Publicado em 03/06/2020, às 16h11 - Atualizado em 14/11/2023, às 17h10 por Yulia Serra, Editora | Filha de Suzimar e Leopoldo
“Todos nós somos preconceituosos”. É com essa reflexão que Paula Batista, jornalista e madrasta de Iara Flor e Sofia Lua, inicia a nossa conversa sobre racismo. Para ela, se trata de uma questão estrutural e cabe a cada um perceber esses comportamentos e começar a mudar de postura. O racismo nunca desapareceu e situações como o caso George Floyd reforçam essa questão. A especialista destaca a importância de falar sobre o assunto, trazer informações e, principalmente, educar as pessoas para que esses comportamentos, de fato, mudem. Mas para a mudança acontecer, ela precisa começar agora e desde as gerações mais novas.
Hoje, Paula entende que nós temos uma “representação negra”, não “representatividade”. O primeiro trata de colocar o indivíduo em pauta, mas o segundo é dar a voz e espaço para que compartilhe experiências e seja protagonista. É preciso falar. Falar na mídia, mas principalmente fora dela, nas ruas e dentro de casa. Esse período de isolamento social e maior convívio é uma oportunidade para debater o assunto em família. “Comece fazendo seu filho enxergar as pessoas negras”, orienta. É necessária a participação de todos nesse movimento.
Ela defende que isso vai muito além de uma questão racial. É sobre respeitar o ser humano. “Aqui em casa é proibido fazer piada de alguém por uma questão estética”, conta. Essa prática não acrescenta em nada e não faz sentido. Diante de tanta diversidade, a solução não é colocar todo mundo na mesma caixa, mas escutar o que todos os grupos têm a dizer. Tudo começa como um exercício diário para então se tornar um hábito.
“Precisamos criar afetividade entre brancos e negros para gerar empatia. E isso começa desde criança”, defende. Para promover o assunto ela e Débora Bastos, publicitária e mãe de José criaram o projeto Criando Crianças Pretas: “O que a gente propõe é uma linguagem prática. Queremos resgatar a criança preta que existe dentro de nós. Hoje falamos sobre racismo sem dor”. Elas enfatizam que a convivência entre brancos e negros precisa ser vista como normal.
Daniela Generoso, professora, mãe de Pedro e Daniel, também acredita que a conversa é o melhor caminho. Mas vai além, propondo que não basta falar, é preciso fazer. “A partir do momento em que a criança vê você fazendo diferença (de cor ou qualquer outro aspecto) entre as pessoas, ela irá reproduzir isso, mesmo que seu discurso seja contrário”, pontua. É importante entender que as crianças são o que vivem e a representação social é fundamental para mudar a realidade.
A identificação também é um ponto chave para reforçar a representatividade. Segundo Daniela, é necessário primeiro a autoaceitação para que depois consigam aceitar o outro. Além de falar e fazer, tem outra questão essencial: escutar o que a criança tem a dizer. Assim, o seu filho irá conversar se algo acontecer com ele e vocês poderão continuar a levantar o assunto em casa para mudar a realidade lá fora. “A partir do momento em que a criança que sofreu racismo for empoderada de si, ela sabe o seu papel dentro da sociedade e fica mais fácil de coibir esse tipo de atitude”, justifica.
Para Kiusam de Oliveira, Doutora em Educação, filha de Erdi e “mãe das crianças do mundo”, um ponto fundamental de entender é que as crianças não chegam como um livro em branco em que os adultos irão preencher. Elas têm opiniões e precisam ser escutadas. “Pensar dessa forma, é como colocar ela em uma caixa com tampa e ensinar que ou você está dentro ou fora. Os adultos enxergam a criança como um ‘vir a ser’, mas ela já ‘é’”, conta. Para a pedagoga, a criança aprende sobre racismo na socialização secundária, ou seja, fora de casa, quando tem contato com o mundo.
“Nessas trocas, olhares e falas, nós nos constituímos”, defende. Por isso, é fundamental inserir o assunto mesmo antes dela dar esse passo. Assim, ela não apenas aprenderá a partir do discurso adulto, como também ensinará com o seu ponto de vista. De acordo com ela, a visão do adulto precisa ser de problematizar e não naturalizar, mas buscando entender o princípio daquele pensamento. Confira alguns conselhos para criar os filhos livres de racismo de acordo com Kiusam:
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“O impacto das práticas racistas, de não ser compreendido é extremamente perverso e danoso, prejudicial para qualquer infância”, afirma. Para ela, as práticas de exclusão geram uma ruptura psíquica em que muitas crianças perdem a autoestima, demorando muito tempo para recuperá-las. Dessa forma, é interessante que os pais valorizem a diferença e tratem com carinho essas questões. “Eu acredito na possibilidade de um mundo sem racismo, por isso estou desde os meus 14 anos lutando pela causa. O combate ao racismo é uma luta para todos”, finaliza.
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