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Não é bobagem! A importância de escutar seu filho quando ele diz que não gosta ou confia em alguém

Quando a criança não se sente confortável, é muito importante respeitar os limites - iStock
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Publicado em 26/11/2021, às 08h30 - Atualizado em 16/01/2023, às 09h00 por Redação Pais&Filhos


Muitos adultos têm o costume de pedir para os filhos beijarem ou abraçarem outras pessoas, mas nem sempre as crianças costumam se sentir confortáveis com esse gesto. Apesar de não falarem, seja por timidez, insegurança, ou medo, é preciso ligar o alerta quando elas dizem não gostar de alguém.

De acordo com a psicóloga Airam Chaves, pós-graduada em psiquiatria e saúde mental da infância e adolescência, e mãe de Nicholas, Ágatha e Júlia, é muito importante ouvir e entender o que as crianças querem dizer. “Eu costumo sempre aconselhar os pais a buscarem acolher os sentimentos dos filhos. Por exemplo, para entender o que está acontecendo, pode tentar falar o seguinte: ‘eu percebo que você anda um pouco triste, tem algo que eu possa te ajudar?’. Fazendo assim, as crianças se sentem acolhidas. Dessa forma, ficam mais confortáveis para falar o que está pensando e/ou sentindo. Quando o filho sente essa liberdade, cabe cada tradição familiar em dialogar com a criança/adolescente”.

Quando a criança diz não gostar de alguém, alguns adultos podem acreditar que elas estejam no “mundo da fantasia”, de acordo com a psicóloga. Mas, é fundamental ligar o radar e dar ouvidos aos sentimentosdelas. “Nem tudo é tão imaginário assim. Por isso, os pais devem dar ouvido e priorizar a ação da criança. Atentem-se nos comportamentos, na fala, na forma de lidar ou até mesmo de olhar para essa pessoa no qual ela já sinalizou que não confia”, explica a especialista.

Quando a criança não se sente confortável, é muito importante respeitar os limites (Foto: iStock)

Mas, e se meu filho vê uma pessoa pela primeira vez e se recusa a cumprimentar, devo insistir?

É fundamental respeitar os limites da criança e não forçar a fazer algo que elas não se sintam confortáveis. Além disso, vale lembrar que elas possuem comportamentos naturais, diferente dos adultos, que tendem a “disfarçar” para falar com alguém. “As crianças sinalizam com mais transparência que não está à vontade de trocar afetividade ou contato com aquela pessoa. Então, devemos, sim, respeitar, porém, os pais precisam buscar entender (no momento mais oportuno), o motivo daquela recusa. Pode ser que ela simplesmente não foi com o perfil daquela pessoa, e tudo bem!”, completa a psicóloga Airam Chaves.

De olho na violência infantil!

Seja ela física, emocional, psicológica ou sexual, a família tem um papel fundamental em trazer confiança e mostrar que a criança está segura para se abrir. De acordo com a psicóloga, em questões como essa, os pais podem perceber algumas mudanças no comportamento que podem indicar possíveis sinais de abuso. São eles:

  • Alterações do comportamento (agressividade demasiada, sono excessivo, irritabilidade)
  • Presença de interesse para assuntos relacionados a sexualidade, brincadeiras de cunho sexual, desenhos que tenham partes íntimas ressaltadas
  • Isolamento social repentino, distanciamento dos colegas, da família ou regressão, tais como medo de dormir sozinho(a), voltar a chupar dedo.
  • Aparecimento de sintomas físicos, tais como dores de barriga e cabeça constantes, sem causa específica

Na pandemia, por mais que exista naturalmente o afastamento e as crianças evitem beijar e abraçar outras pessoas, a família pode notar sinais de que existe algo errado na hora de cumprimentar ou falar com adultos. “É possível reparar quando se observa o afeto nessa troca de beijo e abraço. Normalmente, a criança vai recusar estar perto dessa pessoa, se sentir retraída, e apresentar sinais de nojo como cara feia, semblante de medo. Existe uma diferença de não trocar afetividade com o outro por não poder e/ou por não querer”, explica Airam Chaves.

Quais são os tipos de violência que a criança pode sofrer?

De acordo com Telma Abrahão, educadora neuroconsciente, escritora e mãe de Lorenzo e Louise, violência pode se classificar em: física, emocional, sexual, maus tratos e negligência. Nestes casos, uma das primeiras coisas a mudar é o comportamento da criança, que, geralmente, tende a ficar na defensiva, além de reclusa e quieta. “A base para uma boa educação começa com uma relação de qualidade entre pais e filhos, para que os filhos possam ter nesses pais uma referência e assim, absorvam os limites e ensinamentos que lhes estão sendo passados. E uma relação de qualidade não é construída pelo medo, mas com firmeza e amor!”, completa a Dra. Francielle Tosatti, Pediatra, da Sociedade Brasileira de Pediatria, especialista em em Emergências Pediátricas pelo Instituto Israelita Albert Einstein.

José Roberto Sanches, advogado, mestre em direito Constitucional, especialista em Direito Processual e pai de Letícia e Rafael, explica que a partir da lei é possível classificar também as maneiras mais frequentes de violência infantil:

  • Violência física: atos violentos nos quais se fez uso da força física com o objetivo de ferir, lesar e provocar dor ou sofrimento. Nessa categoria estão desde as lesões leves, como eritemas (vermelhidão ocasionados por tapas, por exemplo), até as tentativas de homicídio e homicídios consumados.
  • Violência sexual: todo envolvimento de uma criança em uma atividade sexual na qual não compreende completamente. A lei prevê como estupro a relação sexual com pessoa menor de 14 anos, mesmo com o consentimento dela.
  • Violência psicológica: corresponde ao dano emocional e à diminuição da autoestima. Temos como exemplo os gritos, as ameaças e os xingamentos.
  • Tortura: pode ser física ou psicológica. Tal crime é submissão de alguém sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Os pais precisam dar apoio e sempre ouvir o que as crianças tem a dizer no momento mais oportuno (Foto: iStock)

Recusar beijos e abraços pode ser um sinal de trauma

Se afastar de uma situação pode ajudar a criança a organizar seus pensamentos e ações. A partir desse hábito, ela consegue analisar com mais facilidade uma possível condição de abuso. “A recusa faz com que o cérebro não envie informações para o consciente, fazendo com que, possivelmente, haja um trauma subjetivo”, explica Airam.

Os pais podem (e devem!) auxiliar os filhos nesse processo. Além disso, é muito importante que a família saiba identificar quando há algo errado: “É importante que os pais possam acolher a criança que está sofrendo. Mostrar que se importam com dor que ela está sentindo. Mas é essencial que se procure a ajuda profissional. Assim, a forma de lidar com esse trauma será mais benéfica. Lembrando que nem toda criança apresentará traumas de uma ação. É necessário entender a intensidade desse pânico”, conclui Airam.


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