Publicado em 23/01/2024, às 14h47 por Cecilia Troiano
Já aprendemos, mesmo que às custas de muito sofrimento, que a frustração é inevitável em nossas vidas e que, além disso, faz parte de nosso crescimento. É assim que vamos para frente, com as trombadas que levamos em nosso percurso. Como diz o ditado popular, "mar calmo não faz bom marinheiro".
Falar, escrever, comentar sobre a vida dos outros é fácil, mas viver nossas próprias frustrações é bem diferente. E, no caso das frustrações de nossos filhos, viiiiixi, isso exige de nós uma dose gigante de força emocional. Mas aqui no texto quero me concentrar nas nossas próprias frustrações, como pais, que já dão um bom caldo para pensar. Na verdade, quero dividir com vocês o quanto vejo que boa parte de nossa frustração relativa à maternidade/paternidade vem da enorme expectativa que criamos com tudo. Das coisas mais corriqueiras do dia a dia até as mais complexas que acontecem apenas uma vez na vida.
As expectativas nascem até antes de a fecundação acontecer! Já se tem expectativa do bebê mesmo antes dele existir, elas já vão pipocando em nossas cabeças. Será que vai demorar para engravidar? Será que a gravidez será tranquila? Será que vai ser parto normal? Menino ou menina? Saudável?
Ter expectativa é natural, não controlamos, elas brotam como pragas em nossas cabeças e não param. A chegada do bebê e seu desenvolvimento vão gerando novas expectativas. Vai pegar o peito para mamar no primeiro dia? Vai dormir bem? Vai andar até a festinha de 1 ano? Vai falar quantas palavras aos 2? Vai aprender a ler com 6 anos? Vai ao primeiro acampamento de férias sozinho aos 8 anos? Vai? Vai? Vai? Até hoje, eu com filhos adultos me pego criando alguns "vais" em suas vidas.
A coisa fica ainda mais complicada quando a realidade contraria a expectativa. Meu filho já tem 1 ano e ainda não anda, meu leite não desceu no primeiro dia como eu esperava, minha filha ainda não sabe ler mesmo aos quase 7 anos, meu filho ainda não tirou as rodinhas da bicicleta ou não aprendeu a nadar aos 4 anos... Quando a nossa expectativa está atrelada a metas tangíveis como datas, qualquer "desvio" é um indicador de que as coisas não estão bem e a frustração é iminente. Em nosso mundo em que a régua do tempo é nosso medidor de sucesso e fracasso, há pouco espaço para a margem de erro. A precisão é o único caminho para a frustração.
O que proponho não é criar a utópica ideia de acabar com a expectativa, isso será como enxugar gelo. Mas redirecionar nossas mentes para o conceito de margem de erro, tão usado em estatística. Traduzindo de forma bem simples, margem de erro é admitir que o resultado correto não é apenas um número fixo, ele pode variar para cima e para baixo e continuará sendo válido. Ou seja, há um intervalo de possibilidades e dentro desse intervalo o resultado é considerado válido e dentro das expectativas.
Voltemos às nossas expectativas com nossos filhos e trazendo a margem de erro para o jogo. Se ampliarmos as expectativas como se fosse uma margem de erro, parte de nossas frustrações estariam mais controladas, aplacando boa parte de nossas angústias.
Recentemente conversei com uma mãe que estava começando a ficar frustrada pelo não cumprimento da expectativa de seu filho de 2 anos de falar "como uma criança de 2 anos deveria falar". Mil frustrações pipocaram na cabeça dessa mãe, além do medo de algum caráter mais patológico para explicar o "atraso". Os pais foram procurados pela escola que também havia observado a diferença do garoto para as demais crianças e estes não tardaram em procurar uma fonoaudióloga. A preocupação dos pais já estava nas alturas com tanta gente confirmando que a expectativa da fala aos 2 anos estava sendo contrariada. Mas, no fim das contas, orientados pela fono, deixaram o barco correr e apenas acompanhar. A fala do garoto estava dentro da margem de erro e poucos meses depois ele estava super falante. Ufa.
O que essa simples situação nos ensina é que quanto mais estreitas forem nossas expectativas maiores serão nossas frustrações. Isso simplesmente porque a régua exata não existe para nada, muito menos para definir tempos para as coisas acontecerem. Se queremos trazer mais leveza e menos cobrança para nós pais e para nossos filhos, precisamos pensar em termos de margem de erro, abrirmos nossas mentes para mais aguentarmos essa variação da "normalidade". Talvez, seja exatamente o oposto, o "normal" é a variação, o que está errado é definirmos espaços tão estreitos para o certo.
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