Publicado em 03/05/2021, às 07h31 por Geovanna Tominaga
Na sua vida de mãe, quantas vezes você já pensou: “Por que ninguém nunca me falou que seria tão difícil assim?”. Durante o primeiro ano de vida do meu filho, eu não pensava em outra coisa. Quando me perguntavam como eu estava, a resposta era sempre a mesma: “Cansada”. E quando eu perguntava para as mães experientes até quando a rotina árdua iria durar, ouvia “até os 3 meses é assim mesmo”. “Depois dos 6 meses passa”. “Com um aninho melhora”. “Depois dos dois anos não vai dar mais trabalho. Fica show!”. A última que ouvi foi da minha amiga e atriz Isabel Fillardis que disse que depois dos 6 anos de idade do meu filho, eu iria conseguir dormir uma noite inteira… (Pausa para o riso… Ou choro!) Quantas vezes você já olhou para outra criança no parquinho e pensou: “Ah, se meu filho fosse assim…”
É a velha história da expectativa versus realidade. O teste de gravidez acaba de mostrar o “positivo” e já se forma na mente a imagem do filho ideal. “Sou super tranquila, meu filho também será”. “Minha filha vai amar legumes”. “Ele ouve música clássica desde a barriga, vai estudar piano”. “O meu vai ser doutor igual ao avô”. “Pai flamenguista, filho rubro-negro”. Mesmo antes de saber o sexo, criamos a imagem da criança perfeita, mas esquecemos que um filho é um outro ser, com personalidade e vontades próprias.
Na maternidade, a frustração chega como uma tortada na cara pra nos mostrar como somos ingênuos criando expectativas cor-de-rosa, ou azul, ou todas as outras cores. Existe um pote de ouro no final do arco-íris, sim, mas é no caminho que percorremos junto dos pequenos que descobrimos qual será o tesouro escondido. E esse é o grande barato de ser pai e mãe, saber que somos apenas colaboradores nessa história que será escrita por eles. Nós, pais, somos personagens coadjuvantes mas com a missão muito especial de guiar e facilitar esse processo.
Muito se fala em maternidade real, e eu fico muito feliz de ver cada vez mais mulheres falando sobre suas dificuldades nas redes sociais. Eu gosto de falar também sobre a maternidade possível, porque ser humano é não ser perfeito mas saber oferecer o máximo do seu potencial a cada momento. E quem mais merece receber o nosso máximo possível senão os nossos filhos?
Essa semana, eu ouvi um conselho lindo de uma amiga muito querida que eu gostaria de compartilhar com vocês: quando qualquer dúvida, mudança, ou dificuldade bater a sua porta, pense que é só uma questão de recalibrar as expectativas. A maternidade é um ótimo exercício para isso. E vamos juntas!
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