Publicado em 29/09/2011, às 21h00 por Redação Pais&Filhos
Pouca gente conhece o termo, mas é uma realidade entre os casais separados brasileiros
Por Marianna Perri, filha de Rita e José
A separação não é fácil, ainda mais quando ela é entre um filho e um de seus pais. Mas esta situação pode se agravar ainda mais quando uma das partes procura se vingar do ex-parceiro (ou parceira) usando a criança, a chamada Síndrome de Alienação Parental (SAP).
O termo pode ser novo para muitas pessoas, mas as conseqüências que ele traz são velhas conhecidas de muitas famílias: uma das partes faz com que os pequenos se virem contra o outro – na maioria dos casos, os pais –, fazendo com que a criança cresça com uma imagem falsa da pessoa acusada.
A primeira descrição da síndrome foi feita por Richard A. Gardner em 1985 e, desde então, ela tem ganhado destaque nos tribunais. No Brasil, o caso de Elaine César ficou conhecido depois que ela criou o blog Câncer, Gravidez e Alienação Parental.
Mentiras implantadas
Os casos de alienação parental podem se agravar com a implantação de memórias falsas nas crianças, como casos de abuso sexual e emocional. A criança acaba tomando como verdade as informações passadas pelo genitor alienador, o pai ou a mãe que querem prejudicar a relação da criança com o outro, e as transmite para o outro.
Muitas vezes, os pequenos repetem o que o pai ou a mãe alienador fala, e acaba também manifestando desinteresse no outro, por uma questão de sobrevivência, já que, na maioria dos casos, a criança vive com o alienador.
Os efeitos desta briga entre os pais nas crianças podem se manifestar de muitas maneiras. Segundo François Podevyn, especialista no assunto, as crianças podem desenvolver depressão crônica, incapacidade de adaptação, sentimento de culpa e isolamento.
Na justiça
É comum que os pais alienadores entrem na justiça, impedindo que o outro tenha acesso à vida das crianças. Mesmo em casos de guarda compartilhada, o pai perde o direito a conviver com a criança, passando a ter apenas visitas monitoradas.
Ainda segundo Podevyn, medidas legais e terapêuticas podem ser tomadas nos casos leves, médios e graves de alienação parental. A Associação de Pais e Mães Separados disponibiliza o material aos interessados.
Já existem diversas obras sobre o assunto, que podem ajudar os pais alienados a recuperarem seu lugar ao lado da criança:
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