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Infecção por vírus respiratório não diminui como esperado no Brasil e acende alerta para crianças e bebês

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Publicado em 21/02/2022, às 13h42 por Helena Leite


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Você já ouviu falar do Vírus Sincicial Respiratório (VSR)? Principal causador de bronqueolite e pneumonia, o vírus é conhecido por ter uma certa sazonalidade e aparecer com mais frequência durante o inverno, mas surpreendeu os especialistas no ano passado. Isso porque, em setembro, quando os casos supostamente já deveriam estar diminuindo, o índice de infecção continuou considerável, principalmente entre crianças de 0 a 9 anos, segundo dados do boletim InfoGripe, da Fiocruz.

Responsável por 34 milhões de hospitalizações e até 200 mil mortes anualmente no mundo em  crianças abaixo de 5 anos, o VSR é o principal causador de infecções do trato respiratório inferior entre lactentes e crianças menores de 2 anos de idade. Cerca de 40 a 60% das crianças  são infectadas pelo VSR no primeiro ano de vida e mais de 95% das crianças, aos 2 anos de idade.

Com a volta das aulas presenciais, que já se tornaram uma realidade desde o começo deste ano, os especialistas começaram a se preocupar e ter um olhar mais atento para as infecções com o VSR. Isso porque, por terem ficado muito tempo dentro de casa, o sistema imunológico das crianças provavelmente não está tão forte quanto costumava ser e os índices de contaminação tanto por esse quanto por outros vírus podem aumentar. Para evitar essa situação, os médicos orientam mais uma vez que os cuidados que aprendemos desde o começo da pandemia de covid-19 sejam mantidos, como o uso de máscara, distanciamento social quando possível e que, se os pais perceberem qualquer sintoma gripal, avisem a escola e não mandem seus filhos para as aulas.

Para evitar a infecção pelo vírus respiratório, os cuidados são os mesmos que os da covid-19 (Foto: Getty Images)

“É  muito importante que crianças voltem ou até comecem a viver em sociedade. Inclusive para o  desenvolvimento do sistema imunológico. Porém, pais, responsáveis e professores devem ter  atenção com o uso da máscara (indicado para maiores de 5 anos, segundo a OMS3), a limpeza  constante das mãos e, na medida do possível, o distanciamento social”, reforça o Dr. Renato  Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Para crianças mais novas, o cuidado deve ser redobrado

Essa atenção deve ser redobrada no caso de creches e escolas que recebem crianças menores. Isso porque, além de não conseguirem fazer o uso devido de máscaras e estarem em uma idade em que é comum levar objetos e itens à boca, os bebês e crianças pequenas estão no grupo mais suscetível ao agravamento no caso de infecção por VSR.

Os cuidados, porém, não devem se limitar a escolas e lugares de maior contato com outras pessoas, afinal, a infecção pode acontecer em qualquer lugar: desde hospitais até dentro de casa. Por isso, principalmente no caso de bebês prematuros e/ou com a saúde um pouco mais fragilizada, é importante ficar sempre atento à higienização, visitas externas, o uso de tabaco dentro da mesma casa e ambiente, entre outros.

“A gente aprendeu com a covid-19 como as doenças respiratórias se transmitem. Então com um bebê mais vulnerável, é como se a gente estivesse dentro de casa com um imunocomprometido. O bebê prematuro tem uma imunidade mais rebaixada e por isso ele é mais vulnerável não só ao VSR mas como a outras doenças. Então é muito importante alguns aspectos: o aleitamento materno é superprotetor, então se essa mãe, mesmo com o bebê prematuro, conseguir manter o aleitamento materno, não tenha dúvidas que essa criança tem um excelente fator protetor. Segundo: evitar que essa criança vá muito cedo para a escola, creches, obviamente que sempre que possível. Terceiro: não expor essa criança ao tabaco. A gente sabe que a criança que respira fumaça de cigarro tem uma inflamação nas suas vias aéreas que faz com que facilite a entrada de outros germes”, orienta o  Dr. Renato Kfouri.

Para crianças mais novas, o cuidado deve ser redobrado (Foto: Getty Images)

O médico também ressaltou a importância de manter o calendário de vacinação atualizado, tanto do bebê quanto das pessoas que convivem com ele diariamente. Afinal, a vacinação da criança evita que ela pegue certas doenças de maneira agravada e a vacinação das pessoas que estão ao seu redor cumpre o mesmo papel.

Prevenção

Além dos cuidados citados pelo médico relacionados ao dia-a-dia, para evitar o desenvolvimento de casos mais graves de doenças relacionadas ao VSR em bebês prematuros, a imunização é superimportante. Atualmente não existe um plano vacinal contra o vírus liberado para toda a população, por não existir uma vacina aprovada. Mas os bebês que se enquadram na zona de risco para o agravamento da doença podem receber anticorpos produzidos artificialmente, que já são aprovados pela Anvisa e distribuídos gratuitamente no Brasil.

A aplicação desse anticorpo nos grupos selecionados costuma acontecer um mês antes da sazonalidade do vírus, que é quando ele começa a aparecer com mais força. No Brasil, o período de maior circulação do vírus acontece de fevereiro a junho na região Norte; de março a julho nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste; e de abril e agosto na região Sul. A ideia é fortalecer o corpo do bebê antes que o vírus comece a circular com mais frequência para que, quando isso acontecer, ele já esteja preparado caso venha a se infectar.

Normalmente a aplicação dos anticorpos são recomendadas pelo pediatra, que acompanha de perto o quadro de saúde do bebê e sabe orientar se ele se enquadra ou não no grupo que tem direito de recebê-lo. Para receber o anticorpo gratuitamente hoje, é preciso da prescrição médica. De forma geral, se enquadram na lista:

Se seu filho se encaixa nessas descrições ou você, como mãe ou pai, está em dúvida se ele deve ou não receber os anticorpos, a orientação é sempre questionar o pediatra. “Quando um bebê prematuro recebe alta, ele normalmente é orientado pelo pediatra. Mas se caso esse bebê for um desses elegíveis e o pediatra ainda não solicitou, a mãe pode e deve questionar”, apontou o pediatra.

O Dr. Renato  Kfouri explicou, ainda, que a solicitação deve ser feita pelo médico por ser um produto gratuito e que cada região do Brasil tem um formulário próprio que deve ser preenchido previamente.

Sintomas

No início dos sintomas, é comum a presença de corrimento nasal, tosse leve e, em alguns casos,  febre. Pode haver piora da tosse, dificuldade em respirar e chiado ao expirar. Coloração azulada nos dedos e em torno dos lábios é um sinal de alerta, pois indica que sua respiração não está  entregando oxigênio suficiente para a corrente sanguínea.


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Comportamento Família Saúde Criança Cuidados sintomas prevenção doença respiratória vírus respiratório Vírus Sincicial Respiratório

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