Publicado em 14/09/2020, às 13h17 por Nanna Pretto
Seguindo a linha das grandes emoções do meu primeiro semestre de 2020, e às vésperas de comemorarmos o aniversário do filho mais velho no contexto quarentena birthday, descobrimos que o meu marido e ele, o aniversariante, estavam com covid-19. Totalmente assintomáticos, ainda bem. Mas ter esse vírus dentro de casa é uma das coisas mais desesperadoras que pode existir nos últimos tempos. Primeiro porque é uma roleta russa. A gente não tem ideia do que pode acontecer com um e com o outro. E porque é humanamente impossível se isolar, manter distância segura de uma contaminação (que a gente não tem ideia de onde começa ou termina), principalmente quando falamos de marido e filhos.
E, ainda por cima, estou grávida! Ninguém tem ideia de como o vírus reage durante a gestação, se o bebê está imune, se pode ter comprometimento na formação pulmonar, se eu seria assintomática também. Olha, foram 15 dias bem difíceis e cheios de incertezas.
A ficha meio que não cai, principalmente quando você não sente nada. Eu olhava para os dois e não acreditava que eles tinham sido contaminados. Ao mesmo tempo, eu senti todos os sintomas. Tive falta de ar, dores de cabeça, cheguei a medir a minha saturação a 91% e quase colapsei. Tinha certeza de que eu seria a próxima da turma.
Mas a vida tem dessas coisas… Eu e Rafinha saímos imunes dessa vez, talvez porque não fosse a nossa hora, talvez porque eu esteja megassuplementada com kits e kits para imunidade e ele, por comer melhor e se expor menos. Sou bem crente nesse sentido de que a hora de cada um é a hora de cada um. Não tem a ver com ciência ou religião. É crença mesmo. A minha teoria não tem qualquer caráter fundamentalista. Mas penso assim para tudo.
A montanha-russa das emoções dessa terceira gravidez não tem parada, como vocês podem ver. Mas achei importante falar sobre esse tema esta semana, porque acredito muito no consciente coletivo das pessoas e na forma como podemos cuidar um dos outros. Não estamos seguros, não estamos imunes e não estamos a salvo. É preciso cuidado, cautela, respeito, regras e consciência coletiva. Não é papo de grávida nem drama de quem se cuidou e se contaminou. Não precisa de quase nada para o vírus chegar até você. E você precisa de muita sorte para ele passar sem fazer estragos.
Fique em casa, cuide-se, ame uns aos outros e proteja-se. É sério.
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