Publicado em 08/09/2019, às 05h00 por Dr. Igor Padovesi
A futura mãe já estava com 41 semanas de gestação sem nenhum sinal do trabalho de parto. A expectativa era tentar um parto normal. Foi nessa hora que o casal veio ao consultório para decidirmos o rumo que iríamos tomar. A essa altura, temos três opções: aguardar um pouquinho mais, tentar induzir o parto ou marcar uma cesárea. O risco de complicações no parto aumenta depois das 41 semanas, mas segue sendo baixo.
Diversos protocolos recomendam a interrupção da gestação com 41 semanas, mas só é consenso mesmo que não devemos ir nunca além das 42. Não há como ter certeza se nessa semana final a mulher entrará em trabalho de parto espontaneamente. Se isso não ocorrer, podemos tentar uma indução de parto (mais cansativa e demorada, mas com chance de resultar em parto normal) ou partir para a cesárea.
Diversos fatores devem entrar nessa decisão: peso do bebê, líquido e outros parâmetros do ultrassom, condição do colo do útero, e acima de tudo o perfil e as preferências do casal. Este é apenas um exemplo de como a medicina está longe de ser uma ciência exata, e diante de um mesmo diagnóstico, frequentemente há mais de uma conduta válida e correta a ser tomada – com vantagens, desvantagens e com riscos equivalentes.
Sempre existiram opções e caminhos possíveis de serem seguidos diante de uma determinada situação clínica, mas tradicionalmente o médico era quem tomava todas as decisões baseado em seu conhecimento técnico e naquilo que ele julgava ser melhor para o paciente. E aquele médico situado no pedestal, detentor do conhecimento, que ditava suas condutas e o paciente acatava, cada dia mais fica para o passado – embora ainda seja bem fácil encontrar remanescentes dessa cultura chamada “paternalista”.
Depois de muita conversa, descartamos a cesárea e combinamos de aguardar mais uns dias, estipulando uma data limite pra tentar a indução. E como nada aconteceu, terminamos induzindo o parto na data combinada e felizmente tivemos sucesso, resultando em um parto normal.
No mundo moderno toda a informação está aí, na palma da mão, para quem quiser. Hoje, cabe ao bom médico colocar as cartas na mesa, traduzir o “mediquês” para uma linguagem que possa ser compreendida pelo paciente, explicar os riscos, benefícios, vantagens e desvantagens de cada caminho e, acima de tudo, estar ao lado como parceiro.
E dessa grande salada de estudos, estatísticas e probabilidades, misturados com nossa experiência, particularidades de cada caso, expectativas e anseios do paciente é que tiramos o sabor e a satisfação de exercer a arte de ser médico.
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