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Dia dos Primos: entenda por que eles são irmãos de alma e o primeiro melhor amigo do seu filho

A convivência com primos representa um elo menor do que entre irmãos, mas muito maior do que entre amigos - Freepik
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Publicado em 26/09/2023, às 06h00 - Atualizado às 08h20 por Redação Pais&Filhos


“Esse é meu primo!”. Que criança não tem orgulho de dizer para os colegas que tem um amigão da família? A convivência com primos representa um elo menor do que entre irmãos, mas muito maior do que entre amigos. Além de linda de ver, essa relação é muito benéfica para as crianças. A ligação com primos estimula o vínculo familiar.

“Isso é bom porque fortalece crenças, ética, personalidade e o sentimento de pertencer a algo muito especial onde o amor prevalece”, afirma Márcia Regina Orsi, mãe de Yohan e Joshua, psicóloga especialista em Intervenção Familiar do ITS (Instituto Terapia Sistêmica).

A convivência com primos representa um elo menor do que entre irmãos, mas muito maior do que entre amigos
A convivência com primos representa um elo menor do que entre irmãos, mas muito maior do que entre amigos (Foto: Getty Images)

A relação com primos, de acordo com a psicóloga, também ajuda a superar as diferenças e as desigualdades. “Essa convivência é muito importante na formação do caráter e no relacionamento da criança com outras pessoas, já que desenvolve resiliência.” Rejane Moreno, mãe de Lara e Sofia, consegue perceber o quão boa são essas diferenças. A família do pai de Lara, sua filha mais velha, é cheia de tios e primos. A mãe conta que Lara convive muito com eles e, que mesmo todos tendo ideias diferentes, a relação é muito benéfica para as raízes.

“Conversar com avós sobre a história dos pais, ajudar bisavós a ler, rir com tios e brincar com primos traz para criança contato com sua própria história, além de solidariedade. Elas comparam, identificam semelhanças, divergências e se sentem pertencentes a um todo. Fica mas fácil valorizar e criar suas próprias raízes”, conta Rejane. Esse vínculo com os primos pode e deve ser incentivado pelos pais. “Pode-se combinar encontros familiares em casa, viagens, passeios e conheçam novos lugares juntos, por exemplo.”

Famílias cada vez menores

Os primeiros anos da vida são fundamentais: deixam marcas para sempre, mesmo que a gente não se lembre de muita coisa depois. As amizades e relações feitas na infância são muito importantes para o desenvolvimento social de uma criança. E são justamente os primos que podem ocupar mais facilmente este papel de amigos e cúmplices para sempre.

A questão é que, atualmente, os casais brasileiros têm, em média, 1,9 filho, segundo os dados do último Censo, feito em 2010. Em menos de 20 anos, estima-se que a taxa de natalidade no país ainda vá cair, e chegue a 1,5 filho por casal. Esta queda acaba por formar famílias menores e, no caso de núcleos com filhos únicos, as gerações futuras não terão primos. Mas antes de sermos apocalípticos, vamos aproveitar e valorizar essa relação. Ter amigos-quase-irmãos em qualquer família acaba por ser um privilégio para a criança, e cabe a nós mesmos, os pais, saber aproveitar e desenvolver isso.

A relação com primos, de acordo com a psicóloga, também ajuda a superar as diferenças e as desigualdades
A relação com primos, de acordo com a psicóloga, também ajuda a superar as diferenças e as desigualdades

Primeira infância

Vamos do começo: várias pesquisas e estudos já nos ensinaram que os laços feitos durante o começo da vida reduzem problemas de comportamento e melhoram habilidades sociais no futuro. E também já sabemos que, quase sempre, as pessoas de idade próxima com quem as crianças têm os primeiros contatos são mesmo os primos. O papel dos pais é perceber a importância dessas amizades nos primeiros anos de vida e proporcionar o convívio dos seus filhos com os primos da mesma faixa etária. Calor humano é sempre bom.

É preciso que os pais saibam que as amizades na infância melhoram o desenvolvimento psicossocial. Resumindo e simplificando: criança gosta de criança. Criança precisa de criança. “Os primos têm que se encontrar em diversos eventos, como aniversários, almoço de domingo, férias, Natal. E essa convivência acaba gerando uma proximidade muito grande. Além disso, enquanto os pais não liberam para dormir na casa de outros amigos, os filhos podem dormir na casa de tios. É com os primos que se começa a criar independência e autoconfiança”, afirma o psicólogo Maurício Pinto, pai de Liz e Ian.

Para a psicóloga Marina Vasconcellos, mãe de Amanda e Olívia, especialista em terapia familiar e de casal, porém, o fortalecimento dos laços vai depender do que os pais farão para estimular a amizade entre filhos e sobrinhos. “Há famílias que cultivam as relações e fazem de tudo para que exista amizade entre primos. Os irmãos ficam mais próximos para que seus filhos também fiquem. Em famílias muito grandes, pode acontecer de os primos não terem nem contato”, explica Marina.

