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Nem alienados, nem abandonados: nossos filhos merecem equilíbrio na vida online

Não é necessário ser radical quando o assunto é tecnologia para as crianças - Shutterstock
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Publicado em 28/08/2021, às 05h46 por Dra. Ivanice Cardoso



Já reparou como tudo na vida se tornou 8 ou 80? De um tempo pra cá, parece que virou obrigatório ser “ou tudo, ou nada”. Recentemente essa polarização chegou também na decisão das mães e pais sobre o uso de tecnologias nas famílias.

Não é necessário ser radical quando o assunto é tecnologia para as crianças (Foto: Shutterstock)

De um lado os “abandonados digitais”. Aqueles que ficam o tempo que quiserem diante das telas, acessando o que querem no momento que desejarem. O lema dos seus pais é “deixa o garoto, a geração deles é assim mesmo”. De outro lado os “alienados digitais”. Aqueles que não têm acesso a telas, não verão a cor de um game antes dos 14 anos e não vão interagir online até atingirem a vida adulta. E o lema dos pais é “as telas matam”.

Claro que estou sendo um pouco dramática com os lemas, mas com certeza você conhece algum pai e ou mãe por aí que pense assim. Mas e o caminho do meio? Por que será que não escolher um lado radical se tornou quase que um crime? Eu vou dar aqui algumas pistas que extraí de conversas e mentorias com mães. Vida “real oficial”.

A primeira é que decidir com consciência exige busca de informação. Uma pessoa bem informada sobre a vida dessa geração, os riscos e benefícios das tecnologias e telas na vida das crianças e adolescentes, consegue medir os impactos das escolhas feitas na vida online. A segunda é que é cada vez mais frequente o rápido julgamento materno (cruel, diga-se a verdade). E muitas mães têm medo de não se sentirem perfeitas. Então acabam pendendo para um dos lados para não serem rotuladas de radicais ou permissivas. E a terceira é que conhecemos muito pouco sobre tecnologias ainda. E as várias áreas da ciência não conseguem um equilíbrio nesse tema.

Mas os dois opostos desse braço de ferro acabam não considerando as próprias crianças e adolescentes. Eles são sujeitos de direito. Sim, é juridiquês mas é um fato. Excluí-los ou largá-los em ambientes online vai contra o direito das crianças. Agora, pensa comigo: se o contato com tecnologias é mediado por seus responsáveis, se o acesso a estímulos e caminhos de educação online respeita as suas fases de vida e a individualidade da criança, encontramos um equilíbrio, certo?

Olha, não tem jeito e não precisa querer fugir. As próprias tecnologias serão essa ferramenta de apoio que você precisa. Informação, conexão com outras mães e pais estão superacessíveis na internet. Use tudo o que puder para decidir com muita consciência, equilíbrio e humanidade. Você é a melhor pessoa para decidir qual o caminho mais adequado ao jeitinho da sua família e dos seus filhos. Ache o equilíbrio e seja feliz.


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