Publicado em 02/09/2021, às 09h25 por Pedro Pilon, filho de Valéria e Álvaro
Luciano Huck publicou o livro “De porta em porta”, que escreveu na pandemia, e relembrou o momento que o irmão, Fernando Grostein, de 40 anos, revelou que era gay para ele. Em 1999, com 28 anos, Luciano foi o primeiro membro da família a receber a notícia e disse que ficou em choque ao ouvir as palavras “Eu sou gay”, do irmão. Ele dedicou um capítulo inteiro da obra para contar sobre o momento e como isso afetou na vida dele.
“Quando Fernando, aos 20 anos, marcou sua posição e falou, ‘olha, eu sou gay’, essa é minha vida, isso não é uma escolha, esse é o meu ser, é como eu sou’, eu disse: ‘o.k.’. Mas, num primeiro momento, tive um certo choque – por razões que têm a ver com a forma obtusa, estúpida e quase desumana como o mundo dita as regras de comportamento, mas também porque você quer que a vida da pessoa que ama seja uma estrada asfaltada, sem buracos e pouco sinuosa. (…) No mundo em que vivemos, (…) embora isso esteja mudando, assumir-se gay ainda significa, infelizmente, enfrentar uma dose pesada de preconceito“, escreve o apresentador no livro.
Huck refletiu sobre as mudanças de mentalidade e como isso foi um choque de realidade para ele. “A ‘libertação’ começou naquele dia em que Fernando me mostrou que não éramos nem tão parecidos nem tão próximos quanto eu imaginava. (…). Hoje, vejo o quanto os anos e anos em que fui submetido a uma espécie de pós-graduação machista – que assolou e assola minha geração e muitas outras – me tonaram incapaz de enxergar os preconceitos que pensei, disse e fiz, e, pior ainda, as coisas importantes que deixei de pensar, dizer e fazer. (…) Hoje sei que também tive medo de enfrentar meus próprios preconceitos”, disse.
“De forma estúpida, eu achava que tinha uma certa obrigação de reproduzir com ele as toxidades que havia absorvido em nome da virilidade, de uma ‘tradição’ abjeta que gerou multidões de homens traumatizados e, no mínimo, sexualmente confusos. (…) Dada a toda carga de referências machistas e homofóbicasque a sociedade brasileira me entregara – e o preconceito e o sofrimento que imaginei que isso traria para o Fernando e para a minha família – minha primeira sensação foi, de fato, a de perder o chão. Começa ali um embate entre tudo o que tinha entranhado em mim, fruto daquilo que hoje é chamado de machismo estrutural, e minha tentativa de tentar compreender e processar as novas informações e formar uma nova consciência”, continua.
Ele ainda descreveu o exato momento em que o irmão deu a notícia: “Luciano perdeu o chão, mas o seu instinto imediato foi de acolhimento. Proteção. Lembro que a primeira coisa que ele fez foi me dar a mão, me abraçar e dizer que estávamos juntos. Eu estava buscando aceitação”.
Ele finalizou com uma declaração, em que agradece o irmão por toda relação de carinho, e diz que sente muito orgulho dele: “Não foram poucas vezes em que meu irmão e eu revisitamos nossas dores e emoções nesse tema. Muitas conversas, alguma discussões. (…). Chegar a esse ponto de aprendizado não foi fácil. (…) Foram anos de encontros e desencontros, algumas brigas e reações explosivas de ambos os lados. Acho importante frisar reiterar isso, para deixar claro que nossa vida em família fica bem longe de ser um script de comercial de margarina. (…) É por isso que eu exponho aqui, sem medo, as entranhas da nossa intimidade familiar. (…). Por acreditar que essa história contribui, de alguma forma, par tornar esse mundo melhor”.
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