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47% dos bebês da classe D não foram amamentados durante a pandemia, diz estudo

Classe D amamentou menos os bebês durante a pandemia - Getty Images
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Publicado em 26/08/2021, às 16h52 - Atualizado às 16h52 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo


A importância da amamentação é inquestionável para os bebês, principalmente nos primeiros seis meses de vida. Não atoa, existem diversas campanhas para conscientizar a população sobre a necessidade desse ato de amor, como é o caso do Agosto Dourado, por exemplo. Um estudo recente, no entanto, mostra que os dados relacionados à amamentação nas classes mais baixas da população brasileira não são nem um pouco animadores.

Idealizado pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, com a consultoria da Kantar IBOPE Media, a pesquisa “Primeiríssima infância Comportamentos de pais e cuidadores de crianças de 0 a 3 anos em tempos de Covid-19 – interações na pandemia” observou que a população da classe D está amamentando menos em relação a outros segmentos socioeconômicos.

Classe D amamentou menos os bebês durante a pandemia (Foto: Getty Images)

Para ser mais exato, os dados apontam que 47% das crianças de 0 a 6 meses da classe D não estão sendo amamentadas no peito. Essa porcentagem é maior que a média nas outras classes, em que o índice varia de 18% (AB1) a 28% (B2+C Interior).

Para chegar nesses números, a pesquisa contou com a participação de de 1036 cuidadores – abrangendo pais, mães, avôs, avós, tios, tias ou outros parentes – de todo o Brasil. Destes, 656 responsáveis por crianças de 0 a 6 meses responderam sobre amamentação.

O estudo também procurou saber o índice de amamentação feita exclusivamente com leite materno. De acordo com os dados, 47% dos cuidadores da classe AB1 amamentaram os bebês apenas com leite materno até os seis meses de idade. Já no segmento D, o índice é de apenas 28%.  A média de todas as classes é de 42%.

Para a amamentação combinada, ou seja, leite materno combinado com algum complemento, como leite em pó ou outras fórmulas, o índice é de 35% na classe AB1 e 26% na classe D.

Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, alerta sobre o alto número de crianças que não estão sendo amamentadas e a importância deste momento para o desenvolvimento. “O ato de amamentar promove diversos efeitos positivos sobre a mãe e o bebê: estreita o laço entre eles e confere segurança emocional. Um vínculo seguro com a mãe, estabelecido desde os primeiros momentos da vida e por toda a primeira infância, é crucial para que, no futuro, as crianças aprendam a estabelecer relações saudáveis e seguras com outras pessoas”, explica a executiva, “assim, é imprescindível que se façam campanhas sobre importância e a valorização do aleitamento materno”, completa.

Mas, afinal, por que existe essa diferença?

O estudo também se propôs a entender porque há essa diferença em relação à porcentagem de crianças que são amamentadas no peito entre as classes mais altas e mais baixas. A primeira hipótese elaborada está relacionada à pandemia. Isso porque, com a chegada da covid-19, o acesso às Unidades Básicas de Saúde e o Banco de Leite Materno podem ter diminuído e as famílias, principalmente de classes sociais mais baixas, não receberam o apoio necessário para a amamentação.

Hipóteses para as diferenças entre as classes (Foto: Getty Images)

Alguns hospitais, porém, relataram um aumento na doação de leite materno durante a pandemia. Esse aumento na doação, vale ressaltar, não necessariamente significa o aumento da distribuição desse alimento e apoio às famílias, que é levantada pelo pesquisadores como uma possibilidade para a diferença nos dados.

Outra hipótese levantada é a questão da licença maternidade. Foi perguntado se, nos 4 meses após o nascimento, a mãe teve oportunidade de ficar com a criança sem ter que trabalhar, para se dedicar a ela. À essa pergunta, 34% dos cuidadores da classe D responderam que sim, em oposição a 49% da classe AB1. Essa diferença pode se dar predominantemente pela qualidade do trabalho, já que as mães da classe D tendem a exercer trabalhos informais, não tendo acesso a esse direito.

Importância do leite materno

O leite materno é fundamental para um melhor desenvolvimento do bebê. Através desse alimento, ele recebe todos os nutrientes necessários para crescer de forma mais saudável. Por isso, é essencial valorizar a importância da doação de leite materno para os recém-nascidos prematuros e de baixo peso que estão internados em UTIs neonatais brasileiras e não podem ser amamentados pela própria mãe.

Importância do leite materno (Foto: reprodução / Getty Images)

Segundo o Ministério da Saúde, 11% dos nascimentos no Brasil ocorrem antes do previsto, e a doação de leite materno se torna ainda mais importante. Os benefícios do leite materno são inúmeros para a saúde da criança, mesmo que seja proveniente de um  Banco de Leite Humano. Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP com bebês na UTI constatou que o leite humano pasteurizado ofertado é tão bom quanto o leite que é ofertado diretamente da mãe para o próprio filho (leite materno cru) para o desenvolvimento do bebê. Muito mais do que um alimento, o leite materno também aumenta a chance de recuperação dos neonatos e, consequentemente, de uma vida mais saudável.

Como os pais podem ajudar na amamentação

Durante todo o processo, o pai pode (e deve!) fazer parte da amamentação. Ele tem um papel fundamental em apoiar e contribuir para que o aleitamento materno seja mais leve e fácil para as mães. Por isso, é muito importante oferecer informações de como eles podem ser a rede de apoio na prática.

Mesmo de maneira simples, cuidar da casa, preparar refeições ou até mesmo levar um copo d’água para a mãe que está amamentando faz toda a diferença. Nesse momento tão importante, a mãe precisa de apoio e reconhecimento. Logo, se a mulher estiver bem cuidada e se sentir bem, o bebê também fica mais confortável! Dentro desse contexto, os pais podem e devem se envolver e participar ativamente.


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