Publicado em 30/06/2021, às 12h02 por Cinthia Jardim, filha de Luzinete e Marco
Na noite da última segunda-feira, 28 de junho, a revista científica The Lancet Infectious Diseases publicou um novo estudo sobre o uso da Coronavacem crianças. Os resultados mostraram que no grupo de 3 a 17 anos houve uma forte resposta imune contra a covid-19.
A pesquisa, realizada na fase 1 e 2 na China, com 550 crianças e adolescentes de 3 a 17 anos, mostrou que mais de 96% dos participantes conseguiram desenvolver anticorpos contra o SARS-CoV-2 depois de tomar as duas doses da CoronaVac. De acordo com o estudo, grande parte dos participantes teve como reação adversa apenas dor no local onde a injeção foi aplicada. Veja mais sobre reações adversas das vacinas contra a covid-19.
Vale lembrar que o dado apresentado não deve ser misturado com o de eficácia contra o vírus, que deve ser medido durante a fase 3 da pesquisa. De acordo com o Dr. Filipe Prohaska, infectologista do Grupo Oncoclínicas, pai de Letícia e Luisa, em entrevista à Pais&Filhos, as vacinas com vírus mortos, assim como a Coronavac, possuem resultados muito melhores em crianças do que adultos.
“Os vírus de coroas, por exemplo, tem uma boa resposta sorológica e imunogênica quando você vacina crianças. A vacinação acontece com duas doses e uma dose de reforço antes dos dois anos de idade. Então, o coronavírus é um vírus de coroa semelhante ao sarampo e a rubéola e, teoricamente, também teria essas mesmas características imunogênicas. Muito provavelmente no futuro, a vacina da covid-19 deve ser fundida com a MMR (sarampo, rubéola e caxumba), para ser uma vacina dedicada aos vírus de coroa para todas as crianças. Mas, já temos historicamente bons resultados nessa faixa etária de vacinaçãocom vírus morto e, agora o estudo da Coronavac, só confirmamos tudo aquilo que já sabíamos”.
Os estudos clínicos de fase 1 e 2 – que testam segurança e imunogenicidade; e capacidade de produção de anticorpos – foram feitos com voluntários da etnia chinesa Han. Isso indica que ainda é necessário mais estudos com a mesma faixa etária. Todos os voluntários serão acompanhados por cerca de um ano.
Segundo o Dr. Eduardo Rosset, médico pediatra e pneumologista pediátrico do Instituto de Pediatria e Puericultura (IPP), pai de Sophia e Carolina, mesmo sendo necessário mais estudos, foi mostrado que a vacinação é totalmente segura em crianças. “Alguns países do mundo já estão vacinando, como Israel, Estados Unidos, alguns lugares da Ásia. Existe a tendência de vários países vacinarem crianças acima de 12 anos até o final do ano”, conclui.
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