Publicado em 05/07/2022, às 14h29 - Atualizado às 14h29 por Redação Pais&Filhos
A Julia Alberich, a Juliana Alberich, a Bianca Amorim e a Camila Buchele, tiveram um grande e verdadeira mudança em suas vidas após o período de 30 anos. As irmãs, que foram separadas no berçário, tomaram diferentes rumos na vida. Mas, felizmente, se encontraram pela primeira vez por um acaso do destino. A busca originou-se pela Camila, a qual começou a olhar documentos antigos da avó e descobriu que tinha mais três irmãs.
Separadas ainda bebês, a Camila contou em entrevista ao Farol da Bahia, que as irmãs foram colocadas para adoção, no entanto, ela não conseguiu uma família. A jovem também chegou a viver em algumas casa. Porém, aos 11 anos, foi morar com a avó. O contato com a mãe biológica nunca existiu. “Nunca tive contato com a minha mãe biológica entre filha e mãe. Sabia quem ela era, mas nunca tive contato. E eu sempre me interessei por buscar a minha história, até para que eu pudesse encerrar um ciclo”, falou.
Em sequência, Camila contou que encontrou o pai biológico algumas vezes, cujo faleceu em um acidente quando as irmãs ainda eram crianças. “Eu não morava com ele, minha vó nunca permitiu, devido à condição financeira dele. Mas ele sempre demonstrou interesse e vinha me ver durante os fins de semana”, disse.
Já em 2020, quando a Camila completou 33 anos, ela descobriu de forma aleatória, que o nome da avó dela constava no cartório como testemunha do nascimento de outras três crianças: a Bianca, a Julia e a Juliana. Nesse sentido, foi que ela começou a buscar por respostas e tentou encontrar o paradeiro das irmãs.
A jovem passou a trabalhar em agência de Correios, lojas e cartórios, locais públicos que ela considerava uma boa alternativa para encontrar as familiares. Ou, pelo menos, reconhecer os traços físicos das pessoas que passavam pelos locais em questão. “Eu já trabalhei até no hospital da minha cidade, onde nós todas nascemos. E todo tempo que eu fiquei ali sempre fui atrás das informações de quem trabalhou na época, qual eram os médicos que faziam o parto, quem eram as enfermeiras que trabalhavam na década de 1990”, afirmou.
A Julia, a Juliana e a Bianca até consideravam a possibilidade de terem uma irmã ou irmão, mas relembra que o desejo de irem atrás disso não era tão forte quanto em Camila. O encontro final foi proporcionado por Julia, de 32 anos, em 2020 – que trabalha como jornalista e passou a buscar parentes via Instagram. Ela encontrou um tio biológico, quem a colocou em contato com a Camila.
O encontro com a Bianca veio depois, a qual decidiu adicionar no Instagram pessoas com o mesmo sobrenome, mas sem muita pretensão de desvendar algo. Uma dessas pessoas, era a Camila, que não a reconheceu, visto que, buscava por uma irmã chamada Roberta, nome de nascença de Bianca.
Ao conversarem e trocarem informações, elas descobriram que são irmãs. As duas moravam a meia hora de distância de uma da outra. Bianca em Itajaí e Camila em Brusque, Santa Catarina. Até o momento, as quatro ainda não conseguiram se reencontrar presencialmente. A Julia e a Juliana moram fora do país e, em função da pandemia e do trabalho, ainda não conseguiram vir juntas para o Brasil.
Mas, a Julia e a Camila se encontraram pela primeira vez em 2021, em São Paulo. No ano seguinte, a Bianca e a Camila se encontraram em Itajaí. A Camila até encontrou a mãe biológica depois que descobriu a identidade de todas as irmãs.
“Fui até o local onde ela morava e pedi perdão. Disse que queria ouvir a versão dela, porque toda história tem versões. E muito dos fatos não eram como me passaram (…) Acredito que a gente encerrou também ali um ciclo para reconstruir outro, e vida que segue”, contou.
Por fim, a Bianca contou que as irmãs criaram um grupo no WhatsApp, no qual conversam sobre tudo e tentam conhecem uma a outra aos poucos. “Eu brinco que a gente parece aqueles cadernos de perguntas que tinha antigamente: ‘O que tu gosta de fazer? O que é que tu come? Como é que tu faz tal coisa?’. A gente manda foto do nosso pé, da nossa mão, o que a gente tem de parecido, o que a gente não tem”
“É muito gostoso, é muito legal. Então, a gente tem total consciência de que a gente não teve um passado, mas que, daqui para a frente, a gente vai poder ser realmente irmã, sabe? Apoiar uma a outra, participar da vida uma da outra”, celebra Bianca. “Nós nos tornamos um combustível magnífico para a vida uma da outra”, finalizou.
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