Publicado em 20/04/2022, às 09h30 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo
Dados do boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira, 20 de abril, mostram que os número de casos prováveis de dengue, em todo o país, aumentou 95% em relação ao mesmo período de 2021.
Segundo as informações divulgadas, quase 400 mil casos prováveis de dengue foram registrados, o que representa quase o dobro do número de casos do último ano. Neste ano, até o momento, são 184 casos para cada 100 mil habitantes.
Mas qual é o motivo desse aumento? Existem dois fatores que podem explicar essa situação. O primeiro é que a dengue é uma doença sazonal, que costuma aparecer mais em momentos de chuva e calor, ou seja, neste período do ano. Este ano, aliás, muitas regiões tiveram chuvas acima do esperado, o que favoreceu o acúmulo de água, situação propícia para o surgimento de focos do mosquito transmissor.
Outro motivo possível é que, por estarem receosos com a possibilidade de ser covid-19, muitas pessoas que normalmente não iriam no médico com os sintomas de dengue, acabam buscando o atendimento.
Os sintomas da dengue e da ômicron podem ser bem semelhantes. Justamente por isso, é importante saber diferenciar entre as duas para saber qual o tipo de teste procurar. Vale ressaltar que, em ambos os casos e sempre que a dúvida bater, o correto é procurar um médico para conseguir entender o que está acontecendo e qual a melhor forma de tratar. Veja abaixo os sintomas e diferenças entre as duas:
“Os sintomas da variante estão mais relacionados ao quadro original do coronavírus”, explica o dr.Filipe Prohaska, pai de Letícia e Luisa, infectologista da Oncoclínicas: quadro inflamatório gripal, congestão e secreção nasal sem comprometimento pulmonar, mas que em alguns casos pode haver necessidade de internação.
De acordo com Prohaska, a dificuldade em identificar a dengue de uma contaminação pela Ômicron acontece porque as doenças se manifestam de maneira parecida no começo dos ciclos. “Estamos em um período em que a dengue é muito comum. A evolução dos dois tende a ser diferente: a dengue dá dores no corpo de forma mais intensa junto com a febre, enquanto a covid-19 possui sintomas mais respiratórios e com a congestão nasal”.
Existem dois tipos de tratamento para a dengue, dependendo da manifestação dela no corpo do infectado: com medicação para aliviar a dor causada pela inflamação no corpo, aliado à hidratação rigorosa; e internação quando o quadro evolui para febre hemorrágica a partir do quinto dia de doença. “Nesse caso, o corpo dá sinais de alarme: dor de cabeça, queda de pressão, dores abdominais e falta de ar. É preciso ter muito cuidado”, enfatiza o especialista.
Prohaska reforça que a melhor maneira de identificar as doenças é realizando exames. Isso ajuda a fechar o quadro do diagnóstico e, dessa maneira, tratar cada problema de maneira adequada. Além disso, é preciso ficar atento com o acúmulo de água que facilita a criação do mosquito e propagação da dengue. Em tempos de chuva, certifique-se de eliminar pontos de água parada.
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