Publicado em 02/08/2019, às 11h18 - Atualizado às 11h19 por Redação Pais&Filhos
Seu filho chega à mesa, dá uma mordida e fala que não quer mais. Ou diz que ele agora não gosta mais da comida que sempre comeu. É frustrante, e o suficiente para fazer com que você recorra a pedidos ou subornos para comer mais. Afinal, é dos pais fazer com que os filhos comam. E quando parece que eles não estão comendo o suficiente, você se preocupa e espera que eles comam outras coisas além de macarrão e nuggets de frango!
Mas de acordo com um novo estudo, pressionar as crianças a comer não é muito eficaz. Pesquisadores da Universidade de Michigan descobrira que, quando os pais pressionavam seus filhos na hora das refeições, isso não tinha impacto sobre o quão exigentes eles são sobre a alimentação quando crescem.
“O fato de não encontrarmos um elo entre a pressão na alimentação e a futura alimentação exigente sugere que a dieta exigente não é especialmente modificável, assim como é difícil eliminar a timidez em uma criança tímida, ou que reduzir a alimentação exigente requer uma abordagem diferente apenas pressionando “, diz a pesquisadora Julie Lumeng, professora de pediatria na Universidade de Michigan.
Isso não quer dizer que pressionar as crianças seja inofensivo também. “A pressão na alimentação pode ser considerada controladora ou intrusiva, e sabemos, em décadas de pesquisa, que a paternidade controladora e intrusiva não é valiosa para o bem-estar da criança”, diz ela.
A pressão na hora das refeições pode piorar os hábitos alimentares de uma criança ao longo do tempo, adverte a nutricionista pediátrica Natalia Stasenko. “Isso é verdade se houver motivos do porquê a criança não quer comer, como ansiedade ou problemas motores. Mesmo que os hábitos alimentares do seu filho sejam variados, pressionar ele para comer coisas novas pode impactar negativamente como ele se sente em relação a comida e a comer em geral”, conta ela.
Além do mais, embora esse estudo não tenha mostrado que a pressão alimentar não leva a um ganho maior de peso, as táticas de pressão podem contribuir para um maior risco de obesidade à medida que seu filho fica mais velho. Isso porque pressionamos as crianças a comerem, quando na verdade elas já sabem a capacidade de se auto-regular (saber quando estão com fome e quando estão satisfeitas).
Crianças são boas reguladoras, mas esse senso alimentar tende a diminuir aos 4 ou anos, diz Natalia. O estudo não foi longo o suficiente para estudar os efeitos da pressão alimentar sobre a capacidade de auto-regulação e a relação com a obesidade”, observa ela.
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