Publicado em 11/12/2020, às 08h38 - Atualizado às 08h42 por Camila Montino, filha de Erinaide e José
Francismar Prestes Leal, de 51 anos, médico que atua na linha de frente do combate ao coronavírus, passou cinco dias internado após testar positivo para covid-19. Em entrevista ao G1, o profissional da saúde que atua no cuidado de pacientes com a doença desde o primeiro caso registrado em Maringá, no norte do Paraná, conta que chegou a entubar colegas de trabalho que não resistiram à Covid-19.
“Não está sendo fácil lidar com uma doença infecciosa tão complexa e com a negação dela por parte da população. Estamos todos exaustos, fisicamente e mentalmente. Tenho medo de adoecer ou de morrer dessa doença que ainda não entendemos direito”, conta.
O médico que trabalha cerca de 200 horas mensais, deu entrada no hospital na última quinta-feira, 03 de dezembro, mas desta vez como paciente. Francismar foi internado com cerca de 30% do pulmão acometido pela doença. A esposa dele, de 38 anos, também precisou ser internada, e com um quadro ainda mais preocupante: 50% do pulmão afetado e diagnóstico de embolia pulmonar. Ela é enfermeira e não possui doenças pré-existentes. O casal, que já se recupera em casa desde o último dia 8, possui quatro filhose todos testaram positivo, mas apresentaram sintomas leves.
“Não entendo por que as pessoas estão se expondo a algo que pode matá-las ou matar quem elas amam. Imploro como médico, como marido de uma esposa que está lutando neste momento contra um quadro grave da doença, e como pai de quatro filhos infectados, se cuidem”, disse o médico, que classificou como “assustador” o comportamento de pessoas que ignoram medidas sanitárias e de distanciamento social.
Francismar ainda conta que chegou a entubar dois colegas de profissão que também atuavam no combate à pandemia, e que eles acabaram morrendo por causa da doença. “Entubei dois colegas, algo muito traumático para qualquer um, e os dois faleceram apesar de todo o esforço que fizemos. É terrível a sensação de perder colegas que lutavam tanto para salvar vidas, expondo-se e expondo seus amados”, lamentou.
Assim como Francismar, a médica Ana Karyn Ehrenfried de Freitas, que também atua no combate à Covid-19 no Hospital Vitória, em Curitiba, afirma ser “revoltante” ver parte da população não tomar os cuidados básicos. “É difícil. Dá vontade de pedir para a pessoa se colocar no nosso lugar. Nós ficamos revoltados, indignados e inconformados. Parece que as pessoas não entenderam ou que só vão perceber que é real quando acontecer com alguém próximo”, disse.
Ana também fala sobre a exaustão após meses de pandemia. “É um esgotamento não só físico, mas mental. Nós perdemos muitos pacientes. A Covid-19 é uma doença cruel. A reação é muito diferente na questão de resposta dos pacientes em estado grave. Tentamos de tudo e eles não respondem, é frustrante”, desabafou.
Ao se deparar com um novo pico no número de casos, a médica diz que muitas vezes o sente que não ter forças forças suficientes. “Ver tudo aumentando outra vez dá a sensação de que não vamos ter forças. Mas cada vez que a gente vai para a UTI temos que tirar forças de onde não temos, porque sabemos que as pessoas precisam de nós”, disse.
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