Publicado em 24/07/2019, às 09h12 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h27 por Yulia Serra, Filha de Suzimar e Leopoldo
“Guardar os sentimentos não faz com que eles desapareceram”. Seguindo esse princípio, a psicóloga especialista em família Renata Bento, mãe do João Pedro e do Eduardo, lembra a importância de extravasar de alguma forma.
Quando a mulher se torna mãe, é comum que o foco seja direcionado para o bebê e isso faz com que ela não se sinta no direito de assumir que também precisa de atenção. Por isso, a especialista enfatiza: “Não existe super mulher e nem super mãe”.
É importante ter um espaço para falar das inseguranças e angústias da maternidade. Ter uma rede de apoio facilita a mãe encontrar o seu próprio estilo materno, por isso ela elogia a iniciativa do site Antes de Mim, que destina um local para que as mães possam escrever sobre os pensamentos anonimamente.
“O fato da mulher não se identificar possibilita a exposição do problema e não a exposição pessoal”, acrescenta. E as outras que acompanham as publicações podem se identificar e entender que não é um sentimento exclusivo.
Como a maternidade é um momento da vida bastante idealizado, essa conversa se torna fundamental. “Encontrar outras mães que de forma verdadeira possam trocar experiências boas e ruins é um alento e poderá ser enriquecedor”, conta.
Considerando que outras mulheres podem reagir aos comentários com “Eu também”, “Abraçar” ou “Curtir”, fica ainda mais interessante a troca. Esse espaço possibilita a circulação de novas ideias e perspectivas.
Mas muito além da ajuda como grupo, há a ajuda individual. “Ter a noção da próprias dificuldades e conversar sobre elas é mais do que meio caminho andado para buscar formas de administrar e resolver”, opina.
É normal que as pessoas tenham vergonha em reconhecer os sentimentos, principalmente os que são considerados negativos e expor eles permite que não fuja. Além de ser uma forma de reavaliar essas emoções.
Mas Renata faz questão de ressaltar que desabafar não significa tratar o problema. Para ajudar de fato a mãe a ver as questões positivas dentro das dificuldades da maternidade, a melhor saída é procurar um especialista e seguir o cuidado indicado.
Por hora, a psicóloga dá quatro dicas para melhorar a relação familiar:
Por fim, Renata comenta que falar sobre a dor pode ajudar a ressignificar esse trauma e, apesar dele, experimentar a vida com mais alegria. “Não é fraqueza demonstrar sentimentos. Ao saber sobre cada um deles, a pessoa se torna mais forte”, conclui.
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