Publicado em 04/02/2022, às 14h00 - Atualizado às 14h54 por Hanna Rahal, filha de Lydiana
Na manhã deste sábado, 29 de janeiro, Tiago Leiferte Daiana Garbin usaram as redes sociais para revelar que a filha do casal, Lua, está com um câncer raro nos dois olhos, chamado retinoblastoma, que acontece nas células da retina. O diagnóstico foi feito em outubro do ano passado e os jornalistas revelaram agora, porque entenderam o quão importante seria alertar outros pais quanto aos sintomas.
Afinal, apesar de rara, esse tipo da doença atinge sim as crianças e precisamos falar sobre isso. Conscientizar a sociedade sobre a importância de reconhecer os sinais de um câncer precocemente, aumenta as chances de cura para milhares de crianças em todo o mundo. Isso é muito importante, considerando que, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer é a doença que mais causa morte entre crianças e adolescentes e 80% dos casos poderiam ter sido curados se o diagnóstico e tratamento tivessem acontecido mais rapidamente.
O retinoblastoma é um tipo de câncer raro que se desenvolve na retina, localizada na parte posterior do olho. As células da retina crescem e se multiplicam, podendo depois se espalhar para o cérebro e medula. A doença é mais comum em bebês e crianças pequenas.
Segundo a pesquisa mais recente do TUCCA (Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer), 90% dos casos ocorrem em crianças com até 4 anos de idade e no Brasil são registrados cerca de 400 novos casos por ano, sendo que 40% são hereditários.
Por ser considerado um tipo raro, pouco se fala sobre o diagnóstico precoce desse câncer, mas se descoberto tardiamente, pode causar cegueira e até levar a criança à morte. De acordo com os especialistas consultados pela Pais&Filhos, é preciso educar a população brasileira e os profissionais da saúde sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer ocular, também tido como o mais comum na infância.
Isso porque, o número de crianças identificadas tardiamente com o problema, quando a doença já está em um estágio avançado, ainda é muito alto no país, cerca de 50%, o que reduz as chances de tratamento e cura do tumor. “O que pouca gente sabe é que, se a doença for diagnosticada precocemente, pode ter cura em até 100% dos casos”, explica o oncologista pediátrico e presidente da TUCCA, Sidnei Epelman, pai de Marco e Fernando e avô de Nina e Eduardo.
O principal sintoma do retinoblastoma é a leucocoria – ou seja, um reflexo branco na pupila, popularmente conhecido como reflexo do olho de gato. Em outras palavras, acontece quando o reflexo da luz fica na superfície do próprio tumor. Além disso, a criança também pode apresentar baixa visão, estrabismo, fotofobia, conjuntivite e deformação do globo ocular. Ele pode afetar apenas um, ou os dois olhos, como foi o caso de Lua, filha de Tiago e Daiana.
Para Hallim Feres Neto, oftalmologista do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, pai de Rafael e Guilherme, é essencial levar o bebê para uma primeira consulta no oftalmologista até os 18 meses. “É com essa idade que existe a maior incidência de aparecimento do retinoblastoma, então é preciso fazer a checagem completa”.
De acordo com o TUCCA, assim que o diagnóstico for confirmado, a criança deve ser encaminhada imediatamente ao oncologista. O retinoblastoma é conhecido por ter um comportamento mais agressivo e o tratamento depende do estágio da sua evolução, e se há envolvimento de outras partes do corpo. O primeiro objetivo do tratamento é sempre tentar preservar a visão.
Além da quimioterapia comum, crioterapia e radioterapia, é utilizada uma técnica chamada de quimioterapia intra-arterial (dentro do globo ocular) feita na artéria oftálmica, onde é utilizado um cateter, que vai da artéria femoral até o olho da criança. A dose de quimioterapia usada é menor e traz menos efeitos colaterais à criança.
“É um privilégio ter a possibilidade de conseguir não só curar, mas salvar o olho da criança. O tratamento padrão é a enucleação (retirada do olho), mas com a quimioterapia intra-arterial podemos salvar o olho e a visão da criança”, reforça Sidnei.
Outras medidas ainda são necessárias para o especialista: “Quem tem histórico de retinoblastoma na família deve sempre informar ao médico oftalmologista na primeira consulta, assim como as crianças diagnosticadas com essa doença, precisam ser acompanhadas a vida inteira, mesmo após o fim do tratamento”, pontua o oncologista.
“A atenção dos pais aos sintomas e exames preventivos como o exame simples de fundo de olho, garantem um diagnóstico precoce e uma maior chance de cura”, avalia Sidnei. O especialista ainda pontua que existem tratamentos sem qualquer custo ao paciente ou à sua família. “Existem atendimentos para todas as necessidades em termos de diagnóstico, tratamento e reabilitação”, conta.
Marlene Oliveira, presidente e fundadora do Instituto Lado a Lado pela Vida explica que a importância de pais como o Tiago Leifert e a Daiana Garbin, pessoas públicas, falarem sobre a retinoblastoma é máxima, principalmente por ser rara e por pouco se falar dela. “Imagine quantos pais nesse momento, podem ter filhos com o mesmo diagnóstico e ao acessar essa informação, conseguem tratar a criança. Ou seja, ajuda no diagnóstico precoce, que pode significar a cura ou uma sobrevida ao paciente”, pontua.
Pensando nisso, profissionais lutam pela conscientização da população há mais de 20 anos e por isso, o dia 18 de setembro, foi instituído o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma. O objetivo da campanha é salvar a visão e a vida de centenas de crianças Brasil afora.
Em um vídeo, publicado no Instagram, Daiana contou que foi Tiago quem notou um “movimento irregular” nos olhos da menina de pouco mais de um ano, que tinha um reflexo branco nos olhos. O casal disse que decidiu compartilhar a notícia para mostrar a outras famílias o que sabem sobre a doença.
“A gente está tratando há quatro meses e pensamos longa e duramente se íamos falar alguma coisa, e o consenso entre família e amigos é que não, que não deveríamos falar nada e focar no tratamento. Vocês que acompanham o casal sabem que a gente é extremamente discreto. A Lua raramente aparece. Só que depois da última quimioterapia a gente começou a mudar um pouco de opinião”, contou Tiago.
Então, o apresentador explicou que ambos decidiram fazer o vídeo como forma de alerta. “O recado mais importante que a gente tem para você que tem um bebê. Se você reparar que tem um movimento irregular no olho dela, se você reparar que a criança te olha de lado, se você reparar que quando você tirar uma foto com flash volta um reflexo branco, vai imediatamente procurar um oftalmologista”, exclamou o jornalista.
Lua já fez quatro sessões de quimioterapia. Tiago e Daiana, no entanto, disseram não saber em qual etapa do tratamento estão. Ainda segundo o casal, a menina está enxergando bem do olho esquerdo, já o direito está “precisando de mais cuidados”. Os jornalistas ainda ressaltaram a importância do diagnóstico precoce de câncer infantil.
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