Publicado em 04/01/2021, às 10h52 - Atualizado às 10h53 por Letícia Mutchnik, filha de Sofia e Christiano
Millie Denver, de 6 anos, começou a ficar doente após 3 colegas da escola terem catapora. Os sintomas da pequena deixaram a mãe preocupada que com urgência a levou ao hospital. Chegando lá, os médicos verificaram que Millie estava a ter uma reação rara à infeção da Covid-19, que não sabia que tinha.
A mãe da criança disse em entrevista ao Mirror UK que ficou preocupada com o fato das manchas, que ela pensava serem da catapora, não incharem. Para além dar manchas a menina tinha febres muito altas (de até 39,9º), vomitava e estava muito pálida. “Todos os seus sintomas eram consistentes com catapora, mas quando as manchas não começaram a formar bolhas, fiquei preocupada. Ela estava com tantas dores no carro que você não conseguia tocá-la. Eu tive que carregá-la para o hospital e segurá-la porque ela estava toda mole”, completou ela.
Outros exames mostraram que Millie teve os rins e o fígado afetados devido a doença. “A princípio, eles perceberam que ela estava com uma infecção em algum lugar, mas não conseguiram resolver. A frequência cardíaca dela estava muito alta e eles disseram que iriam colocá-la para dormir, dar um descanso aos órgãos e ajudar seu corpo a se recuperar. Quando a transferiram, ela estava dormindo, com tubos por toda parte e amarrada a um carrinho. Meu coração batia tão rápido e eu me sentia mal, não podia perder meu bebezinho. Eu senti que não conseguia respirar. Eu não pude viajar na ambulância com ela por causa da covid. Eu simplesmente não conseguia lidar com isso. Eu precisava ficar com ela”, adicionou a responsável.
Elizabeth, que também é mãe de Elsie, 9 anos, e Felicity, 12, disse que Millie ficou oito dias se recuperando no hospital, mas, felizmente, a menina recebeu alta no dia 23, a tempo para o Natal. Segundo a mãe, a recuperação foi rápida com o auxílio da fisioterapia. “Foi um alívio ouvi-la rir com as irmãs na véspera de Natal. Dias depois, passamos por parques cheios de crianças brincando juntas. Ninguém sabe que a covid pode ser tão ruim para eles”, finalizou.
Nos últimos meses, os hospitais têm feito um alerta sobre o aumento de casos de coronavírusem São Paulo. Com as crianças, não foi diferente. De acordo com o Sabará Hospital Infantil, especializado no atendimento pediátrico, essa taxa foi ainda maior em novembro. “Em relação aos testes para SARS-CoV-2, entre os exames coletados durante outubro, tivemos 53 amostras positivas, enquanto em novembro foram 101, o que representa um aumento de 90%”, explicou o gerente médico e infectologista Dr. Francisco Ivanildo Oliveira, do Sabará Hospital Infantil.
É superimportante reforçar a importância das medidas para preveniro contágio de crianças e adultos. Como estratégia, tem se adotado o convívio social em bolhas, pois se ocorrer a contaminação, ela permanece em um grupo menor, sem que ocorra a expansão para outras pessoas. Desta maneira, vale lembrar sobre evitar contatos desnecessários, como aglomerações e participação em festas e eventos.
“A bolha social é ampliada a partir do momento em que tiramos as crianças de casa ou se os pais participam de atividades sociais. Por isso, o retorno às aulas deve ser encarado com toda atenção. Além disso, é importante salientar que a vida na escola não traz apenas benefícios de aprendizados, mas também psicológicos e de socialização. Dessa maneira, seguir todos os protocolos de saúde para evitar contaminação tanto entre as crianças como nos profissionais da educação é fundamental”, comenta o especialista.
Com um protocolo para a retomada das aulas, o Sabará Hospital Infantil se uniu com diversas instituições para orientar pais, alunos e professores durante a pandemia com o Sabará nas Escolas. “Como não somos educadores de crianças e adolescentes, temos capacidade limitada para avaliar todas os aspectos operacionais e logísticos das atividades executadas em uma sala de aula ou escola. Entretanto, esse será um trabalho em conjunto, desenvolvido a partir das diretrizes nacionais e internacionais com especialistas, educadores e os pais para minimizar os riscos de contaminação“.
Contudo, conversamos com o Dr. Francisco Ivanildo Oliveira para esclarecer os mitos e verdades sobre o coronavírus em crianças, além de alertar sobre a importância de se proteger durante a pandemia da doença no Brasil.
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