Publicado em 12/05/2021, às 12h06 - Atualizado às 16h41 por Andressa Simonini, CMO (Chief Marketing Officer) | Filha de Branca Helena e Igor
Nos tempos de hoje, muita gente fica chocada que uma mulher aos 23 anos pode conquistar o combo: carreira, um casamento estável e duas filhas no colo. Oi? É isso mesmo? Sim! A Mayara Ferro é mãe de Manu e Mavie, e CIO/CTO – Chief Information Officer e Chief Technology Officer – na Grão de Gente, empresa conhecida por decorar quartos infantis famosos. Aos 23 anos ela prova que só cria filhos felizes a mãe que é feliz – que se conhece e se permite ser ela mesma. Mayara começou a trabalhar aos 13 anos e dez anos depois vive os desafios de ser mulher, filha, esposa, mãe e responsável pela transformação digital da empresa.
MAYARA FERRO: Eu tenho duas filhas. Começou há bastante tempo atrás: eu conheci meu marido na escola, então desde os 15 anos a gente está junto. Aos 19 anos descobrimos que a Manu estava à caminho, foi uma gravidez inesperada. Mas a gente sempre quis construir uma família, então foi um pontapé inicial, foi ótimo! E depois de 4 anos a gente estava planejando ter mais um bebê, e aí veio a Mavie, que está com quase dois meses.
MF: A minha história é um pouquinho diferente, porque comecei a trabalhar com 13 anos. E eu sempre gostei disso, sempre vi muito meus pais trabalhando, conversando sobre trabalho, e eu sempre quis me inserir nesse contexto. Daí eu comecei com coisas super simples. Nas férias escolares, minhas amigas viajavam e eu ia para o escritório – e era uma decisão minha.
MF: Ah, sempre foi uma coisa minha querer trabalhar desde nova, aprender, e conquistar as minhas coisas.
MF: Eu decidi não fazer faculdade, porque eu já estava muito inserida no trabalho. Comecei a fazer vários cursos – de tecnologia, de design, online, presencial, etc.
MF: Eu sou virginiana né? Não sei se é por isso, mas desde que eu tenho 15 anos eu sabia que eu queria casar, ser mãe, o que eu queria fazer da minha vida, o nome dos meus filhos. Eu sempre fui muito sonhadora, e costumo falar que tudo o que eu tenho hoje sempre sonhei muito em ter desde criança.
MF: A gente acabou decidindo casar. É muito legal ver que deu tudo certo e nossos caminhos se juntaram.
MF: Aí que começam os desafios da minha vida que até então eu não tinha tido (risos). Apesar de ter desafios, eu lidava com eles muito bem, porque eu era super organizada e sempre soube o que queria. Eu comecei a me dividir entre cuidar da gravidez e trabalhar, e foi super tranquilo. Eu trabalhei até a última semana da gestação.
MF: Foi aí que eu me deparei com o bebezinho em casa, sem saber muito bem o que eu estava fazendo. E tudo o que eu estava acostumada a fazer há 6 anos.
MF: Exatamente! Eu me preparei tanto para a gravidez, li tanto. O médico que me acompanhava era tão parceiro, e eu fiz tudo da forma mais natural possível, procurei tudo para ela nascer e eu saber tudo. Mas para isso eu não estava preparada, porque ninguém fala sobre isso.
MF: Sou uma pessoa que, apesar dos meus sonhos e das minhas metas, eu mudo muito a todo momento! Acho que todo mundo acaba sendo assim.
MF: A mulher existe, e o julgamento existe junto – são duas coisas que andam muito juntas. Aqui na empresa a gente tem muitas mulheres, acho que 90% da equipe é mulher, e temos que lidar muito com mulheres que querem ser mães ou não, e eu depois que me tornei mãe… Não sei explicar, é como se fosse obrigação se colocar no lugar da pessoa.
MF: Completamente! Acho que principalmente quando você está em uma posição de liderança, pelo menos para mim, mudou muito o meu jeito de enxergar as pessoas. Porque às vezes a gente só enxerga o profissional ali, e tem que lembrar que por trás de todo profissional existe uma pessoa. E ser mãe – esse negócio de maternidade, cuidar, entender – nos torna seres muito mais humanos. Faz a gente querer fazer as coisas com muito mais humanidade, porque amanhã pode ser nosso filho, nosso irmão.
MF: Olha, quando a gente pensou em ter o segundo, pensamos em ter um menino, mas veio outra menina! (risos) Se o próximo não vier menino, a gente não tenta mais.
MF: Eu brinco com a minha mãe que ela não é avó, porque a visão que eu tenho é de avó que cuida do neto, faz bolinho da tarde, bolinho de chuva, e minha mãe trabalha! A mãe do meu marido trabalha. Então é muito engraçado isso, porque elas são avós muito diferentes.
MF: Sim! E é muito legal também, porque minha mãe e a minha sogra foram avós muito novas, e também deu a possibilidade da gente ter as bisas das minhas filhas muito perto. E foi muito legal poder proporcionar isso pra elas, com tanta gente e cada geração pertinho delas. Isso é muito importante.
MF: A única coisa que eu desejo para elas é que elas sejam felizes e que vivam em paz. O resto não importa muito. Não importa muito se elas vão querer ser mães, vão querer viajar o mundo todo ou se elas vão querer ficar comigo até elas serem velhinhas – que é o que eu mais queria! (risos). Acho que o que mais importa é que elas encontrem o jeito delas de serem felizes.
MF: Com certeza! Pra mim é tudo: não existiria Mayara sem família. Eu sou completamente e 100% minha família e minhas filhas.
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