Publicado em 24/09/2020, às 09h19 - Atualizado às 09h22 por Camila Montino, filha de Erinaide e José
Diversos estudos para encontrar uma vacina para imunização do coronavírusestão sendo feitas. Os cientistas buscam respostas através de pesquisas que encontre presença dos genes HLA (responsáveis pela imunologia do corpo) na população do mundo todo.
Poucos estudos estavam sendo realizados na América do Sul e, por esse motivo, uma pesquisa internacional com participação da FMVZ (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia) da USP (Universidade de São Paulo), realizaram pesquisas genéticas na população sul-americana. Segundo a UOL, a partir dos resultados, o estudo encontrou genes com HLA, o que será essencial na criação de kits de diagnóstico e vacina específicas para o uso na região.
Os genes HLA (sigla em inglês para antígeno leucocitário humano) possui proteínas nas superfícies das células humanas que reconhecem e produzem as proteínas de anticorpos), processo conhecido como “apresentação de antígenos”. “Ele permite que células de defesa como os linfócitos T possam eliminar as células infectadas pelos patógenos como, por exemplo, o vírus da covid-19“, conta ao Jornal da USP o geneticista e biotecnólogo Ruy Diego Chacón, pesquisador da FMVZ que participou do estudo.
“Ao mesmo tempo, também acontece a ativação de outras importantes células de defesa, os linfócitos B, a produção de anticorpos capazes de neutralizar o vírus e ainda a geração da memória imunológica, que aumentaria a resposta imune frente a novas infecções pelo vírus”, ressalta Rui Diego.
Segundo o pesquisador, o método de pesquisa com base genes HLA é mais usada no mundo, a Allele Frequency Net Database, possui pouca informação sobre a América do Sul. “Para atender essa limitação, fizemos um levantamento de mais de 2.000 estudos genéticos e geramos informações atualizadas e mais representativas sobre as variações dos genes mais comuns nos países da região”, destaca. “Conseguimos atualizar os registros em mais de 12 milhões de dados novos, principalmente no caso do Brasil, onde o incremento foi de aproximadamente 2.300 vezes”, diz.
As informações genéticas reunidas pelo estudo poderão contribuir ainda com pesquisas sobre doenças infecciosas, além de doenças endêmicas, autoimunes e até mesmo câncer. “Já se sabe que o tipo de HLA pode influenciar a resposta da pessoa frente a essas doenças”, conclui o pesquisador. Confira o artigo publicado.
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