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Desnutrição infantil: o que é, como identificar os sinais e maneiras de combater o problema

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Publicado em 23/06/2021, às 08h39 - Atualizado em 12/04/2023, às 14h25 por Cecilia Malavolta


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A malnutrição infantil, ou desnutrição, possui diversas faces e é causada por falta de alimentação adequada, ingestão em excesso de alimentos pouco saudáveis ou má absorção de nutrientes. Para identificar se uma criança corre riscos de desnutrição, é necessário considerar dois aspectos importantes: peso e altura. De acordo com a Unicef, existem três tipos de malnutrição que acometem a infância:

O déficit de crescimento atinge cerca de 144 milhões de crianças com menos de cinco anos ao redor do mundo todo. Quanto à malnutrição relacionada ao peso, os números também são alarmantes: 47 milhões de crianças de até cinco anos são atingidas pelo baixo peso e 38 milhões nessa mesma idade sofrem com o risco de obesidade. Os dados foram apresentados durante o Growth Summit Abbott, um evento que reuniu especialistas do mundo todo para discutir sobre a desnutrição infantil, os fatores que colaboram para a perpetuação do problema e maneiras de evitar e prevenir que crianças sofram com a malnutrição.

De acordo com o Dr. Mauro Fisberg, pediatra e nutrólogo, coordenador do Centro de Excelência em Nutrição e Dificuldades Alimentares do Instituto Pensi do Hospital Infantil Sabará, o primeiro passo para combater o problema é fazendo um diagnóstico. “Precisamos determinar qual o tipo, o motivo da alteração de peso, se foi falta de alimento, má absorção ou alguma outra situação aguda ou de longo prazo que determine um baixo peso e baixa estatura. Cada uma dessas situações vai ser avaliada para uma intervenção correta”, explica.

A malnutrição infantil, ou desnutrição, é causada pela falta de alimentação adequada, ingestão em excesso de alimentos pouco saudáveis ou má absorção de nutrientes (Foto: Shutterstock)

Como combater a desnutrição em crianças e bebês?

A prevenção a malnutrição em bebês e crianças começa antes da mulher decidir engravidar. “Desde o período em que a mãe se prepara para ter um filho, já desenvolvemos a avaliação do estado nutricional da mãe e verificação de todas as condições ambientais, para que exista uma possibilidade de avaliação de risco nutricional. Posteriormente, durante a gestação, o ganho de peso gestacional, orientação nutricional para a mãe, exame das mamas, tudo isso é essencial”, disserta Fisberg.

Ao longo da gestação, a grávida deve fazer o acompanhamento do pré-natal de maneira correta com o obstetra. Após o nascimento do bebê, a peça chave para combater possíveis déficits nutricionais é a amamentação, seguida de uma introdução alimentar adequada, equilibrada e saudável. “O aleitamento é essencial para o desenvolvimento do bebê, sendo um alimento específico para a criança e é o mais importante para o crescimento, desenvolvimento e imunidade da criança no começo da vida. O aleitamento pode prevenir a desnutrição desde que também a mãe tenha uma alimentação adequada e que ela tenha condição de amamentação pelo maior tempo possível”.

“É essencial fazer com que os pediatras realizem puericultura, acompanhamento de peso, estatura (se possível mensal), para que se possam determinar pequenas variações no crescimento, avaliar o sono, urina, fezes, humor, variáveis que permitam que se faça um diagnóstico precoce de alguma modificação do estado nutricional para impedir a desnutrição. Essa é a forma de prevenção primária”, explica o especialista.

Importância da amamentação para combater a desnutrição infantil

A amamentação tem um papel fundamental para a formação da imunidade do bebê, bem como sua flora intestinal, e é extremamente importante para ajudar no combate à desnutrição infantil – não é à toa que a Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo até o bebê completar seis meses de vida. Esse é o ideal.

É fundamental oferecer para as crianças uma alimentação balanceada e rica em nutrientes(Foto: iStock)

Mas essa nem sempre é a realidade. Muitas mães não conseguem seguir o aleitamento materno exclusivo, em livre demanda, prolongado – cada uma tem a sua realidade e, acompanhada do pediatra do bebê, vai poder seguir o caminho que seja o melhor para a saúde da criança. O Dr. Fisberg explica que, nesses casos, “os caminhos para evitar a desnutrição passam pela introdução de fórmulas lácteas que são baseadas usualmente em uma modificação de uma proteína, quase sempre a láctea, mas pode ser também de outras proteínas animais ou vegetais, como a da soja. As fórmulas lácteas infantis têm uma composição de vitaminas e minerais adequada e que são normalmente reguladas pelas organizações mundiais”.

Não conseguir amamentar não significa que a criança sofrerá com um quadro de desnutrição e é extremamente importante deixar isso claro. Realizando a substituição do leite materno por uma fórmula infantil e estimulando alimentação e hábitos saudáveis desde sempre, é possível manter a saúde do bebê lá em cima de maneira que ela perdure por toda a vida dele.

Tipos de desnutrição

“A desnutrição no Brasil é ainda multifacetada, tendo a característica de má nutrição, saindo da desnutrição mais profunda (em que o problema é principalmente proteico-energético ou resultante da falta de calorias ou alimentos)”, o especialista explica. Outras formas surgem por causa de uma desnutrição anterior ou por ingestão/absorção deficiente de nutrientes:

Hidden hunger e o impacto do problema nas crianças ao redor do mundo

Fome oculta, hidden hunger ou desnutrição silenciosa diz respeito sobre a deficiência nutricional de vitaminas e minerais de um ou mais nutrientes. O problema recebe esse nome porque não é simples de ser identificado e geralmente o diagnóstico só acontece quando há uma doença estabelecida.

“O conceito de fome oculta ou desnutrição silenciosa não é muito adequado, já que não é oculta por afetar milhões de crianças em todo o mundo, visto que a nossa carência nutricional mais importante é a anemia carencial, que atinge mais de 40% das crianças menores de 5 anos no nosso meio. Além disso, nós temos a deficiência de vitamina A, que chega a atingir quase 20% das crianças pré-escolares e mais de 60% das nossas crianças adolescentes podem ter deficiência de vitamina D. Também podemos ter a deficiência de zinco, cobre, cálcio, principalmente em crianças que não tomam leite e derivados ou que não têm alimentação a base de peixes e carnes. Portanto, não é uma questão tão silenciosa como nós imaginávamos e não é tão oculta, já que existe um número gigantesco de pessoas que são afetadas por ela”, explica. “Se encontramos métodos para realizar o diagnóstico precoce, conseguimos prevenir os efeitos das carências em etapas anteriores ao aparecimento de sinais clínicos evidentes”.


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