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A fé não costuma falhar

Imagem A fé não costuma falhar

Publicado em 25/02/2014, às 15h56 - Atualizado em 06/04/2021, às 15h52 por Redação Pais&Filhos


Era para ser um dia feliz. Não há mulher grávida que não espere ansiosa um ultrassom. Naquela tarde de começo  de inverno de 2011, Simone Barreto dos Santos, de 31 anos, fez o exame para finalmente saber se esperava um menino ou uma menina, mas a notícia que recebeu foi outra. O bebê tinha um higroma cístico, uma malformação, um edema na nuca que pode estar associado a uma série de síndromes, como Down, Turner ou Edwards. Assim que o exame terminou, foi imediatamente encaminhada para a medicina fetal, e a primeira pergunta que fizeram a ela foi se queria seguir adiante com a gestação, por causa da gravidade do quadro. O bebê poderia vir a nascer e viver pouco tempo, e de maneira vegetativa. Muito religiosa, Simone não titubeou. Disse que, se Deus havia lhe enviado uma criança especial, ela cuidaria dela com todo amor.

Ela fez book,  foi fotografada com o barrigão à mostra, sorrisão no rosto e marido e a filha Paloma abraçados. “Eu queria que meu filho se sentisse amado”, conta Simone. “Meu obstetra dizia que já tinha visto milagres acontecerem, porque sabia que eu tinha muita fé”, lembra.

A família vivenciou sangramentos, repousos e mais exames com resultados assustadores, mas nada lhes abalava a fé. Em 26 de fevereiro de 2012, Simone deu entrada às 5h na maternidade, com contrações. Para surpresa geral, Luiz Fernando nasceu gritando, o que não era esperado de um bebê naquelas condições. Ele fez todos os testes e exames possíveis e nada foi detectado. Nasceu perfeito. Simone lembra das lágrimas da equipe no centro cirúrgico, até o obstetra Eduardo Taino, que vivia dizendo que milagres aconteciam, chorou emocionado. A placenta foi levada para estudo, mas até hoje ninguém consegue explicar o que aconteceu.

Histórias como a de Simone cada vez mais recebem atenção de universidades e cientistas. Dos anos 2000 até hoje, mais de 6 mil trabalhos sobre fé e saúde foram publicados nos Estados Unidos.

Um deles, da Universidade de Pittsburgh, demonstra que frequentadores de igrejas e cultos têm a expectativa de vida aumentada em três anos. Em Harvard, o especialista em saúde pública Philip Wang apontou uma redução significativa dos níveis de cortisol, o hormônio associado ao estresse, em pessoas religiosas. “Hoje, é comum os médicos perguntarem sobre aspectos espirituais e religiosos do paciente para usá-los positivamente em um tratamento”, diz o psiquiatra Alexander Moreira Almeida, coordenador do Nupes (Núcleo de Espiritualidade e Saúde), da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), em Minas Gerais.

A pediatra Ana Escobar, filha de Regina e Francisco, do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica que as pessoas que têm fé liberam neurotransmissores “do bem”, como as endorfinas, responsáveis pela sensação de bem-estar e mais (ou melhor): por fortalecer nosso sistema imunológico. “Como toda cura é multifatorial, essas pessoas são imunologicamente mais poderosas”, diz. Para ela, ficou para trás o tempo em que ciência e religião não se misturavam.

Santo anjo protetor

“Todos temos um anjo da guarda, ele é designado a nós no dia em que nascemos”, acredita a terapeuta holística Maria Tereza Cardoso, filha de Alcebiades e Maria Aparecida. A médica Ana Escobar diz que ensinar as crianças a acreditar em seus anjinhos é uma prática feliz e saudável.

“Eles são como a materialização de uma força divina protetora. Funciona como um amuleto, uma naninha, algo com que a criança se sente protegida e sem medo”, explica. A médica acredita que não há idade para isso. “A criança não vai entender os dogmas da igreja ou os fundamentos das religiões, para ela o anjo é o bem e a doença, o mal. Como numa historinha em que o lobo é do mal e a vovó, do bem. Ter esse sentimento de que o bem vai vencer é bastante positivo”, diz. Não é à toa que pessoas depressivas têm mais probabilidade de adoecer.

Quem toda noite faz sua oração para o anjo da guarda é a Manuella Turano, de 6 anos. Ela e a mãe, Daniela, estão sempre juntas nesse momento. “É ela quem comanda a oração que fazemos sempre antes de deitar, é nosso ritual”, conta a mãe. Algumas vezes a oração é uma prece, como a do Santo Anjo, em outras ela agradece pelo que aconteceu no dia e pede proteção para os próximos.

Para Daniela, a educação religiosa mudou muito (e para melhor) a rotina e saúde de sua filha. “Manuella chora muito e sem saber por quê. Quando ela tem essas crises, nós sentamos juntas e pedimos para o papai do céu nos tranquilizar, é muito bacana, porque ela realmente se acalma e se sente melhor.”

Essa sensação de bem-estar, descrita por quem tem fé, é a responsável por uma melhor qualidade de vida, já comprovada pela ciência. Mal não faz e, se ajuda, bora fazer uma prece para tudo melhorar.

Diferentes tipos de anjo

Há uma “hierarquia” angelical. “Querubins, serafins e arcanjos são as denominações que existem para falar desses seres celestes”, explica a terapeuta holística Maria Tereza Cardoso. Em diversas passagens bíblicas eles são citados como mensageiros ou realizadores de alguma tarefa divina. “As mães costumam evocar ‘a legião dos anjos de Maria Santíssima’, quando precisam pedir pela saúde e proteção dos filhos”, ensina. Entre os mais reverenciados estão os arcanjos, que são celebrados no dia 29 de setembro.

  • Rafael: é o mais requisitado para questões relacionadas à saúde
  • Gabriel: costuma ser o mais lembrado na hora de pedir proteção para as crianças pequenas.
  • Miguel: evocado para ajudar em situações difíceis, que envolvam justiça.

Consultoria: Alexander Moreira Almeida é psiquiatra, coordenador do Nupes (Núcleo de Espiritualidade e Saúde), da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora). Ana Escobar é pediatra do Hospital das Clínicas de São Paulo. Maria Tereza Cardoso é terapeuta holística.


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