Publicado em 27/02/2019, às 19h43 - Atualizado às 19h50 por Mônica Figueiredo
Antigamente, no tempo em que havia telefone “normal”, as pessoas aqui em Portugal não diziam o nosso “alô”. Era, para a estranheza de nós, brasileiros, um delicioso :”Está lá?”. E a resposta era: “Estou”.
Eu amava este “está-estou” num grau… Tempos pré-globalização, né? Países diferentes, hábito diferentes… Hoje sabemos que não é assim. O mundo tem uma mesma cara básica e cabe a nós, com competência, paciência, cultura e vontade, irmos descobrindo o que existe de típico, de local, único, em cada lugar que visitamos.
E eu aqui, com minha anteninha, fico só prestando atenção no meu “em volta”,ligada em observar tudo. Mais especificamente na nossa pauta: como as famílias vivemdo lado de cá do mundo, como a criança é tratada,como se relacionam, o que conversam. Tudo para a gente aprender e eu poder passar para vocês um pouco do que vou sacando.
Comecei falando do telefone de ontem porque quero chegar no celular de hoje. Então, cara… Já estou aqui há quase dois meses, andando sem parar pra lá e pra cá. Restaurantes, praças, shopings. Lugares lotados de famílias. Todo mundocom filho junto, criança para tudo quanto é lado, relembrem que não tem essa de babá, certo? E ai, constatação: a criançada aqui não está de Ipad, nem Iphone, nem I-nada na mão.Não vejo, simplesmente não tem essa.
Não estou falando que criança não usar celular é melhor nem pior,veja bem! Até porque o Antonio Prata já resolveu esse assuntono nosso 4˚ Seminário Internacional, em 2017. Lembra? Ele disse que antes de ter filho fazia discursos veementes e cheios de argumentoscontra os filminhos no Ipad, e hoje entra no carro, por exemplo, eele mesmo já liga os filmes pras crianças irem na boa e enfrentarem mais tranquilas o trânsito de SP sem chatear.
Piadas a parte,e trânsito também, quando os portugueses reclamam de trânsito me dá vontade de rir muito, juro! Eles não têm ideia do que é trânsito! Todo mundo sabe o galho que quebra, para nós, pais, essa hipnosedigital. Ajudasim e ajuda muito. Ponto. A questão, como sempre, é o equilíbrio. O tempo que liberamos e como a tecnologia vem a acrescentar.
E o que Portugal tem deixado muito claro é isso. Vejo familias CONVERSANDO nos restaurantes, olho no olho, com troca real, de experiências, de vida… Vejo crianças desenhando, fazendo colagem, brincando na praça. Brincando mesmo: correndo, se escondendo, andando no balanço.
Não sei como é dentro de casa, ok. Mas no espaço público, social, não tem celular, não… Que aliás, aqui se chama TELEMÓVEL.A gente não vê, por exemplo, crianças no carrinho,sem olhar a paisagem e sim grudada numa telinha. Entende o que quero dizer? Pois é. E aí não tem como não pensar no risco que se corre quando cada um tem o “seu” aparelho e“sua” informação e portanto,a consequência, no caso das famílias, a“sua” solidão.
Família é JUNTO. Família não é um bando de sozinhos. Não pode ser. Família é o que se descobre através da relação. Vamos ficar espertos. É como a gente fala sempre aqui na P&F: a infância do seu filho tem data marcada para acabar (12 anos) e passa muito rápido.
Aproveite. Aproveite mesmo. Depois, quando eles entrarem na adolescência, dificilmente você vai competir com o mundo digital…. rsrsrsrsrsrs. Por isso, repito: aproveite já. E depois não vem dizer que a gente não avisou.
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