Algumas vezes, entretanto, a amizade se fortalece por causa das circunstâncias. É o caso das primas Stephanie, 11, e Maria Fernanda, 8. “Com elas tudo foi muito natural. Como as mães trabalhavam e estudavam durante o dia, as meninas ficavam sempre com a avó, e isso fez com que elas ficassem cada vez mais próximas e unidas, desde muito pequenas”, conta a arquiteta Ludmila Afiune, mãe da Maria Fernanda. “As duas são muito cúmplices e amigas desde pequenas. Elas estudam na mesma escola, sempre viajam juntas, e acabaram se tornando grandes companheiras. Uma defende a outra como se fossem irmãs”, acrescenta a arquiteta.

O papel dos pais é perceber a importância dessas amizades nos primeiros anos de vida e proporcionar o convívio dos seus filhos com os primos da mesma faixa etária (Foto: Getty Images)

Ser ou não ser da mesma idade

A faixa etária é um fator estimulante da relação, podendo criar um vínculo de amizade e/ou de admiração entre primos. “Quando há diferença muito grande de idade, os menores acabam admirando os maiores, e estes viram ídolos ou heróis. Mas essa relação diminui ao longo dos anos, já que as crianças tendem a se identificar mais com pares da mesma faixa etária”, explica Maurício. A idade parecida, em alguns casos, pode aproximar até primos de graus diferentes. Para a publicitária Débora Pinheiro, mãe do Josh e grávida da Zoe, foi isso que aconteceu com seu filho. “O Josh é amigo dos meus primos que moram em Minas Gerais, e eles sempre ficam juntos quando viajamos para lá. Como minha família é muito grande, os mais novos são mais primos do meu filho que meus”, explica a publicitária.

Segundo ela, a relação que tem com alguns primos da mesma idade ainda é próxima, desde a infância. Tanto que ela e uma prima ficaram grávidas quase na mesma época, e aproveitaram para dividir as dúvidas e alegrias da gestação. “Enquanto  meu filho não nascia, curti e aprendi um pouco com a filha dela”, finaliza. A proximidade de primos durante a infância é ainda mais forte por causa da ausência da rivalidade que acontece na vivência de irmãos. “Irmãos são competidores em potencial que disputam pela atenção e carinho dos pais”, explica Maurício. “Por estarem em um campo neutro, os primos acabam tendo maior cumplicidade”, acrescenta Marina.

Tudo bem, mas tem que pegar leve

Uma convivência tão próxima pode ter uns atritos de vez em quando. Isso é normal. Não precisa se desesperar! É interessante, no entanto, tentar mediar a situação, encontrando meios pacíficos de se resolver o problema, estimulando o diálogo e a criação de empatia. Isso vai servir como exemplo para os futuros conflitos que as crianças encontrarem.

“Somos seres em relação, e, quanto mais pessoas você se relaciona, mais experiências de vida tem, o que enriquece o intelecto e o emocional”, explica a psicóloga Miriam Barros, mãe de Thiago e Felipe. Visto isso, pais com muitos sobrinhos devem estimular o contato com os filhos sempre que possível. A principal dica é não forçar a barra. Como a convivência é quase sempre inevitável, por causa de eventos familiares, as relações acabam sendo muito intensas, o que pode gerar uma grande proximidade, como ocorre na maioria dos casos, mas também uma rejeição.

Cabe aos pais que são irmãos, desta forma, tentar conciliar a relação entre seus filhos, mas deixar que eles se entendam, já que ninguém deve ser forçado a ser melhor amigo de ninguém. No norte ou no sul, no frio ou no calor, enfim, em qualquer lugar e momento, família grande e unida é sempre bom, e não há quem duvide disso. E a criança que cresce neste ambiente ao lado de primos, com certeza, se desenvolve melhor. Caso seu filho seja como o Gabriel, filho da cantora Paula Toller, do Kid Abelha [homenageado na música “Oito Anos”], e questiona tudo, em alguma hora ele pode perguntar: “onde estão meus primos?”. Se você tiver uma boa resposta e puder programar um encontro nestas férias, aproveite, já que não é todo mundo que tem a chance de ter um cúmplice assim desde pequeno.

Criança por perto

Se seu filho não tem primos, não se preocupe. O importante é ficar atento se ele está rodeado apenas de adultos. Veja com quem as crianças podem brincar:

  • Amigos de escola (ou do berçário, ou da creche);
  • Primos de 2º ou 3º grau, mas da mesma faixa etária;
  • Amigos de parquinho ou de algum espaço recreativo.

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