Publicado em 24/03/2021, às 13h52 - Atualizado às 14h05 por Letícia Mutchnik, filha de Sofia e Christiano
Uma jovem de 23 anos prestes a terminar a faculdade de fisioterapia, Aline Martins Almeida Inácio estava preocupada em conseguir logo um emprego. Felizmente, ano passado, a mulher recém-formada por falta de um, conseguiu dois trabalhos, um no Hospital Irmã Dulce, na sua cidade onde mora, Praia Grande, em São Paulo, e outro no Hospital Casa de Saúde de Santos. Os dois quando a pandemia de Covid-19 já havia se instalado.
Desde quando começou a trabalhar a vida de Aline, segundo a UOL, não tem descanso, ainda mais trabalhando na linha de frente contra o coronavírus. “Assim que chego no plantão, a primeira impressão que tenho é sobre a rotatividade por óbito que está muito maior do que a de alta, e isso está afetando ainda mais o psicológico”, começou a fisioterapeuta.
Sobre a rotina no hospital ela ainda explica: “A gente sai do último plantão com o paciente fora do tubo, faz a ventilação não-invasiva, que é um recurso que usamos para postergar a intubação, e daí ficamos na expectativa de que vai melhorar, mas o prognóstico já vem muito ruim, com uma tomografia muito feia, um quadro clínico ruim, alguns indicadores que não vai evoluir bem e, quando a gente volta, às vezes o paciente já está no tubo ou nem está mais no quarto, porque teve uma piora súbita e evoluiu para óbito”.
Aline ainda comentou que hoje em dia não há mais idade para a doença, e o que antes eram pessoas de 60 ou 70 anos na UTI, agora são diariamente jovens. A fisioterapeuta ainda contou um caso que aconteceu recentemente: “Um paciente de 34 anos, obeso e hipertenso, foi internado. Ele chegou com um certo desconforto respiratório e nós, da fisioterapia, aplicamos uma técnica de ventilação não-invasiva”, começou.
“Peguei o plantão com esse paciente de manhã, e ainda dei umas bronquinhas porque ele não queria fazer por ser uma técnica um pouco desconfortável, mas fui orientando porque precisava. Ao final do plantão, a médica entrou no quarto e disse que ele precisaria ser intubado, porque o desconforto já estava moderado”, disse.
Desesperado ele pediu para escrever cartas para as duas filhas pequenas, uma de 9 anos e outra de 3 e mais uma para a esposa. Ele escreveu antes da intubação em uma folha de sulfite, e ele foi escrevendo com a Aline e o médico. “Ele pedia o tempo todo para a gente não deixá-lo perder a vida, prometer que ele não ia…”, contou. O pai perdeu a vida depois de três dias por piora do quadro.
Durante o tempo na UTI, o paciente não tem contato familiar. Inclusive tem pacientes que chegam a ficar 50 ou 60 dias na UTI. Aline explica: “Então a gente se apega, conversa, mas a angústia do paciente e dos acompanhantes acaba com a gente, isso pesa bastante”.
A fisioterapeuta ainda ressaltou que começou a vida profissional durante a pandemia e não sabe como vai ser a rotina de hospital sem a correria toda. “Chego em casa e continuo conversando com os colegas sobre o que aconteceu no plantão, discutindo os casos, com toda aquela adrenalina, aquela energia. Demora para eu chegar em casa e deixar o hospital para trás —não é automático”.
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