Publicado em 11/02/2022, às 10h46 - Atualizado às 11h24 por Redação Pais&Filhos
Uma criança de 11 anos morreu vítima de Covid-19 nesta quarta-feira, 09 de fevereiro em Juiz de Fora, região metropolitana de Minas Gerais. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde da cidade, ela não tinha histórico de comorbidades e estava com o cartão de vacinação em dia. Ele havia tomado a primeira dose do imunizante da BioNTech, a vacina da Pfizer, 20 dias antes de ser contaminado.
A Secretaria de Saúde disse em nota oficial que, após apuração interna junto à Unidade Básica de Saúde (UBS) responsável, foi confirmado que ele esteve presente na unidade na última terça-feira, 8 de fevereiro, acompanhado da avó, com queixa de tosse, febre, cefaleia, dor de garganta e fadiga. Os sintomas apareceram, de acordo com a avó, pela primeira vez, no dia 5 de fevereiro. A avó da criança também passou por consulta médica no mesmo dia, porém sem queixa de síndrome gripal.
Confira a nota na íntegra:
“Na UBS, foi realizado exame médico, em que todos os sinais vitais apresentaram normalidade: frequência cardíaca 108 batimentos por minuto; saturação de oxigênio a 99% e pressão arterial dentro do padrão normal. Como praxe para casos como esse, também foi realizado um teste rápido antígeno com resultado reagente para Sars-CoV-2.
O garoto passou por avaliação médica, e dentro do protocolo de atendimento, foram prescritos medicamentos recomendados para combater os sintomas da Covid-19 (Azitromicina 600 mg + dipirona gota + prednisolona 3 mg + soro fisiológico nasal). Foi recomendado pelo médico o afastamento das atividades escolares”.
“Essa criança coincidentemente pegou covid-19 após ter se vacinado. Não foi uma situação que inicialmente seja relacionada à vacina. É lógico que esses casos todos passam por uma investigação para se relacionar ou não com a vacina. Mas foi um óbito decorrente à covid-19 e não à vacina, é importante deixar isso claro. Ela tinha sintomas agudos, foi realizado o diagnóstico de covid-19, mas infelizmente ela não resistiu”, defende Dr. André Laranjeira de Carvalho, Pediatra do Hospital Albert Einstein e pai da Sofia e da Manuela.
“Essa situação não altera em nada a segurança da vacina, que já temos atestado pelos estudos que já foram realizados até aqui. Tanto da vacina da Pfizer quanto da CoronaVac. A orientação para os pais é que mantenham o calendário de vacinação atualizado, incluindo as vacinas da covid-19. A orientação para os pais é que eles não adiem a vacinação por causa desse episódio, pois ele em um primeiro momento não tem nenhuma relação com a vacina. Tudo indica que foi mesmo infecção pela covid”, explica Dr. André.
“A orientação é que todas as famílias vacinem suas crianças para que elas estejam protegidas contra a covid-19, que foi a doença que levou a óbito essa criança. E ao mínimo sinal e sintoma suspeito de covid-19, a criança seja avaliada por um médico em algum serviço de saúde e o teste de covid-19 seja diagnosticado. Também recomendo que as famílias não usem nenhum medicamento quando tiver o diagnóstico de covid-19 sem a orientação de um pediatra”, completa o especialista.
Desde o início da pandemia da Covid-19 existem estudos para a vacinação em crianças, e a imunização só foi liberada depois de atender os critérios necessários para atestar sua segurança e eficácia. Então, de acordo com o Dr. André Laranjeira de Carvalho, pai de Sofia e Manuela, formado e especializado pela Universidade de São Paulo, Pediatra do Hospital Albert Einstein, sim, a vacina é segura.
O médico explica que os estudos feitos mostram que não houveram efeitos colaterais graves. “Quando observamos o efeito vacinal na vida real, após milhões de doses aplicadas, atestamos que a vacina em criança realmente é segura”, afirma.
De acordo com o pediatra, uma pesquisa do órgão americano CDC – (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) informou que os efeitos colaterais em mais de 98% dos casos foram leves como febre e dor local. Os outros 2% foram efeitos graves como vômitos e mal estar. “Houveram cerca de 12 casos de miocardite com a vacina da Pfizer após 8,5 milhões de doses, o que dá menos de 0,0001% de risco. Esse número é compatível com os efeitos mais sérios de vacinas conhecidas como gripe, meningo B, HPV e tríplice viral”.
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