Publicado em 04/10/2021, às 12h19 por Redação Pais&Filhos
De uma hora para outra, tudo mudou com a chegada da pandemia. E se para os adultos passar por esse período está sendo difícil, para crianças pode ser pior ainda. A interação diária na escola foi trocada pelas aulas online, o contato com a natureza ficou em segundo plano e o medo invadiu a cabeça de cada uma. Com mais de 1 ano de pandemia, quais efeitos esse momento trouxe para a saúde mental das crianças? Conversamos com Aline Melo, filha de Angelina e Reginaldo, psicóloga do Grupo São Cristóvão Saúde, para entender como você pode ajudar seu filho nesta fase e como saber a hora de levar a criança para uma consulta com um especialista.
A falta de interação social e observação da atitude ou comportamento do outro podem gerar maior dificuldade nas áreas de relacionamentos, aumento de quadros de ansiedade, agitação, dificuldades de dormir e até mesmo na apreensão de conteúdos didáticos e escolares que tiveram que passar por uma adaptação também por parte dos pais e cuidadores.
É muito importante que os pais tenham sensibilidade em perceber mudanças de comportamento e dificuldades associadas a essa fase e o enfrentamento da criança sobre ela. Se esses pais já têm um bom relacionamento e diálogo aberto com a criança, terão mais facilidade em acessar seus sentimentos. Se não, talvez seja um bom momento para criar uma ponte de maior interação e conhecimento sobre o filho. Interagir mais nos hobbies, avaliar como está a relação com a escola e se fazer disponível a ajuda-lo pode ser um grande suporte para a criança. Estar acessível para interagir com a criança também é importante nesse momento de maior reclusão social. Os pais também estão vivendo os impactos de toda essa situação e ter uma boa percepção sobre si ajuda a compreender melhor os sentimentos, inclusive de seus filhos. Fica muito difícil ajudar o outro quando também não estamos bem.
Mudanças associadas ao sono, alimentação, isolamento, tristeza, agitação, angústias, entre outros sintomas podem se tornar evidentes caso um desses quadros estejam instalados.
É possível realizar uma avaliação com o psicólogo em qualquer idade desde que seja observado alguma alteração emocional. O fato é que quando se trata de crianças muito pequenas normalmente a intervenção psicológica conta muito com a interação entre pais e bebê. Mas mesmo em idades mais avançadas da criança ou adolescente, a presença dos pais sempre será necessária para as orientações devidas.
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