Publicado em 22/12/2020, às 17h41 - Atualizado às 17h41 por Maria Laura Saraiva, Filha de Laise e Carlos
O BioNTech, laboratório alemão que produz a vacina contra a Covid-19 em parceria com a Pfizer, informou nesta terça-feira, 22 de dezembro, que consegue produzir um novo imunizante adaptado às novas mutações do vírus no Reino Unido em até seis semanas.
O anúncio foi feito depois que a Inglaterra afirmou que a nova cepa do Sars-CoV-2 pode ser até 70% mais contagiosa que a anterior. “Tecnicamente somos capazes de fornecer uma nova vacina em seis semanas”, disse Ugur Sahin, cofundador do laboratório alemão.
De acordo com os cientistas do laboratório, a rapidez está associada à maneira como a vacina foi desenvolvida. “A beleza da tecnologia do RNA mensageiro é que podemos diretamente começar a conceber uma vacina que imita fielmente a nova mutação”, disse Sahin, em uma entrevista coletiva.
O imunizante da Pfizer utiliza uma cópia do código genético do vírus que deve estimular a produção de uma proteína semelhante ao Covid-19. A partir da presença dessa proteína, o sistema imunológico humano deve desencadear a produção de anticorpos.
Foi encontrado no Reino Unido uma nova mutação do coronavírus, o que deixou outros países no mundo preocupados com a possibilidade de uma nova disseminação do vírus. Por medida de segurança, ao menos 27 países proibiram voos originados do centro da Europa.
Maria Van Kerkhove, epidemiologista da Organização Mundial da Saúde (OMS), levantou um importante ponto: apesar de o mundo estar avançando com a vacina contra a Covid-19, ainda não é possível dizer qual o impacto das que foram criadas até agora sobre a nova variação do vírus.
Foi identificado que a variante é 70% mais contagiosa que a cepa original, mas ainda não é certo se isso aumenta o grau de severidade da doença. De acordo com Kerkhove, isso está sendo estudado por especialistas. Até agora, além do Reino Unido, outros lugares identificarem casos ligados à essa mutação: Austrália, Holanda, Dinamarca e Bélgica.
A epidemiologista disse que a nova variação surgiu aproximadamente em setembro no sudoeste do Reino Unido. “O que é mais interessante desta cepa é que é uma combinação de mutações: é mais de uma”, ela explicou. Apesar da variante ainda estar sendo estudada, Kerkhove alega que os cuidados para se proteger do vírus ainda são os mesmos: uso de máscara, isolamento social, higienização das mãos e evitar aglomerações.
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