Publicado em 05/12/2021, às 14h54 por Redação Pais&Filhos
Thomas Hughes e Emma Tustin foram condenados pela morte de Arthur Labinjo-Hughes, de apenas 6 anos de idade. O casal era, respectivamente, pai e madrasta do menino, que foi encontrado com mais de 130 hematomas por todo o corpo. O veredito final foi dado na última quinta-feira, 2 de dezembro.
Arthur faleceu no dia 17 de junho de 2020, após “contusões extensas em todas as partes do corpo” e sangramento no cérebro, devido à “escassez de oxigênio e suprimento sanguíneo”. Além disso, a autópsia também concluiu que ele havia sido envenenado com sal.
Investigações concluíram que, no dia do crime, a madrasta de Arthur teria ficado responsável pelos cuidados com ele. Emma teria batido na cabeça do menino e ainda teria fotografado e filmado enquanto ele agonizava de dor. Além disso, mesmo estando com o telefone celular em mãos, ela demorou cerca de 12 minutos para ligar para a ambulância.
Na ligação, a mulher teria alegado que ele caiu no chão e bateu a cabeça 5 vezes. Arthur chegou a ser levado ao hospital e receber tratamento médico, mas não resistiu. O pai de Arthur, Thomas, não estava em casa na hora do crime – mas foi condenado por autorizar o cenário de violência contra o filho. O homem foi condenado a 21 anos de detenção, e Emma pegou prisão perpétua – com direito a condicional daqui há 29 anos.
As autoridades investigaram a família e descobriram que Arthur vivia um cenário de abusos físicos e psicológicos constantes. Foram dois meses de julgamento de Emma e Thomas – que mapeou cada uma das vezes em que o menino foi torturado e violentado pela família.
Investigações mostraram que os últimos meses de vida de Arthur foram um horror – no qual o menino, em dado momento, chegou a implorar por água e comida. Foram encontrados mais de 200 arquivos de fotos e vídeos no celular de Emma no qual o menino era humilhado e agredido por ela. Em um dos áudios, é possível ouvir Arthur chamando o tio e dizendo, “Por favor, me ajuda, me ajuda, tio. Eles não estão me dando comida, eu preciso de um pouco de comida e bebida”.
O jornal The Telegraph confirmou que Arthur estava com mais de 130 hematomas espalhados pelo corpo no dia de sua morte. Além disso, durante o lockdown imposto pela covid-19, o menino não frequentava nem mesmo as aulas online para que as pessoas não vissem o seu estado de saúde após a tortura.
O juiz Mark Wall conversou com a BBC sobre o caso, e o classificou como “um dos mais angustiantes e perturbadores”, que ele já viu. Além disso, para a dupla, ele declarou, “O tratamento cruel e desumano de Arthur foi uma decisão deliberada de vocês de ignorar seus gritos de socorro como maldade”. Para Emma, ele ainda disse, “Você queria Thomas Hughes para que pudesse sustentar você e seus próprios filhos, mas não queria mais ser incomodada por Arthur”.
“Ele era extremamente vulnerável e você mentiu para a escola dele nos últimos dias da vida de Arthur para defender você e Emma”, declarou enfim o juiz Mark para Arthur, no dia da sentença.
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