Publicado em 02/03/2023, às 11h24 - Atualizado às 13h27 por Redação Pais&Filhos
A partir do dia 5 de março, algumas alterações na Lei do Planejamento Familiar passam a ser válidas, e dizem respeito a aspectos importantes sobre a realização da laqueadura ou vasectomia no Brasil. Agora a lei permite que homens e mulheres façam o procedimento sem a autorização prévia do companheiro. Além disso, a idade mínima para a realização das operações diminui de 25 para 21 anos.
Outro ponto importante é que, caso o paciente tenha menos de 21 anos e já possua dois filhos vivos, também é possível solicitar a realização de ambos procedimentos. De acordo com a Secretaria da Saúde, entre entre 2016 e 2022 foram realizadas 4.888 laqueaduras e 7.288 vasectomias pelo SUS. Vale lembrar que o primeiro atendimento referentes aos procedimentos na rede pública é feito na unidade básica de saúde mais próxima da sua casa.
Leandro Santos, membro Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal, contou ao G1 que essas operações são simples e seguras.”É importante que as mulheres e homens recebam a devida informação e tenham todas as suas dúvidas esclarecidas de forma isenta de opiniões, se restringindo para a parte técnica envolvida e nas possíveis implicações de cada procedimento”, disse.
Ser mãe é uma decisão superimportante e que precisa ser pensada com muito carinho. Ao falarmos da laqueadura, ou ligadura tubária, como um método contraceptivo, por exemplo, a segurança pode chegar em até 99% de eficácia, mas caso haja algum tipo de arrependimento após a cirurgia, as chances de reversão são baixas e pode ser necessário optar por outros métodos para poder engravidarnovamente.
É um procedimento de esterilização que interrompe o fluxo das trompas, não deixando que o espermatozoide chegue ao óvulo durante a ovulação. Segundo a especialista, pode ser feito a partir de um corte ou amarrando a tuba uterina. Dessa maneira, a mulher não consegue engravidar.
Existem dois tipos de procedimentos de laqueadura, a abdominal e a vaginal. No primeiro caso, Fernanda comenta que o pequeno corte abdominal pode utilizar a mesma cirurgia da cesárea, por exemplo. Outra opção é a videolaparoscopia, que é minimamente invasiva e feita a partir de uma endocâmera no abdômen.
No caso da laqueadura vaginal, é possível realizar a colpotomia, uma incisão feita pelo fundo-de-saco por trás da vagina, ou a histeroscopia, que é o acesso às trompas através da cavidade uterina. Em ambos os casos, é necessário internação e também o uso de anestesia.
Como todo procedimento cirúrgico, é comum que existam riscos, inclusive na laqueadura. Fernanda cita os principais como: falha do tratamento, infecção e também o sangramento durante a cirurgia.
Após o procedimento, é essencial seguir alguns cuidados para que não hajam complicações na laqueadura como, por exemplo, evitar o contato íntimo, não realizar tarefas pesadas como atividades físicas ou limpeza da casa. Contudo, para uma boa cicatrização, a alimentação saudável é indispensável e também caminhadas leves, sempre com a orientação do médico. Após a cirurgia, o tempo de recuperação varia de 24h a 48h.
As chances, segundo a especialista, são mínimas, uma vez que a técnica é considerada irreversível. Como alternativa, pode ser indicado que a mulher passe pela Fertilização in Vitro caso queira tentar uma nova gravidez. “Portanto só é indicado realizar o procedimento quando houver certeza da decisão”, reforça.
Mesmo sendo um procedimento cirúrgico, as chances de engravidar são de 1%. A longo prazo, não existem efeitos colaterais e o método não interfere na amamentação se realizado logo após o parto. Além disso, “principalmente quando há risco de vida materna por alguma doença que ‘impeça’ uma gestação saudável, a laqueadura e o método mais seguro”, comenta.
O procedimento além de ser coberto pelos planos de saúde, também pode ser realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em clínicas particulares, as cirurgias podem variar entre R$ 5 mil a R$ 10 mil, dependendo do hospital, médico e técnica realizada para o procedimento.
Apesar de ser um procedimento bastante comum, não são todas as mulheres que podem realizar a laqueadura. As contraindicações são:
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