Publicado em 09/08/2020, às 05h11 - Atualizado em 06/08/2021, às 18h39 por Redação Pais&Filhos
O jornalista e palestrante Marcos Piangers não teve o privilégio de crescer com uma figura paterna por perto. Há 15 anos, quando recebeu a notícia de que seria pai pela primeira vez, teve que aprender tudo “do zero”. Hoje, ele é autor de livros sobre o assunto, nosso colunista e usa as redes sociais para compartilhar os seus aprendizados com as filhas Anita e Aurora. Neste bate-papo ele fala sobre paternidade e como construir famílias felizes, mesmo sem referências.
1. O que é felicidade para você? Marcos Piangers: Felicidade é uma autobiografia que nos dá orgulho. Tem a ver, em primeiro lugar, com autoconhecimento – a forma que estou vivendo faz sentido pra mim? – e, em segundo lugar, com a coragem de organizar a nossa vida com base naquilo que nos preenche. Quando nossa vida chegar ao fim olharemos pra trás, para avaliar nossa autobiografia. Escrevê-la de um jeito bonito, todos os dias, nos faz felizes.
2. Filho é sinônimo de felicidade? MP: Algumas pesquisas mostram que é o contrário (risos). Filhos, em geral, nos apresentam desafios que podem ser confundidos com infelicidade. Mas acredito que as dificuldades dão mais sabor para as conquistas. No curto prazo, filho é um desafio tremendo. No longo prazo, realização.
3. Você é feliz sendo pai? MP: Sou surpreendentemente feliz sendo pai. Eu não esperava que isso fosse acontecer e que eu seria tão realizado. Uma vez eu vi uma entrevista em que o Ariano Suassuna disse que, depois de velho, ele descobriu que odeia viajar de avião e tomar café. Eu tenho a sorte de ter descoberto muito cedo que a paternidade é algo que me realiza e que me traz muita felicidade. Então, eu pude reorganizar a minha vida para priorizar isso e estar mais perto da minha paternidade. E isso me aproxima profundamente da felicidade.
4. A paternidade traz muitas dúvidas. Como você lidou com tantas emoções juntas? MP: Temos na geladeira aqui de casa um jogo de ímãs com sentimentos. Medo, ansiedade, sono, sede, fome, raiva, nojo, alegria, tristeza. A paternidade mistura todas as emoções ao mesmo tempo. No começo, os sentimentos ficam todos amontoados, embaralhados. Meus maiores erros acontecem quando deixo os sentimentos se misturarem, sem entender a que estou reagindo. Quando entendo minhas emoções e sei lidar com elas, costumo acertar como pai.
5. Ser pai no século XXI é diferente. Você acha que é mais fácil ou difícil alcançar a felicidade ou ser feliz hoje em dia? MP: A felicidade é uma invenção moderna. Na Idade Média não existia essa questão – você apenas cumpria sua função na comunidade. A busca pela felicidade é coisa recente. Está mais difícil ser feliz se você se comparar com o ideal de felicidade dos outros. Todos estão felizes nas redes sociais, ninguém tem problemas. De outra forma, está mais fácil de ser feliz se você tem acesso a conteúdos que te ajudam a se autoconhecer. A felicidade só existe dentro da gente, não fora.
6. O seu conceito de felicidade mudou depois que você se tornou pai? MP: Quando chega uma criança, sua vida se transforma completamente. Até a Anita nascer, eu achava que a minha vida era sobre mim, a minha história e as minhas conquistas. Depois que minhas filhas chegaram, minha vida passou a ser sobre elas e sobre o mundo que vou deixar para elas. Então, o meu conceito de felicidade se transformou. Hoje ter uma vida feliz para mim é estar perto de quem eu amo e, ao mesmo tempo, conseguir entregar algum valor para a sociedade.
7. Como você ensina às suas filhas o que é felicidade? MP: Nós ressaltamos e reforçamos a ideia da valorização dos amigos, da família, das experiências, do respeito às pessoas… A felicidade é algo empírico, que conseguimos garantir quando estamos rodeados de amigos, da família e quando valorizamos mais experiências do que bens materiais.
8. Como foi exercer a paternidade sem ter a referência de um pai presente na sua memória para se espelhar? MP: Sempre quis ter um pai amoroso e participativo, que fosse inspiração pra mim nas questões de criação de filhos e relacionamentos amorosos. Acredito que um pai presente muda tudo: melhora a vida da esposa, do filho, e dele mesmo. Assim, é muito mais difícil e doído ser pai sem ter tido um bom pai. Fico feliz de ter quebrado um ciclo de abandono. Daqui a duzentos anos esta minha decisão ainda terá um impacto no mundo.
9. Acha que essa falta gera uma cobrança para ser um “pai perfeito” e acertar? MP: Não. Eu me sinto mais cobrado a acertar por conta da notoriedade que o meu trabalho conquistou. Como eu falo muito sobre paternidade, acho que as pessoas me olham sempre esperando que eu seja um pai perfeito e que as minhas filhas se comportem no avião, no restaurante, nos vídeos… E isso não me atrapalha, na verdade, até me ajuda. Faz com que eu me esforce cada vez mais para ser um pai melhor.
10. Você é o pai que gostaria de ser? MP: Eu acho que eu posso melhorar um pouco. Eu poderia convencer as minhas filhas a fazer mais exercícios e interagirem de uma forma menos tecnológica, por exemplo. Nisso eu falho como pai. Agora na quarentena tenho sido um pouquinho mais relaxado do que o normal. No dia a dia nos esforçamos para ter uma vida mais saudável e longe da tecnologia, mas durante a pandemia nós estamos impactados emocionalmente de uma forma tão profunda que tenho relaxado justamente para dar algum conforto nesse período de tanta tribulação.
11. Para você, família é tudo? MP: Família é um dos pontos de maior apoio que um ser humano pode ter. É o seu contato, num primeiro momento, com o mundo. Você entende o que é ser uma pessoa vendo os valores que recebe do seu pai e da sua mãe. Quando você passa pelos momentos difíceis, sabe que ainda tem uma família para te amar e apoiar. Digamos, então, que família é uma grande parte, um ponto muito importante da vida.
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