Publicado em 08/12/2021, às 15h01 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo
Um surto de lesões que causam coceira acendeu um alerta para os pernambucanos recentemente. Ao todo, ao menos 21 cidades do estado registraram casos com sintomas parecidos. Em uma nota técnica divulgada nesta quarta-feira, 8 de dezembro, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) confirmou a hipótese de que uma espécie de mariposa havia causado o surto. Esta também é a hipótese considerada pela Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde do Recife.
Na nota técnica, que foi assinada pelos médicos Cláudia Ferraz e Vidal Haddad Junior, eles afirmam que “o mistério está resolvido”, já que foi comprovada a existência de cerdas liberadas pelas mariposas do gênero Hylesia nos exames feitos.
Os dermatologistas encontraram cerdas da mariposa em questão na pele dos pacientes após analisar imagens feitas com um microscópio. Esse material, conforme aponta o documento, pode permanecer na pele por dias e até semanas, causando a dermatite.
Uma das hipóteses levantadas anteriormente foi a possibilidade de que essas pessoas estavam com escambiose, conhecida como “sarna humana”. Os pesquisadores consideraram que essa linha de investigação era “absurda” devido ao tipo de transmissão, à distribuição e aspecto das lesões e ao fato de que nenhum ácaro foi achado em muitas amostras de exame.
“Chegamos à conclusão, ao diagnóstico de dermatite causada por mariposas. Esse diagnóstico foi bem estabelecido pela própria característica das lesões, que se localizavam na área dos braços, área exposta, e também pela época do ano, em que ocorre uma proliferação natural das mariposas”, disse a dermatologista Cláudia Ferraz ao G1.
A médica explicou que as cerdas da mariposa são liberadas durante o voo e, assim, entram em contato com a pele, provocando uma reação alérgica com bastante irritação e muita coceira. Ela ressaltou, ainda, que não é necessário o contato direto com o inseto para ser afetado. Basta o voo, que pode liberar as cerdas, levadas pelo ar.
Cláudia também falou sobre os tratamentos dessa doença, agora que foi de fato descoberta. “O tratamento vai de acordo com intensidade dos sintomas. Lesões mais localizadas a gente geralmente conduz com a aplicação de medicações em creme, com corticoides, que têm poder anti-inflamatório, muitas vezes associados a anti-histamínicos, para reduzir essa coceira, e em casos muito acentuados, corticoides orais”, disse a dermatologista.
Os pacientes devem também aplicar compressas frias nas lesões, mas, claro, antes de tudo, buscar um médico para fazer a análise completa e recomentar o melhor tratamento.
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