as duas primeiras doses de AstraZeneca, a dose adicional aplicada será da Pfizer. O Ministério da Saúde informou que ainda não decidiu qual será a dose de reforço para quem tomou as duas doses da Pfizer, mas deve definir antes do prazo determinado. As pessoas que tomaram Janssen e AstraZeneca ainda devem tomar a segunda dose da vacina, aguardar os cinco meses, para então tomar o reforço.
A aplicação das doses adicionais devem começar na próxima semana. No entanto, o calendário de aplicação deve ser anunciado pelos estados e municípios. Profissionais de saúde, idosos com mais de 60 anos e pessoas com baixa imunidade, isto é, com câncer, HIV ou transplantadas, por exemplo, já estão recebendo o reforço.
“Estamos juntos em um só objetivo: tornar as políticas públicas ainda mais eficientes. Ultrapassamos os Estados Unidos no percentual da população imunizada. Reforçamos que é fundamental a segunda dose para que se complete o esquema vacinal”, afirmou o ministro da saúde Marcelo Queiroga, durante coletiva de imprensa realizada nesta manhã.
Vale lembrar: todos os imunizantes disponíveis reduzem o risco das formas graves da Covid-19e ajudam a reduzir o número de mortes.
O Ministro da Saúde disse em coletiva que mais de 100 milhões de pessoas estarão aptas a recebê-la nos próximos meses, sendo 12,4 milhões em novembro, 2,9 milhões em dezembro, 12,4 milhões em janeiro, 21,5 milhões em fevereiro, 29,6 milhões em março, 19,6 milhões em abril e 4,3 milhões em maio. A previsão é terminar a aplicação da dose adicional até maio de 2022.
Ainda na coletiva de imprensa desta terça-feira, o Ministério da Saúde divulgou a campanha de megavacinação contra o coronavírus. O objetivo é reforçar a importância de completar o esquema vacinal (dose única ou duas doses) para garantir a proteção de toda a população.
“Muitos não procuraram as unidades de vacinação para tomar a segunda dose. É fundamental essa segunda dose para que se complete o esquema vacinal”, disse o ministro Marcelo Queiroga.
De acordo com Gerson Salvador, médico especialista em infectologia e saúde pública da Universidade de São Paulo (USP), pai de Laura, Lucas e Luís, esse é o momento de ampliar a vacinação. “Seja com duas doses para aqueles que não receberam ou para ampliar a vacinação de adolescentes e de crianças acima de cinco anos. A imunização é fundamental e teria impacto direto na diminuição da circulação do vírus”, garante.
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