Publicado em 30/09/2020, às 12h34 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo
A pandemia de coronavírus fez com que muitos hospitais ao redor do mundo proibissem que as gestantes tivessem um acompanhante na hora de algumas consultas. Foi isso que aconteceu com Vikki Smith. A mãe precisou passar por uma série de exames e consultas pré-natais sem a presença do marido, Ben. Por já ter tido outros 3 bebês, a mãe conseguiu lidar bem com o fato de que teria que passar por esses processos sem a companhia do marido. Vikki, no entanto, precisou ser mais forte que esperava ao receber, sozinha, a notícia de que o coração da filha havia parado de bater.
O marido de Vikki Smith, Ben, não teve permissão para comparecer à última consulta do bebê no Hospital Great Western em 6 de abril. Foi lá que a equipe pré-natal descobriu que o coração de Pippa parou na 37° semana de gestação de Vikki. “Pippa era nossa quarta filha e tivemos uma gravidez bastante simples, nada aconteceu que nos fizesse pensar que algo poderia dar errado”, disse Vikki, ao portal britânico Swindon Adviser.
“Eu fiz uma varredura de crescimento e foi quando descobriram que o coração havia parado. Eu achei que nada pudesse dar errado nesta fase da gravidez e é por isso que quero falar sobre isso, porque não acho que existem muitas histórias assim. Foi um grande choque, ficamos arrasados e ficou mais difícil por causa de tudo que está acontecendo com a Covid-19. Eu estava sozinha quando descobri porque os parceiros não podem entrar quando você faz as varreduras, o que é horrível, porque precisei enfrentar tudo isso sozinha”, relatou.
“Esta foi a pior coisa que já passei, eu não desejaria isso ao meu pior inimigo. Acho que ambos os pais deveriam ter permissão para entrar porque as coisas dão errado. Eu achei muito traumático”, desabafou.
Vikki, de Hannington, elogiou a equipe do hospital pela compaixão após o nascimento de Pippa. “O Hospital Great Western tem um quarto dedicado aos pais que perderam seus bebês e é bem decorado, o que o torna mais acolhedor. Isso nos deixou mais confortáveis. A parteira e o pessoal do hospital foram absolutamente fantásticos. Eles não trataram Pippa como qualquer outro bebê, trataram-na como se ela fosse muito importante. Isso tornou a situação mais fácil para mim e para meu marido”, contou.
Para manter a memória de Pippa viva e para agradecer àqueles que apoiam as famílias após um aborto espontâneo, natimorto ou morte neonatal, Vikki lançou uma página de doações no Facebook, tendo arrecadado £ 500 de sua meta de £ 600. O dinheiro irá para a Sands – uma instituição de caridade que oferece apoio a famílias afetadas pela perda de um bebê.
“Quando você perde um bebê, Sands abastece hospitais com caixas de memória que vão para os pais. Recebemos uma caixa e tínhamos um pequeno cobertor, vela, chaveiros, ursinhos de pelúcia e as impressões das mãos do nosso bebê dentro. Isso já aconteceu com tantas pessoas que queria apoiar um serviço que ajudasse os pais”, finalizou.
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