Publicado em 28/01/2023, às 08h12 - Atualizado em 31/01/2023, às 11h24 por Redação Pais&Filhos
Com as férias,Giovanna Ewbank conta em entrevista a Quem, como costuma encontrar maneiras de entreter os filhos nas férias, quando normalmente as crianças passam maior parte do tempo em casa. “Acho que as pessoas ficam mais felizes, alegres. É nítido. As pessoas vão mais para a rua, colocam a pele à mostra, descobrem o corpo e novas coisas para fazer. Verão tem cara de alegria”, afirma Gio. A apresentadora do podcast ‘Quem Pode, Pod’, é mãe de Títi, de 9 anos, Bless, de 8, e Zyan, de 2, de seu casamento com o ator Bruno Gagliasso.
De acordo com a mãe, sua rotina costuma mudar. “Fico com vontade de acordar mais cedo, de dormir mais tarde, de aproveitar o dia, de fazer mil coisas durante o dia. O verão dá essa agitação na gente, essa vontade de viver e descobrir novas coisas, de encontrar pessoas, nos motiva”, afirma ela, que procura curtir ao máximo a época de férias escolares das crianças.
“Temos que fazer muita coisa para cansar as crianças (risos). Mas criança em casa também é alegria. Fazemos vários passeios. Bruno e eu nos dividimos para conseguir conciliar, porque não é porque é verão que paramos de trabalhar. Vemos o que as crianças querem fazer, ir à praia, fazer um passeio, ir a um museu, tomar sorvete. Planejamos conforme a vontade de cada um, porque são três gostos bem diferentes. Um quer ir ao cinema, o outro quer ir à praia, o outro quer ir para o rancho. A gente faz um combinado”, explica mais como funciona o dia a dia.
A mãe também fala sobre a liberdade que dá aos filhos. “Gostamos de as crianças livres para descobrirem o mundo, para entenderem gostos, texturas, o que gostam e o que não gostam. E os nossos filhos tem três personalidades muito diferentes, então um acaba aprendendo com o outro, e o Bruno e eu acabamos aprendendo com eles também”, finaliza.
Nessa terça-feira, dia 24 de janeiro, Giovanna Ewbank se emocionou ao falar da condição do filho Bless, de 8 anos, que foi descoberta recentemente. Ela não conteve o choro na conversa com Fernanda Paes Leme e Manoel Soares, no podcast Quem Pode, Pod, ao contar sobre como descobriu que o filho tinha uma “síndrome sensorial”.
Durante a pandemia, a atriz notou o filho “muito aéreo” e estranhou algumas atitudes do menino e, por não entender, chegou a reprovar o menino pelas atitudes. “Diversas vezes ele passava, por exemplo, pela cozinha, e falava: ‘Ai, que cheiro forte!’. E eu falava: ‘Bless, para com isso. É frescura, filho! É o cheiro da cebola’. Quando ele pisava na grama e falava: ‘Me tira daqui!’. E eu falava: ‘Filho, para de frescura, é só grama’. Queria muito colo, não gostava de ir para o meio do mato – onde a gente vai muito – porque o barulho das moscas incomodava ele”, comentou a apresentadora.
“Comecei a achar que ele poderia ter um grau de autismo ou algo do tipo. Comecei a procurar médicos para entender o que era, (…) até que encontrei uma médica em São Paulo que o diagnosticou com uma síndrome sensorial. Ele ouve mais do que nós todos, ele sente mais tato que nós todos, sente mais cheiro que todos”, detalhou.
De acordo com o psicólogo Alexander Bez, especialista em Saúde Mental pela Universidade da Califórnia (UCLA), a manifestação do Transtorno do Processamento Sensorial (TPS), como é cientificamente chamada a síndrome sensorial a que Giovanna se referiu, se faz através da hipersensibilidade – sentir os estímulos externos bem aguçados, ou através da hipossensibilidade – com a falta da apreciação correta de sentir os estímulos.
Ou seja, se trata de uma condição em que, tanto o cérebro, quanto o sistema nervoso apresentam dificuldades para processar estímulos do ambiente e os sentidos. “Nos EUA, a prevalência é uma média de 5% a 16,5%, de acordo com o John Hopkins Hospital em relação à população geral, dados esses que não o colocam como um transtorno raro”, afirma ao dizer que a condição é mais comum do que se pensa.
O desenvolvimento infantil costuma ser afetado justamente pelas carências de reconhecimento dos estímulos. Causando assim prejuízos nos aprendizados, na absorção dos conteúdos e nas interações escolares. “Os sentimentos são prejudicados pela dificuldade de receber carinho familiar, uma vez que o tato pode não ser sentido ou ser sentido demais. A criança também é prejudicada em seu universo sentimental emocional”, explica.
Giovanna Ewbank conta que Bless se incomodava muito ao ter experiências sensoriais mais “fortes” do que ela, e antes de saber do que se tratava não conseguia compreendê-lo. Segundo a Dra. Telma Abrahão, especialista em neurociência do desenvolvimento infantil e idealizadora da Educação Neuroconsciente, os sintomas do transtorno normalmente dão sinais quando a criançaapresenta dificuldades para comer alimentos com diferentes texturas ou usar uma roupa com um determinado tecido.
“A etiqueta incomoda ou uma blusa que vai vestir tem um tecido mais duro, a criança chora, ela não quer colocar e o pai e mãe não entendem, acham que a criança está sendo muito seletiva ou muito exigente e na verdade não é isso”, afirma ao dizer que muito dos paisnão sabem como lidar com o transtorno.
Conforme ela, quando os parentes recebem o diagnóstico, na verdade, traz um alívio pra toda a família, porque o pai e a mãe começam a entender a criança. “Olhar pra criança com toda a empatia e respeito que ela precisa é importante, porque ela sofre e se sente muito só quando não consegue saber o que tem, nem verbalizar o que sente. Além de tudo, é muito comum que seja castigada pelos pais, que sofra críticas e isso só piora o comportamento da criança”, finaliza explicando a importância do apoio e paciência dos pais nesses momentos.
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